Atualizado em:
Balanço de 2004
Atualizado em: 27/12/2004
O ano de 2004 foi positivo para
o setor de telecomunicações.
As projeções do Teleco
indicam que a receita bruta das operadoras de Telefonia
Fixa e Celular no Brasil deve ser de R$ 100 Bilhões
em 2004, com crescimento de 15% em relação
a 2003. As operadoras de celular - que representam
1/3 desta receita - devem fechar 2004 com um crescimento
de 20% na Receita Bruta total, enquanto o crescimento
da receita bruta das operadoras de Telefonia Fixa é estimado
em 12%. Já a indústria de telecomunicações,
segundo a Abinee, deve ter em 2004 um faturamento 51%
maior que 2003.
Um balanço do ano apresenta
os seguintes destaques.
Crescimento do nº de celulares
As projeções do Teleco
indicam que o Brasil termina 2004 com cerca de 66 milhões
de celulares, 82% pré-pago. O crescimento no
ano (42%) foi um dos maiores no mundo e coloca o país
na 5ª posição em número de
celulares no mundo, atrás apenas de China, Estados
Unidos, Japão e Alemanha.
Este crescimento vem acompanhado
de uma queda na receita média por usuário
(ARPU) das operadoras de celular de R$ 36,00 no final
de 2003 para R$ 31,00 no final de 2004.
O crescimento ocorreu principalmente
entre os celulares com tecnologia GSM que cresceu em
mais de 15 milhões. Esta tecnologia foi adotada
por todas operadoras de celular do Brasil, com exceção
da Vivo. Existem pelo menos 3 operadoras GSM em todos
estados do Brasil, exceto São Paulo onde existem
2.
As projeções do Teleco
indicam que a tecnologia GSM terminará o ano
com um market share de 34% dos celulares e a tecnologia
CDMA com 30%. O TDMA ainda será a tecnologia
líder com 36% dos celulares, mas deve perder
esta posição em 2005.
Em 2004 completou-se também
a migração das operadoras para o SMP.
Com exceção de São Paulo, Minas
Gerais e Nordeste (área 10) as demais áreas
passaram a ter em operação 4 operadoras,
o que deve acontecer também em Minas em 2005.
A comunicação de dados
via celular se tornou uma realidade com o crescimento
das redes GPRS e 1xRTT e o oferecimento de novos serviços.
O EDGE e EVDO devem ampliar estas aplicações
em 2005.
Devido ao aquecimento do mercado
interno, as exportações de aparelhos
celulares caíram em 2004 e devem ser de cerca
de US$ 600 milhões, contra US$ 1 bilhão
em 2003.
As projeções indicam
também que a Tim terminará o ano como
a segunda operadora em número de celulares do
Brasil. Segundo dados da Anatel em outubro de 2004
a diferença que separava a Tim da Claro era
de apenas 30 mil celulares.
Dados, Internet Banda Larga,
VoIP
Além do celular, os acessos
de banda larga a Internet apresentaram um forte crescimento
em 2004. O Teleco projeta que o Brasil deve terminar
2004 com 2,3 milhões de Acessos de Banda Larga,
sendo 1,9 milhões de ADSL. O número de
acessos de banda larga vem apresentando um crescimento
próximo de 90% ao ano. Cerca de 5% dos telefones
fixos em serviço já possuem um acesso
de banda larga ADSL.
Este crescimento começa a
viabilizar a adoção de tecnologias como
a VoIP, escolhida como a tecnologia quente de 2004
com enquête do Teleco. Após longa maturação,
a VoIP foi paulatinamente sendo adotada no ambiente
corporativo e nas chamadas de longa distância
e ganhou soluções de utilização
via Internet como o Skype.
O número de licenças
de Serviço de Comunicação Multimidia
(SCM) continua crescendo e já eram 296 em dezembro
de 2004.
O WIFI havia sido apontado por enquete
do Teleco no final de 2003 como a tecnologia mais quente
para 2004. Pela avaliação efetuada, o
sucesso não foi o esperado ...
Telefonia Fixa
O grande acontecimento do ano na
telefonia fixa foi a aquisição da Embratel
pela Telmex. O número de telefones fixos em
serviço em 2004 deve apresentar um pequeno crescimento
permanecendo próximo aos 39,2 milhões
registrados em 2003.
No campo regulatório a decisão
judicial mantendo o IGP-DI como índice de reajuste
para as tarifas restabeleceu o respeito aos contratos.
A Anatel deu também um primeiro passo para desfazer
o nó do unbundling definindo os valores máximos
de referência a serem praticados pelas concessionárias
de serviço local para o compartilhamento do
par metálico (line sharing).
Algumas questões no entanto
continuam em aberto:
- A disputa entre Opportunity e Telecom Itália
pelo controle da Brasil Telecom.
- O SCD e a utilização do Fust.
TV por assinatura
Após um período de
estagnação, o setor de TV por assinatura
deve voltar a apresentar crescimento em 2004 terminando
o ano com cerca de 3,8 milhões de assinantes.
O setor foi movimentado pela aquisição
da SKY pela DirecTV e de parte da Net pela Telmex.
As operadoras, após equacionar
as suas dívidas, ganharam novo fôlego
em 2004 e planejam adotar a estratégia de triple
play (TV por assinatura, banda larga e VoIP).
Qualidade
O destaque negativo do ano foi em
relação ao atendimento das metas de qualidade.
O número de metas não
atendidas pelas concessionárias de telefonia
fixa (setores) deve ser em 2004 duas vezes maior que
o de 2003, quando elas deixaram de atender a 276 indicadores.
No celular as operadoras ainda não
conseguiram se adaptar aos novos índices de
qualidade do SMP e tem deixado de atender a uma média
de 200 metas por mês. O indicador Taxa de Chamadas
Completadas para os Centros de Atendimento (SMP3) não é atendido
por quase a totalidade das operadoras.
Diante deste quadro, a Anatel parece
estar agilizando os seus processos internos tendo arrecadado
em 2004 (até novembro) R$ 36,64 milhões
em multas contra operadoras de telefonia fixa.
Bovespa
Se o ano foi bom para o setor, o
mesmo não pode ser dito da performance das ações
das operadoras de telecomunicações na
Bovespa. O rendimento no ano do Itel esteve sempre
abaixo dos outros índices (Ibovespa e IEE),
com uma diferença da ordem de 2% ao ano.
Diante desse quadro pergunta-se:
- O ano de 2004 foi bom para as
telecomunicações no Brasil?
- O que esperar de 2005?
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