07/02/08
Serviços 3G
Google e Apple Quebrando os ‘Wall Gardens’ das Operadoras de Celular
Piter Leal
Consultor
Dois mundos completamente diferentes estão em rumo direto de colisão nos EUA. As protegidas ‘walled gardens’ das operadoras de celulares e a democracia do ‘open source’ da Internet estarão se juntando nos próximos anos. Os agente criadores dessa revolução são as inovadoras Google, que decidiu entrar na industria de celulares com a proposta de comprar spectrums em 2008 e a Apple, criadora do iPhone.
A Google esta disposta a pagar os bilhões de dolares que for necessário para adquirir spectrums para implementar a sua estrategia de convergência digital: criar uma rede national de celular inteiramente aberta para programadores, onde software e conteúdo digital para celulares seriam distribuidos livrementes para quem quiser baixar-los e usuarios teriam liberdade total de mudar de operadoras sem precisar pagar multas ou trocar de aparelho. Essa é o modelo atual da Internet que já está explodindo as fragéis ‘walled gardens’ das operadoras de celulares. Claramente, a Google está se posicionando para lucrar outros bilhões de dolares em ‘comerciais’ mostrados nos celulares.
Se não podemos derrotá-los, juntemos-se a eles. Ao invês de brigar, as operadoras de celulares T-Mobile e Sprint-Nextel ja assinaram com a Google, promotendo oferecer celulares abertos a rede nacional da Google. Centenas de provedores de software já assinaram com a Google, assim como Nokia, Motorola e LG Eletronics para contruir os aparelhos. Enquanto isso no centro corporativo da Google na California, a Google construiu torres de celulares e opera uma rede propria de celular em seu campus para testar o sistema operacional “Android” que será usado nos aparelhos, e para se acostumar com as operações de uma operadora de celular.
A Verizon, segunda maior operadora dos EUA, brigou com unhas, dentes e facão na justica para bloquear a Google de participar dos leilões de spectrums mas, em uma vitória para consumidores, a Google ganhou a causa. Restou a Verizon a usar o plano de emergência: abrir a sua rede para programadores e outros aparelhos de celular para competitir com a Google. Aparelhos de outras companhias poderão usar a rede da Verizon e programadores de software poderão colocar as suas criações na rede da Verizon para outras pessoas usarem. Detalhes dessa decisão se tornarão públicos no primeiro trimestre de 2008. Competição e mercado aberto são fenômenos sensacionais.
Recentemente, o iPhone demonstrou que os ‘walled gardens’ das operadoras de celulares estão com os dias contados. De acordo com contrato com a Apple, a operadora AT&T não tem controle nenhum dos conteúdos digitais oferecidos pela Apple no iPhone. A Apple controla todo o conteúdo e, no primeiro trimestre de 2008, a Apple começara a oferecer APIs para programadores criarem aplicações para o iPhone. Os softwares criados por programadores usuários da rede serão distribuidos livremente para usuários do iPhone sobre as redes da AT&T e a AT&T não tera poder nenhum de bloquea-los. Algumas aplicacoes serão de graça, outras serão pagas, onde o lucro será repartido entre o programador e a Apple.
Esse modelo quebra o estilo traditional da operadoras de celulares pois o conteudo digital é controlado pela Apple, assim como as vendas diretas dos aparelhos ao público. Do ponto de vista de marketing, usuarios usam o iPhone por causa do conteúdo digital oferecido pela Apple, não por causa da rede AT&T. Do modelo iPhone podemos ter uma idea das mudanças que atingirão o mundo dos celulares nos prôximos anos, fenômeno similar do que aconteceu com as aplicações na internet.
O plano da Google de democratizar a indústria de celular, abrindo a rede para qualquer aplicação para ser baixada e liberdade para usuarios para mudar de operadoras esta causando operadoras de celulares a pensar em novos modelos para continuarem competitivas no longo prazo. No curto prazo, esse sunami de mudanças ainda não será sentido na industria de celular no Brasil mas isso é uma questão de tempo.
Como acontece em um mercado econômico livre de monópolio e aberto a competição e inovação, consumidores irão ganhar com esse processo. Imagine usuários de celular com acesso a rede bandalarga de internet, com liberdade de trocar de operadoras se o servico não for bom, poder accessar email, navegar na internet, baixar musica e aplicações que quiserem no celular, sem serem limitados pela operadora ? Tudo isso a um custo compativel ou abaixo do que se cobra atualmente no mercado.
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