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2/2009

Barcelona: As operadoras de celular vão ser apenas provedoras de acesso?

Eduardo Tude

A sessão de key notes desta quarta sobre Internet Móvel tratou de uma questão chave para as operadoras de celular:

As operadoras de celular vão ser apenas provedoras de acesso ou oferecerão também serviços de valor adicionado?

As operadoras de celular tentaram inicialmente criar um jardim murado (“Walled Garden”) para seus clientes, que teriam acesso apenas a serviços de valor adicionado através do portal WAP da operadora. Este modelo não teve sucesso e as operadoras tiveram que abrir as suas portas para que seus clientes acessassem outros sites WAP e a Internet “real” ou fixa.

O CEO da Vodafone já havia afirmado ontem que as operadoras não podem ficar no jardim murado, mas também não podem ser apenas provedores de acesso (pipe). A posição a ser ocupada entre este dois pólos dependerá da estratégia e do desempenho de cada operadora.

No debate de hoje tivemos a presença do responsável pela área móvel do Google, do CEO do Skype e do CEO da Telstra, operadora australiana que está fazendo pesados investimento em 3G e que já está oferecendo velocidades de 21MBit/s.

Para o Google e o Skype o ideal seria que as operadoras de celular fossem apenas pipe e seguissem o modelo atual de preços da Internet fixa. Um preço fixo (flat rate) pelo uso ilimitado. Este modelo de preço é fácil de ser entendido pelo usuário e estimula o uso.

O CEO da Telstra argumentou que este modelo de preço não estimula os investimentos nas redes 3G e não viabiliza a oferta de um acesso com boa velocidade, cobertura e capacidade. Ou seja, o modelo de preço de cobrança pelo acesso tem que ser simples e de fácil entendimento por parte do usuário, mas tem que remunerar o acesso existindo outras alternativas que não o flat rate.

Ou seja, a operadora de celular tem um negócio de acesso á Internet (banda larga móvel) que deve ter uma remuneração compatível com os investimentos e pode ou não disputar com outras empresas da WEB (Google, Skype, Microsoft, Yahoo,..) o mercado da Internet móvel.

Outro tema que merece destaque foi o anuncio pela Verizon de seus fornecedores para uma rede LTE que deve estar no ar em 2010. Foram escolhidas a Alcatel-Lucent e a Ericsson. A Verizon preferiu pular do EVDO direto para uma tecnologia 4G, o LTE.

Apesar da presença massiva na feira já se pode afirmar que o público este ano está um pouco menor que o do ano passado. As discussões continuam, no entanto, de alto nível e os que estão aqui estão tendo uma boa visão das perspectivas do setor para 2009.

 

 

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Eduardo Tude

Presidente e sócio da empresa de consultoria Teleco, atua desde 2002 como analista do mercado de Telecom, coordenando projetos de consultoria, publicando artigos semanais, preparando relatórios setoriais e apresentando workshops.

Engenheiro de Telecom (IME 78) e Mestre em Telecom (INPE 81) é membro da Comissão julgadora do Global Mobile Awards do Mobile World Congress em Barcelona e atuou como professor especialista visitante da Unicamp (2013).

Ocupou várias posições de Direção em empresas de Telecom em áreas como Sistemas Celulares (Ericsson), Redes Ópticas (Pegasus Telecom) e Satélites (INPE).

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