Parabéns pelo site Teleco, suas informações e análises trazem um referencial mais abrangente e técnico ao entendimento deste fenômeno em que se transformou o mercado de telefonia celular no Brasil.
Um mercado que registrou desempenho fantástico nestes últimos 4 anos, a despeito de graves crises econômica e política vivenciadas, e que evidenciam as especiais oportunidades de nosso país. Imaginem se este processo de implantação das operadoras estivesse ocorrendo durante os primeiros anos do Plano Real, certamente já teríamos alcançado 120 milhões de celulares em operação.
Com relação ao atual momento e desafios da VIVO, acredito que existem outros fatores que explicam o contínuo declínio de seu Market Share, além das questões de características técnicas, sejam elas sua grau de cobertura nacional, as alternativas de tecnologia para expansão regional, ou sua opção isolada pela adoção da tecnologia CDMA.
O fato é que partir de 2003, a consolidação do mercado em 4 grandes players, acrescido em 2004 pela BrT, trouxe para a ponta do balcão das lojas um processo competitivo, no qual, aos olhos do consumidor, muito pouco pesa em processo de decisão de compra o fator Market Share de cada uma das operadoras, e sim as vantagens e os benefícios promocionais oferecidos por cada operadora, principalmente no período de vendas do calendário de datas especiais.
Promoções que se convergem cada vez mais para apelos de atratividade equivalentes.
Como ao entrar em um Shopping Center, o consumidor em busca de um novo aparelho celular encontra um número de alternativas de pontos de venda que não reflete a distribuição do market share de cada operadora, é natural que as novas vendas de aparelhos resultem mais da capacidade física de atendimento da cada operadora, do que sua participação no mercado local.
Assim, se consideramos cidades como Rio e São Paulo, a VIVO certamente não possui cerca de 50 % das lojas, quiosques ou revendedores autorizados exclusivos, principalmente nos Shopping Centers, os maiores pólos de vendas de celular, em comparação a seus concorrentes. Nem tão pouco, ela detém 50 % dos espaços publicitários e inserções de mídia veiculadas no período.
Desta forma, entendemos que a queda de Market Share da VIVO é um processo inexorável, conseqüência natural da forte expansão e da intensa concorrência entre as 5 grandes operadoras do mercado brasileiro, e que esta perda deverá continuar pelo menos pelos próximos 2 anos, respeitados os atuais parâmetros de cobertura e eficiência de vendas, até atingir um patamar próximo a uma participação de 30 % do Market Share do mercado brasileiro.
Por fim, registramos que a este processo de queda de mercado naturalmente poderá ter variações em sua velocidade de materialização, seja em função de melhorias na gama de serviços e cobertura, das políticas comerciais, ou ainda de eventuais aquisições de outras operadoras. |