Atualizado em: 28/12/2024

O que acompanhar em 2025

O ano de 2024 foi bom para o setor de telecomunicações, mas 60% dos que responderam a enquete do Teleco esperam que 2025 seja melhor ou muito melhor.

Apresenta-se a seguir as principais tendências a serem acompanhadas no ano.

 

1. 5G

• Crescimento. O Brasil deve terminar 2024 com 40 milhões de celulares 5G, menos que os 50 milhões projetados, se tivesse acompanhado a curva de crescimento de quando 4G foi lançado. Mantidas as tendências atuais, o Brasil deve terminar 2025 com mais de 60 milhões de celulares 5G. As operadoras brasileiras continuam entre os países com maior velocidade de download do mundo, mas o preço dos smartphones 5G ainda é alto.
• Cobertura. Existiam redes 5G em praticamente todos os municípios com mais de 100 mil habitantes e a expectativa é que no final de 2025 estejam atendidos todos os municípios com mais de 30 mil habitantes. No entanto, a disponibilidade (tempo que o usuário fica conectado na rede 5G) é baixa, o que dificulta a expansão do uso do novo core 5G (SA). Este quadro deve permanecer enquanto 5G não puder utilizar frequências mais baixas, como a de 600 MHz.
• Operadoras Regionais. Brisanet e Unifique iniciaram a implantação de suas redes 4G/5G em 2024 e a questão é se atingirão em 2025 uma base de clientes que torne a operação viável. Espera-se que Ligga e Yez façam o mesmo em 2025. Será importante para estas operadoras adquirir as frequências de 700 MHz que serão licitadas pela Anatel em 2025.

 

2. Móvel

• Crescimento da Receita. A Receita líquida do Móvel apresentou um crescimento anual superior a 8% nos 3 primeiros trimestres de 2024. A expectativa é de um crescimento menor em 2025, mas ainda superior a 5%.
• Crescimento do Pós-pago. Não está claro se o pós-pago sem M2M conseguirá repetir o crescimento de 2024, quando apresentou adições líquidas superiores às perdas do pré-pago. A tendência de migração do pré-pago para o pós-pago deve, no entanto, permanecer em 2025. Os terminais M2M devem continuar crescendo em 2025 puxados pelas aplicações de IoT.
• MVNOs. As MVNOs devem continuar crescendo em M2M para IoT, segmento em que detinham 21% de market share em out/24, mas é importante acompanhar o seu crescimento no mercado de varejo. O número de celulares de MVNOs utilizados por pessoas cresceu 81% nos primeiros 10 meses de 2024, totalizando 1,3 milhões em outubro.

 

3. Banda Larga Fixa

• Crescimento e Competição na BL Fixa. A Banda Larga Fixa deve crescer cerca de 5% em 2025 com adições líquidas de cerca de 3 milhões de acessos. A competição deve, no entanto, se tornar mais acirrada com as prestadoras procurando crescer onde têm redes de fibra e não pela expansão das casas passadas, aumentando o seu take-up rate.
• Oi Fibra sob nova direção. A expectativa é que a Oi Fibra, sob direção da V.tal. volte a crescer, a exemplo do que está acontecendo com a Vivo e a Claro, acirrando a competição com as Competitivas (ISPs), principalmente nos municípios com mais de 100 mil habitantes. Sobreviverão as que forem mais eficientes e com melhor qualidade de atendimento.
• Consolidação. O Brasil é o recordista mundial do número de prestadoras de Banda Larga Fixa, com cerca de 8,8 mil reportando mensalmente seus acessos para a Anatel. O processo de consolidação está ocorrendo mais fortemente entre os provedores de 50 mil a 300 mil acessos, com prestadoras como Alares e Brasil Tecpar tentando superar a marca do 1 milhão de acessos BL fixa. É possível também que ocorram fusões envolvendo as prestadoras com mais de 1 milhão.
• Desativação da Rede de Cobre. Com a assinatura do acordo no TCU para o fim das concessões de telefonia fixa, Oi e Vivo poderão desativar sua rede de cobre, o que pode ajudar a deixar os postes menos carregados. Abre também um espaço para as Competitivas oferecerem serviços de telefonia fixa, principalmente nos municípios com menos de 100 mil habitantes na área de concessão da Oi.

3. Tecnologias

• Redes Privativas. No mercado B2B, redes privativas aparecem como a aplicação de destaque. Trata-se, no entanto, de um processo lento, que tem de ser desenvolvido para os vários segmentos e que pode ser acelerado com a sua disponibilização através de slicing em 2025. Indústria e Agro aparecem como os segmentos com maior demanda no Brasil.

• IoT. A implementação de soluções de Internet das Coisas cresce no Brasil, mas este é um processo gradual, pois, assim como ocorre com redes privativas, as soluções são diferentes para cada segmento do mercado. Os terminais M2M para IoT apresentaram um crescimento de 16% no acumulado dos primeiros 10 meses de 2024 e devem continuar crescendo em 2025, com 4G se tornando a principal tecnologia de conexão.
• eSIM. Adotado pelas operadoras móveis, deve crescer sua utilização nos smartphones em 2025 e em IoT, com a nova plataforma especificada pela GSMA para IoT.
• Satélites. A oferta de acessos banda larga através de satélites de órbita baixa, está ampliando o leque de soluções para o atendimento de locais remotos não conectados por uma rede terrestre. O Starlink, líder em market share neste segmento, deve ganhar um concorrente em 2024, o Kuiper da Amazon. A integração do satélite nas soluções de IoT deve crescer também em 2025 com a oferta de serviços da ViaSat, Sateliot e Myriota.
• IA em Telecom. Inteligência Artificial está sendo integrada às redes móveis desde a otimização das antenas até a prevenção de falhas e a melhoria da experiência do cliente. Este processo deve se aprofundar em 2025.

Vale a pena acompanhar ainda a iniciativa Open Gateway da GSMA e o crescimento dos Data Centers, estimulados pela demanda de IA.

 

Diante deste quadro pergunta-se:

• O ano de 2025 será melhor que o de 2024 para o setor de telecomunicações no Brasil?
• Como avançará 5G em 2025?
• Qual será o desempenho da Oi Fibra sob nova direção?
• Como avançará a consolidação das Competitivas em 2025?
• Quais tecnologias se destacarão em 2025?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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