Atualizado em: 30/11/2019
A nova Telefônica
Por Eduardo Tude e Debora Vieira
A Telefônica decidiu avançar na sua transformação digital buscando ocupar uma posição relevante nesse novo mudo de 5G, fibra e Inteligência Artificial, focando em quatro países (Espanha, Brasil, UK e Alemanha), mercados maiores e com maior potencial de crescimento.
Nota: OIBDA e EBITDA são iguais na ausência de receitas e despesas não operacionais e não financeiras, estas últimas incluídas no OIBDA.
O Brasil apresentou a 2ª receita do Grupo no acumulado dos primeiros nove meses do ano, atrás apenas da Espanha. A Vivo apresentou o maior OIBDA e a maior margem OIBDA neste período.
As operações da Telefônica nos países Hispano americanos seguirão outro caminho. Será feito um spinoff em uma unidade autônoma com um management dedicado e foco local.
José María Álvarez-Pallete, Chairman & CEO of Telefónica, justificou esta medida da seguinte forma:
"Até alguns anos atrás, nossas operações na América Latina eram a força motriz por trás do crescimento da empresa. No entanto, as condições específicas nesses mercados tiveram um impacto nos negócios, reduzindo sua contribuição nos últimos anos por várias razões (ambiente macro e regulatório, maior pressão competitiva, escala insuficiente ou volatilidade das moedas) e apesar dos enormes esforços de nossas equipes locais, que sempre demonstraram um forte compromisso."
A Telefônica Hispano América teve uma receita próxima do Brasil nos 9M19 (7,7 bilhões de euros), mas margem OIBDA menor (26,9%).
Esta unidade autônoma pode ser posteriormente vendida ou ter suas ações vendidas na bolsa. A Telefônica já havia fechado no início deste ano a venda de suas operações na América Central para a Millicom (Panamá, Costa Rica e Nicarágua) e para a América Móvil (El Salvador e Guatemala).
Entre as operações hispânicas de mior porte da Telefônica, Colômbia e Chile apresentam bons resultados, mas o Peru enfrenta uma queda de sua margem com o impacto regulatório da redução de 57% na taxa de terminação móvel desde 1º de janeiro de 2019.
Com margem OIBDA de 11%, a situação da Telefônica México é mais complexa. Para reduzir seus custos a operadora anunciou que irá devolver espectro para o órgão regulador (IFT), devido ao alto valor dos pagamentos anuais. Fez um acordo também com a AT&T para passar a utilizar a rede 3G e 4G desta operadora para prestar serviços móveis no México, por um período de pelo menos oito anos.
O plano de ação da Telefônica inclui a criação da Telefônica Infra e o lançamento da Telefónica Tech, voltada para o segmento B2B e com foco em segurança cibernética, IoT e Big Data e nuvem. O plano foi bem recebido no mercado com as ações apresentando alta de 1,9% na semana.
Diante dos desafios a serem enfrentados neste processo de transformação digital, a decisão da Telefônica de focar os seus recursos nos quatro maiores mercados parece correta e boa para o Brasil, que cresce em importância no Grupo. Uma possível venda das operações nos outros países da América Latina poderá também ajudar a reduzir a dívida de 38,3 bilhões de euros do Grupo.
A dúvida que fica é em relação ao caminho a ser tomado por esta unidade autônoma que reunirá as operações hispano americanas. Afinal, elas também precisarão passar por um processo de transformação digital, assim como precisarão de investimentos em 5G, fibra e Inteligência Artificial.
Diante deste cenário pergunta-se:
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