Atualizado em: 23/03/2019
Por que a Claro comprou a Nextel?
A NII e AI Brazil Holdings concordaram com a venda de suas participações de 70% e 30%, respectivamente, na Nextel Brasil para a América Móvil, controladora da Claro Brasil, por US$ 905 milhões (R$ 3,47 bilhões).
Com a compra da Nextel a Claro adiciona a sua base de celulares 3,3 milhões de celulares pós-pagos, sendo 1,5 milhões na região metropolitana de São Paulo (DDD 11) e 1,3 milhões na região metropolitana do Rio de Janeiro (DDD 21).
Com a incorporação da Nextel, a Claro irá consolidar sua posição de 2º colocado em market share de pós-pago (de 23,6% para 26,9%), distanciando-se da TIM (20,3%). Ela passa a superar a TIM em 2,4 milhões de pós-pagos, mesmo quando são excluídos do pós-pago os terminais M2M. A Claro assume também a liderança em pós-pago no DDD 21, superando a Vivo.
Porém, mais que os clientes pós-pagos, o principal ativo da Nextel são as frequências (> 1 GHz) adquiridas junto a Anatel em 2010 e 2015 por um total de R$ 1,9 bilhões.
Com essas frequências da Nextel a Claro terá uma maior flexibilidade para expandir sua rede 4G/4,5G e torna menos crítica a aquisição de um grande lote de frequências no leilão de 5G que deve acontecer em 2020. TIM e Oi têm uma situação mais crítica, principalmente em relação às frequências menores que 1 GHz.
Com a aquisição da Nextel ultrapassa o CAP, quantidade máxima de banda que cada operadora pode ter, apenas em São Paulo (11) para frequências menores que 1 GHz, como apresentado nas tabelas acima. Note-se que estas frequências eram utilizadas para o serviço de rádio (iDEN) e não são suportadas pelos telefones celulares do Brasil. O limite do CAP para cada operadora pode ser estendido para até 40% do total, mediante condicionamentos da Agência de ordem concorrencial e que visem ao uso eficiente do espectro.
A principal dificuldade para que a Claro ou outra das operadoras brasileiras adquirisse a Nextel era o CAP, quantidade máxima de banda que cada operadora pode ter nestas faixas de frequências. Ele era de 30 MHz (15+15) em 1.900/2.100 MHz e 50 MHz em 1.700/1.800 MHz. Quem adquirisse a Nextel teria de devolver gratuitamente para a Anatel a quantidade de espectro que excedesse o seu CAP nestas frequências.
Em nov/18 a Anatel atualizou os valores de CAP que passaram a ser de:
As operadoras de celular (Vivo, Claro, TIM e Oi) eram as potenciais compradoras da Nextel (mais detalhes), uma vez que sua operação auônoma não se demonstrou viável econômicamente.
Os problemas da NII, controladora da Nextel, começaram com a perda de competitividade de sua rede iDEN (Rádio), o que levou o grupo a vender suas operações na América Latina, restando apenas o Brasil.
A Nextel Brasil investiu em uma rede celular, como substituição à rede rádio, mas esta operação não se mostrou rentável, tornando a sua venda inevitável.
Além da queda na receita, a empresa tem apresentado margem OIBTDA negativa e prejuízos sucessivos.
Diante deste cenário pergunta-se:
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