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Comentário
publicado em 06/09/2004
A Indústria de Telecomunicações em 2004
O PIB do Brasil cresceu 4,2% no primeiro semestre de 2004, em relação a igual período de 2003.
No trimestre, o setor de serviços de comunicações, que inclui telecomunicações e serviços postais, após registrar três trimestres consecutivos de taxas negativas de crescimento, registrou resultado de 0,1%. Os serviços de telefonia fixa e correio são apontados pelo IBGE como responsáveis por estes valores negativos.
O quadro atual de serviços de telecomunicações é de crescimento acelerado no celular e estagnação no número de usuários de outros serviços como telefonia fixa e TV por assinatura. O crescimento do consumo das famílias, 3,1% no primeiro semestre de 2004, pode ajudar a melhorar esta situação.
Mas, e o setor industrial de telecomunicações. Como está?
Segundo dados da Abinee a indústria de telecomunicações apresentou no 1º semestre de 2004 um faturamento 48% maior que o do 1º semestre de 2003, tendo sido o setor da indústria eletroeletrônica que mais cresceu.
A porcentagem de empresas da indústria de telecomunicações que apresentaram vendas/encomendas abaixo das expectativas vem caindo a cada trimestre. As empresas estão prevendo para 2004 um faturamento 26% superior ao de 2003 que foi de R$ 8,7 Bilhões.
Este crescimento está provocando uma maior utilização da capacidade produtiva e vem sendo puxado pela telefonia celular, seja pela venda de terminais, seja pela expansão da infra-estrutura existente devido às novas licenças e a migração do TDMA para o GSM e CDMA.
No 1º semestre de 2004 a Brasil Telecom GSM investiu R$ 255 milhões e os investimentos da Tim (212 milhões de Euros) e da Vivo (R$ 521 milhões) foram respectivamente 72% e 34% maiores que os do 1º semestre de 2003.
A produção de celulares no Brasil está aquecida e o consumo interno tem reduzido as exportações.
No 1º semestre de 2004 foram produzidos na Zona Franca de Manaus 10,5 milhões de celulares, quantidade 41% maior que a do 1º semestre de 2003. A exportação de aparelhos telefônicos (inclusive celulares) caiu no entanto de 7,5 milhões de aparelhos em 2003 para 1,5 milhão no 1º semestre de 2004.
Na telefonia fixa, o investimento das operadoras está repetindo o ano de 2003, apesar das variações em cada operadora, como apresentado na tabela a seguir.
A área de dados com a expansão da Banda Larga, VoIP e a implantação de Redes NGN vem puxando os investimentos nas operadoras de telefonia fixa. Esta operadoras precisarão aumentar os investimentos para atender as metas de universalização.
Diante deste quadro pergunta-se:
Quanto ao otimismo, sim! sou otimista em relação ao reaquecimento exponencial do mercado de Telecom, principalmente no que se refere as redes NGN's e no que se refere a serviços de VoIP! Penso que o segmento que mais irá gerar rentabilidade é o de VoIP, inclusive demandando investimentos no segmento para pessoa fisica (SOHO).
Hj no Brasil temos um ambiente voltado para SOHO muito peculiar ao dos EUA do início dos anos 90, o que tem gerado e tende a continuar crescendo a demanda por soluções de Banda Larga e redução dos custos operacionais (de hj) da Telefonia fixa e ainda somando a isso a integração do segmento de TV Digital que em 2005 será mais um serviço a ser agregado no portifólio das Operadoras de Telecom.
Quanto ao mercado de celulares no Brasil, ainda sou um pouco cético com os números abordados, até pq, todas as pesquisas até o momento apresentadas, são calcadas em pontos móveis, ou seja, aparelhos ativados (...a cosiderar q pra cada ponto de voz fixo, podemos ter em média 3 pontos móveis...), bom para a Indústria claro, mais ainda um pouco nublado do ponto de vista da tecnologia!
O mercado brasileiro continua um paradoxo sem precedentes e difícil de ser explicado. Por outro lado a chegada de VoIP é definitiva e forçará inevitavelmente as empresas operadoras a reverem seus conceitos de comercialização de serviços e por outro lado o consumidor mais uma vez mudar seus hábitos de consumo tão arraigados pelos 25 anos de mercado fechado e estes 6 anos de "vontade de abertura".
A chegada de VoIP é o elemento definitivo que forçará esta mudança e especialização dos serviços, pois exigirá equipamentos mais "sofisticados" para a transmissão de voz no usuário final, que hoje ainda usa linha discada para acesso á internet e está recebendo uma lenta mudança para banda larga sem trocar a base de cabos e conectores, que em alguns casos já têm mais de 20 anos instalados.. Este mudança acelerará que todo "bloco de enrolar" seja trocado bem como seus respectivos cabos. Este é o mercado que esperamos.
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