Atualizado em:
Publicado 18/04/05
Comentário
O que muda na Brasil Telecom,
Amazônia e Telemig Celular com a substituição
do Opportunity?
O Conselho Diretor da Anatel
aprovou em 12 de abril de 2005 a solicitação
do Citigroup para substituir o Opportunity como
gestor dos fundos que controlam indiretamente
a Brasil Telecom (BrT) e as operadoras de celular
BrT GSM, Amazônia e Telemig Celular.
Com esta decisão, o
Citigroup conseguiu na justiça a revogação
da liminar que suspendia o processo de substituição
do Opportunity. É possível agora
dar andamento à realização
de assembléias e outros procedimentos que
devem culminar em algumas semanas, caso não
surja novo impedimento judicial, na efetiva susbtituição
do conselho de administração e dirigentes
destas empresas.
A substituição
dos gestores da BrT, Amazônia e Telemig
Celular implica, não apenas em modificações
nos administradores destas empresas, mas em novas
orientações em relação
a temas como a disputa com a Telecom Itália
e a venda da Amazônia e Telemig Celular
(mais detalhes).
BrT x Tim
A expectativa é que,
com os novos gestores, cessem as ações
da BrT para impedir a volta da Telecom Itália
ao bloco de controle desta operadora, autorizada
pela Anatel em janeiro de 2004 (Mais
detalhes).
A volta da Telecom Itália
ao bloco de controle da BrT não representa
no entanto o fim da disputa entre as duas operadoras.
A Anatel estabeleceu como prazo julho de 2005,
para BrT e a Telecom Itália eliminarem
a superposição de licenças
existentes em Longa Distância (LDN e LDI)
e celular (SMP na Região II).
Estabeleceu ainda que, nos
assuntos da BrT que envolverem os temas LDN e
LDI, bem como SMP, a Telecom Italia está
impedida de participar de reuniões da concessionária
fixa, tanto no Conselho Diretor, como no Conselho
de Administração e na Diretoria
Executiva. Ou seja, mesmo voltando ao bloco de
controle da BrT, a Telecom Itália continua
afastada das decisões relativas à
BrT GSM.
A BrT GSM é uma superposição
mais difícil de ser eliminada. A solução
natural, venda da BrT GSM, pode esbarrar na falta
de comprador. A BrT investiu R$ 1,3 bilhões
em sua operadora de celular. Entre os grupos atuantes
no mercado brasileiro, o único candidato
possível seria a Telemar. Apesar de já
ter conquistado mais de 1 milhão de clientes,
a BrT GSM é a 4ª operadora na sua
região e cresceu dentro de uma estratégia
de convergência fixo-móvel que se
perderia com a venda da operadora.
O impasse em relação
à BrT GSM pode abrir espaço para
a venda da BrT e BRT GSM para uma outra operadora
que não a Telecom Italia. As possíveis
candidatas já presentes no Brasil, Telmex,
Portugal Telecom, Telefonica e Telemar, enfrentariam
problemas semelhantes em relação
a superposição (exceto Telemar)
e teriam dificuldades em obter a aprovação
junto à Anatel. Uma outra possibilidade
seria os controladores procurarem uma operadora
internacional, ainda não presente no Brasil,
para comprar os ativos.
Diante deste quadro pergunta-se:
- Se a superposição
de autorizações entre BrT e Telecom
Italia não for resolvida até julho
qual será a atitude da Anatel? Prorrogar
o prazo? Suspender a volta da Telecom Italia
ao bloco de controle?
- A Anatel aprovaria a compra
de uma participação acionária
maior da BrT pela Telecom Itália antes
que a superposição de autorizações
seja resolvida?
- O que acontece se a BrT
não conseguir vender a BrT GSM? A Anatel
aceitaria uma desativação da operadora?
Quem arcaria com os prejuízos? Como ficaria
a situação dos clientes da BrT
GSM?
- O impasse em relação
a BrT GSM pode abrir espaço para a venda
da BrT, BRT GSM, Amazônia e Telemig Celular
para uma outra operadora internacional ainda
não presente no Brasil? A Amazônia
e Telemig Celular serão colocadas logo
a venda, ou os novos gestores buscarão
uma solução geral para seus ativos?
- Neste meio tempo, como fica
o dia a dia das operadoras? A BrT GSM continuará
perseguindo agressivamente o crescimento com
os novos gestores?
- Como este cenário
afeta o quadro competitivo no Brasil? E o crescimento
do celular em 2005?
Comente! |
Para enviar sua opinião para
publicação como comentário
a esta matéria para nosso site, clique aqui!
Nota: As informações expressadas nos artigos publicados
nesta seção são de responsabilidade
exclusiva do autor. |
Comentário de
Eduardo Chacon |
Este assunto é realmente delicado.
Como se pode perceber, envolve as operadoras de um modo geral e dependendo de quem adquirir a BR Tel GSM, ocorrerão mudanças no mercado, que poderão inclusive afetar o Share e estratégia das operadoras.
Atualmente as operadoras estão focadas na campanha do dia das mães, com certeza na sequência, este assunto será resolvido. |
Comentário de
Andre Santana |
Abre um grande legue de opções , pois com a restruturação de quem assume a Brt gsm e Fixa, as grandes operadoras com a Potugal Telecom, Vodafone pode aparecer no mercado Brasileiro, pois alem de muito dinheiro em caixa, eles nao vao deixar que todos os esforços feitos sejam em vão.
|
Comentário de
Israel de Castro |
Pela ampla carteira de amigos internacionais que o dono do banco opportunity possui, ele tem possibilidades concretas de firmar uma aliança estratégica com uma operadora internacional.
Essa questão da saída do Opportunity já vinha sendo cogitada, pois sabendo das consequencias, o Opportunity não vai entregar a farinha de graça! Já o nosso amigo mexicano Slim, vem ampliando suas teias em forma de parcerias com empresas GLOBAIS, entrando no controle dessas empresas através de ex-ministros de FHC. |
Comentário de
Jaques O. Carvalho |
Peço para que minha proposta seja encaminhada à Anatel e aos demais órgãos competentes, pois a considero mais justa!
Toda a cobertura da BrT GSM passaria para a Telemar/Oi. Os clientes das áreas 6 (RS) e 7 (Centro-Oeste, TO, RO e AC) passariam para a TIM, usando a cobertura desta; os clientes da área 5 (PR e SC), onde a TIM já atua, passariam para a Oi.
O fato de o Grupo Telemar ter o governo (via BNDES, Banco do Brasil, fundos de estatais, etc.) como sócio facilitaria bastante as coisas! |