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Em Debate

Publicado: 09/08/04

 

Vamos Fazer um Bundle com

Wi-Fi ou VoIP?

 

 

 

Eduardo Prado

 

Weblog: Smart Convergence

 

Será o Benedito, meu Deus! Expressão bem popular no nosso país que poderia ser bem utilizada para descrever um estágio diferenciado de competição que está ocorrendo no mercado mundial de telecom e que - sem sombra de dúvida - chegará no Brasil em muito breve.

 

Vejamos então.

 

No ano passado ...

 

Falamos bastante sobre pacotes diferenciados que poderiam ser compostos pelas nossos players de Wi-Fi (principalmente as Operadoras de Telefonia) nas matérias: Wi-fi e conteúdo de mídia alavancam a

venda de banda larga no mundo. O que as operadoras brasileiras estão

esperando? (AGO.2003) e Telefonia fixa: Wi-Fi "bundle services" (MAI.2003) e, nada ocorreu de criativo no mercado brasileiro de Wi-Fi além da oferta de acesso simples de Wi-Fi. Vocês sabem por quê? Principalmente, por causa da falta de competição no mercado brasileiro de telefonia desde que os principais players de Wi-Fi em qualquer lugar do mundo são as Operadoras de Telefonia Móvel e Fixa e estes players não se sentem muito "ameaçados" no Brasil. Vejamos alguns casos para corroborar o que estamos afirmando:

  1. a Vex é o único WISP brasileiro neste último ano;
  2. a TELEMAR (hoje composta com a Oi) lançou o seu Sistema de Pré-Pago de Wi-Fi e, parou nisto - até agora. O serviço da TELEMAR utiliza a rede da Vex. Aqui cabe uma pergunta. Será que a TELEMAR considera o Serviço de Wi-Fi uma oferta estratégica?;
  3. a Brasil Telecom tem seu serviço de Wi-Fi - o Br Turbo Asas - baseado na rede da Vex e alguns poucos hotspots próprios;
  4. a Telefonica - única exceção com rede própria e sem depender da Vex - caminha a passos largos em Wi-Fi A Telefônica deve ser uma grande promessa de Wi-Fi no Brasil e, em nossa avaliação, partindo da experiência por aqui, vai "atacar" pesadamente a América Latina (AL), a previsão é de 1.200 Hotspots na AL em 2004. Ela tem dois grandes motivadores: quer investir em Wi-Fi e tem dinheiro para isto. Eles chegaram a 200 hotspots no primeiro semestre e tem previsão de 500 em 2004. Um grande desafio. O interesse em Wi-Fi da Telefônica no Brasil e América Latina vem das "terras espanholas". Veja aqui o serviço de Wi-Fi da Telefonica: o Speedy Wi-Fi ;
  5. a Vivo depois de um processo de licitação que deve durar 01 ano deve começar sua instalação do seu Serviço de Wi-Fi no final do ano. Aqui o desejo das "terras espanholas" não chegou com a mesma velocidade que no caso da Telefonica;
  6. Alguns outros serviços como os do A Jato, iG e Terra são simplesmente baseados na rede da Vex.

Simplesmente isto que mostramos acima ocorreu neste último ano, gente! Muito pouco, não é?. Como vocês podem ver a oferta ficou restrita apenas fornecimento de acesso de Wi-Fi. Nenhuma engenhosidade de Modelo de Negócio diferenciado. Aproveitamos e vamos fazer uma afirmação aqui: venda de acesso de simples Wi-Fi não dá RoI no médio prazo. Ou os nossos players fazem algo diferenciado além do que a venda simples de acesso de Wi-Fi, ou vão deixar os acionistas com "um certo ar de tristeza" - para ser suave. Se você quiser exemplos de casos de insucesso de WiFi no mundo que faliram, foram comprados ou saíram do negócio nós temos alguns: a MobilStar (não teve fôlego para progredir com a cadeia de café Starbucks e foi comprada pela T-Mobile), a Joltage (faliu), a Megabeam de Londres (foi comprada pela Swisscom), a WLAN AG de Munique (também foi comprada pela Swisscom) e o gigante Cometa Networks (não passou de 250 hotspots e abandonou o negócio).

 

O que está acontecendo nos EUA ...

 

Há quase 01 ano a coisa nos EUA começou a "pegar fogo" na área de Wi-Fi. E por quê? Por causa da competição. A entrada das empresas de TV a Cabo no mercado de ouro da telefonia fixa através de VoIP provocou uma reação imediata das Baby Bell empacotando os Serviços Bundle aonde Wi-Fi era uma "cereja" a mais.

 

Como o "uso do cachimbo faz a boca torta" as empresas de TV a Cabo estão utilizando a mesma artimanha para competir agora com as Operadoras de Telefonia no mercado de banda larga.

 

O Wi-Fi sem custo ou com desconto virou uma nova arma na guerra entre as empresas de TV a Cabo e as Operadoras de Telefonia Fixa para capturar novos clientes de banda larga de Internet.

 

O Wi-Fi que permite os usuários acessarem a Internet sem fios, compartilharem arquivos ou impressão, tem aumentado muito sua popularidade em todo o mundo nos últimos 03 anos. Milhões de pessoas têm instalado seus sistemas nas residências ou escritórios.

 

Agora nos EUA, as companhias de telefonia local estão tentando "roubar" market share para seus serviços de banda larga (DSL) das empresas rivais de TV a Cabo utilizando a tecnologia de Wi-Fi para atrair novos clientes. A Verizon Communications e BellSouth agora estão fornecendo grátis roteadores Wi-Fi para novos assinantes de DSL depois de um abatimento no preço. A Qwest Communications inclui as funcionalidades de Wi-Fi no seu modem de DSL e envia para seus clientes. A SBC Communications já vendeu o equipamento de Wi-Fi para mais de 700.000 dos seus clientes de DSL.

 

O que as operadoras de telefonia pretendem é manter os modems das Operadoras de TV a Cabo fora das residências e das empresas. Por anos as Operadoras de Telefonia foram lentas na oferta de serviços de banda larga e ao invés disto focavam na oferta de uma 2ª linha para o acesso a Internet. As Operadoras de TV a Cabo, sentindo de perto a concorrência das empresas de satélite, se adiantaram e passaram a ofertar agressivamente o modem de banda larga para manter um diferencial competitivo.

 

No último ano as Operadoras de Telefonia reduziram o preço das assinaturas de banda larga no esforço de aumentar market share. Parece que está valendo a pena pois durante os 03 primeiros meses de 2004, os números de novos assinantes de DSL passaram o número dos novos assinantes de modem a cabo. As Operadoras de Telefonia adicionaram 1,168 milhão de novos assinantes de DSL nos 03 primeiros meses do ano quase o dobro do mesmo período no ano anterior. As empresas de TV a Cabo adicionaram 1,14 milhão de novos assinantes de modem a cabo, com uma queda de 16% comparativamente ao mesmo período no ano anterior.

 

Os Analistas de Indústria acreditam que a entrada em cena do Wi-Fi faz todo sentido para capturar novos clientes, seja através do fornecimento como serviço pago ou através do fornecimento como serviço gratuito caracterizando um elemento de vantagem competitiva na fidelização de novos clientes.

 

As Baby Bells americanas têm um objetivo maior do que ganhar o market share do acesso a Internet de banda larga: elas querem manter os modems das empresas de TV a Cabo longe das residências das pessoas para tornar a vida mais dura das empresas de TV a Cabo na captura de novos assinantes para o famoso serviço de voz baseado em VoIP.

 

Entenderam por que a competição é construtiva?

 

Na forte ameaça da indústria de telecom dos EUA, as empresas de TV a Cabo e algumas carriers de telefonia (p. ex., Vonage) estão aumentando fortemente o serviço de telefonia utlizando a tecnologia de Internet. Tais serviços de chamadas pela Internet requerem conexões de alta velocidade como aquelas oferecidas pelos modems a cabo ou pelas linhas de banda larga (DSL). Isto significa que o ponto focal desta batalha sangrenta não está no acesso a Internet e sim no serviço de voz. Razões óbvias. O serviço de voz na telefonia fixa é - há muito tempo - a "vaca leiteira" das Operadoras de Telefonia Fixa. Perguntem a elas sobre o EBITDA deste serviço?

 

Mas hoje em dia as empresas de telefonia reconhecem que o principal negócio está se movendo das chamadas de voz para a banda larga. Veja a opnião da Verizon Communications. "Nós pensamos que o produto principal da Verizon no futuro é a banda larga. Nós queremos agora capturar o mercado e fazer tudo mais agressivo quanto pudermos para não ceder espaço para os homens da TV a Cabo" afirma Eric Rabe o porta-voz da Verizon Communications.

 

Depois das dificuldades iniciais nas instalações das linhas DSL, as Baby Bells têm superado as dificuldades embora afirmem que o serviço ainda não é lucrativo mas está perto de alcançar o RoI brevemente. Eu devo ser tolinho!.

 

As empresas de TV a Cabo que não são bobas nem nada estão mergulhando fundo no mercado de telefonia. A Comcast Corp - a maior empresa de cabo americana - anunciou recentemente planos para fazer seu serviço de telefonia disponível para 40 milhôes de residências.

 

A Cox Communications já oferece serviço de telefonia em 12 cidades.

 

A Time Warner Cable - uma divisão da Time Warner Inc. - afirma que vai oferecer serviço de telefonia em todos os 31 mercados que ela atua até o final deste ano.

 

E a Cablevison Systems Corp. anunciou no mês passado que vai ofertar um pacote de televisão digital, acesso a Internet de alta velocidade e um serviço grátis de telefonia.Uau!.

 

As empresas de TV a Cabo estão também olhando a tecnologia de Wi-Fi.

 

A Comcast resolveu atacar sobre 02 flancos ao mesmo tempo. Sabendo que a capacidade de comercializar ofertas de banda larga é diretamente proporcional a habilidade de gerar ofertas tecnológicas diferenciadas de Bundle Packages, a Comcast se associou a Linksys (leia-se Cisco) para alavancar negócios juntamente com Wi-Fi na sua base de clientes. Veja em Comcast Fears Unplugged. Não satisfeita também lançou seu serviço de VoIP recentemente: Comcast VoIP .

 

A Comcast começou a alugar equipamento de Wi-Fi para clientes no ano passado e planeja oferecer estes equipamentos para todos os seus mercados até o final do ano, cobrando por instalação - incluindo um complicado processo de definir sistemas de segurança de senha de até 05 computadores. A empresa cobra uma taxa de US$ 10 por mês serviço de suporte ao cliente e acesso de maior velocidade.

 

Enquanto isto a Cox Communications oferece equipamento - incluindo roteadores e cartões de PC - e a instalação por uma média de US$ 249 sem necessidade de cobrança de taxas de serviços mensais. Mas a empresa de TV a Cabo já anunciou que está buscando planos mais agressivos para muito breve.

 

A Time Warne Cable oferece equipamento de Wi-Fi, incluindo cartões com antenas para laptops. O equipamento é grátis ou tem uma taxa dependendo da localização do assinante. A taxa de instalação varia de um valor grátis até US$ 35, com uma taxa de serviço mensal que varia entre US$ 6 a US$ 14,95. A Time Warner só dá suporte a um ponto de Wi-Fi. É bom lembrar que há 02 anos atrás ela estava processando judicialmente assinantes seus que violavam contrato de serviço com ela e distribua o seu sinal através da tecnologia de Wi-Fi para vários vizinhos.

 

A Bell South também exige pagamento pelo serviço: depois de um desconto de US$ 149 no equipamento, tornando ele sem custo para os consumidores, a Operadora de Telefonia cobra entre US$ 5 e US$ 10 mensais pelo suporte ao cliente, dependendo da velocidade de conexão da banda larga (DSL).

 

Veja mais sobre esta disputa nas matérias: Cable Vs. DSL da DSL Reports e Broadband Battles Bring Benefits da internetnews.com.

 

Pois é, tanto, as Operadoras de Telefonia como as empresas de TV a Cabo estão descobrindo - ou exercitando - o diferencial da utilização da tecnologia de Wi-Fi nos seus Pacotes Bundle. Tempos modernos!.

 

Um bom exemplo de estratégia de negócio de Wi-Fi ...

 

Não se desespere se seu negócio de Wi-Fi no Brasil ainda não está no "azul". "Muita água ainda pode ter rolar debaixo desta ponte".

 

Vamos ver algumas alternativas inteligentes.

 

Algumas coisas podem ser feitas. Uma delas é o exercício de Pacotes Bundle com outros produtos. A outra é a preocupação em expandir-se através de acordos de roaming. Um exemplo de roaming. A Telefonica em São Paulo pode ter sua estratégia brilhante de Wi-Fi naquele estado mas não deve ficar confinada naquela região. Por exemplo, poderia estar buscando acordos de roaming no Rio com a Vex ou TELEMAR e na região Sul e em Brasília com a Vex ou com a Brasil Telecom. Esta "ficha já caiu" na cabeça de grandes players na Europa e nos EUA. Um exemplo: BT Openzone wants Wi-Fi roaming deal with T-Mobile UK.

 

Vários players hoje no mundo estão preocupados em gerar sustentabilidade para seu negócio de Wi-Fi e muita gente não sabe como. Hoje em dia o item Modelo de Negócio de Wi-Fi é uma questão séria para várias players incluindo grandes Operadoras de Telefonia que estão pondo muito dinheiro no negócio de Wi-Fi e reconhecem que elas precisam fazer alguma coisa mas elas não estão muito seguras do que fazer.

 

Recentemente a SBC Communications - a segunda maior Operadora de Telefonia Fixa americana depois da Verizon Communications - deu um grande exemplo para o mundo com uma estratégia que a primeira vista pode não fazer muito sentido mas o conceito de "bundling" pode estar ajudando a muita gente no negócio de Wi-Fi que saiba empreendê-lo eficientemente. Ver Press Release da SBC: SBC Communications Announces Agreements That Will Significantly Expand Wi-Fi Availability . O ponto focal da estória está nos esforços crescentes de estabelecer acordos de roaming com outros provedores de Wi-Fi, de tal forma que os clientes da SBC tenham conexões em todo o território americano e, em alguns casos, fora dele.

 

A SBC estabeleceu o maior acordo de roaming de Wi-Fi já visto até agora com um preço fixo ( flat rate ). Talvez a grande sacada do Wi-Fi passe por esta visão de negócio de Wi-Fi que a SBC Communications tem tido recentemente.

 

Vamos ver um pouco da engenhosidade (e brilhantismo) da SBC que passou em poucos meses de uma mera "lanterninha" do mercado americando de Wi-Fi para um o lugar de first mover , conforme podemos ver a seguir:

  1. Lojas da UPS: A SBC instalará Wi-Fi em milhares de lojas de varejo da UPS, que são lugares que agregam várias pessoas de negócios. Isto provavelmente vai exigir um novo pensar nas operações postais e comerciais naquelas lojas de forma a tornar a vida mais fácil daquelas pessoas que passam parte do seu dia naquelas lojas de carga. Esta é uma grande sacada e começou de fato com a UPS quando montou um trial em 66 lojas nos EUA com a idéia de espalhar depois pelo mundo. Veja em UPS Tests Wi-Fi at Retail Stores, Eyes Global Rollout. Este é um caso, que se bem explorado, pode ter vários desdobramentos no Brasil;
  2. Serviços Gerenciados com o Wayport: A SBC contratou o Wayport - o maior WISP americano - para montar o seu serviço de Wi-Fi - o FreedomLink - ao invés de montar um departamento próprio sem experiência no negócio para fazer este serviço. Grande sacada que várias Operadoras de Telefonia ainda insistem no "vôo solo";
  3. Serviço de Wi-Fi McDonald´s via Wayport: Eles foram a primeira Operadora de Telefonia a assinar o acordo para comercializar o serviço de Wi-Fi do McDonald´s que será implantado em milhares de lojas do Mac nos próximos anos;
  4. Fornecedor de Banda Larga do Wayport/McDonald´s: Eles estão fornecendo a banda larga (DSL) para a maioria das lojas do McDonald´s aonde o Wayport está desconectado como parte do acordo entre eles. Bela idéia que poderia ser seguida por várias Operadoras Fixas no Brasil. Grande sacada de "venda casada";
  5. Muitos Aeroportos: Eles têm acordos de roaming do seu serviço FreedomLink com vários aeroportos americanos e agora também com os aeroportos ligados a Sprint PCS. Existem poucos aeroportos importantes fora da rede da Sprint PCS. Aeroportos é um componente chave no negócio de Wi-Fi;
  6. Wi-Fi nas Residênciais: A SBC está vendendo um grande número de roteadores por dia para seus assinantes do serviço de banda larga (DSL) residencial. Assinantes sem Wi-Fi na residência podem estar adquirindo adaptadores ou novos sistemas por causa desta facilidade de compartilhamento. Esta é uma estratégia Bundle que falamos há muito tempo nas nossas matérias. Ela começou no mundo pela KTC da Coréia do Sul e pela Telecom Itália com a sua oferta de sucesso chamada Alice. Só não copiou quem não quis no Brasil. Faltou visão empreendedora dos players de Wi-Fi por aqui na implementação de algo sério nesta direção. Pergunta que não que calar: Cadê o Speedy da Telefonica, o BrTurbo da Brasil Telecom e o Velox da TELEMAR?;
  7. Estimulando a Assinatura de Hotspots para a Base de Assinantes de Banda Larga (DSL): A SBC já anunciou que vai ofertar ofertar o seu serviço FreedomLink com substancial desconto para seus assinantes de banda larga (DSL). Será algo com US$ 10 por mês para uso ilimitado? Ou US$ 8? Ou US$ 10? Quem sabe. Esta é uma oferta campeã pois a base de assinantes de banda larga já é qualificada e fidelizada. Meu Deus. Mina de ouro!. E vamos novamente com a mesma pergunta: Cadê o Speedy da Telefonica, o BrTurbo da Brasil Telecom e o Velox da TELEMAR?;
  8. Cingular Wireless: Não podemos esquecer o fato que a SBC só tem 60% da Cingular, que está em processo de consolidação de compra da AT&T Wireless, e que está lançando o serviço UMTS em 04 cidades. No ano passado a SBC anunciou que estaria vendendo Wi-Fi para os assinantes da Cingular em 2005. Vamos ver se aposta se torna realidade. Este é um fato extremamente diferencial. A combinação de um Pacote Bundle composto com telefonia móvel. Poucas Operadoras no Brasil podem fazer isto no Brasil. Apenas a TELEMAR, a Brasil Telecom e a EMBRATEL com a Claro.

Pelo que vimos acima algo como este belo trabalho estratégico de Wi-Fi da SBC pode dar errado? NUNCA, parceiros. Nunca mesmo. Faltou pouca coisa. Nos diríamos que eles podem focar um pouco no Segmento Hoteleiro.

 

Finalmente o Modelo de Negócio de "roaming and bundling" realmente começa a decolar nos EUA, e não existe razão para que ele não dê certo também na Europa e na Ásia aonde várias empresas têm se esforçado também com a questão do Modelo de Negócio. A situação européia parece especialmente frustante pois poucas tarifas de serviços deles estimulam os potenciais usuários desejarem gastar e existe um claro não entendimento do que os consumidores querem. Com todas estas dificuldades, talvez o melhor voltar atrás e ver como esta experiência progride nos EUA. Certamente, na Europa os players estão tendo vários problemas com as tarifas de roaming atualmente, que o Wi-Fi pode ser a última coisa que eles pensarão ultimamente.

 

Um mundo de "ficção" no Brasil ...

 

Depois de tudo que vimos acima vamos "viajar" um pouco na nossa realidade brasileira.

 

O que queremos dizer? Como vimos nos EUA, as empresas de telefonia e de cabo estão se degladiando. Como as empresas de cabo estão perdendo negócio de banda larga para as Operadoras de Telefonia, elas estão respondendo através da oferta de Bundle Packages que incluem serviços de VoIP e/ou Wi-Fi.

 

Mas o que isto tem a ver com o Mercado Brasileiro? Aqui nós temos um mercado de Wi-Fi bastante ativo com várias Operadoras e WISPs atuando nele de forma bastante agressiva? (rs). Aqui nós temos uma real competição das Empresas Espelho segundo nosso Modelo de Privatização de Telecom de alguns anos atrás? (rs). Aqui nos temos empresas de cabo extremamente capitalizadas e disputando "palmo a palmo" o mercado de banda larga residencial? (rs). Sim sabemos que não temos tudo isto mas existe um fato novo que pode alterar um pouco esta calmaria reinante. O que seria? A combinação da Telmex + EMBRATEL + Claro + Net (que aqui vamos chamar de o Grupo da Telmex). Nesta combinação nós podemos ter capital para investimento, rede de acesso com abrangência nacional, telefonia móvel e "alguma" capilaridade residencial nos grandes centros que pode apimentar um pouco desta nossa competição de "berço esplêndido". Veja aqui no Teleco alguns números recentes da NET: Resultados do 2º Trimestre 2004 .

 

Para "brincar" um pouco com um cenário de ficção vamos nos concentrar nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Como sabemos o grande interesse da Telmex reside na banda larga da Net. Como vimos acima a chegada do modem nas residências permite uma série de serviços diferenciados.

 

Vamos imaginar algumas situações:

  1. Oferta de VoIP: a Net ampliaria sua base de abrangência suportada pela rede da EMBRATEL e resolveria apostar na tecnolgia de VoIP para fornecer serviços de voz ao cliente residencial retirando receita de telefonia das Operadoras TELEMAR e Telefonica. Como estas Operadoras reagiriam? Conforme vimos acima em vários exemplos nos EUA, seria a reação destas Operadoras através de Pacotes Bundle de Wi-Fi ou através da "canibalização" de uma 2ª linha ao cliente residencial. A coisa pode esquentar por aqui;
  2. Oferta de Wi-Fi: a Net ampliaria sua base de abrangência suportada pela rede da EMBRATEL e resolveria apostar na tecnologia de Wi-Fi como uma Oferta Bundle ao seu tradicional serviço de banda larga (o Virtua). Esta estratégia estaria causando erosão aos clientes de banda larga da TELEMAR e Telefonica nos serviços Velox e Speedy respectivamente;
  3. Uma possível reação da TELEMAR e Telefonica: Uma reação natural da TELEMAR e Telefonica poderia ser na agressão à base de assinantes de TV da Net. Hoje em dia sabemos que a tecnologia de Vídeo over ADSL (VoADSL) já é disponível no mundo e as Operadoras TELEMAR e Telefonica ainda não possuem este serviço. Elas poderiam estar apostando nesta oferta para atingir a região de conforto da Net que é seu cliente de TV. Aqui nós temos um problema, a TELEMAR e a Telefonica tinham que buscar conteúdo diferenciado para competir com a Net. Um problema também a resolver além daquele associado a implantação da tecnologia de VoADSL. Várias Operadoras no mundo já estão exercitando o negócio de VoD ( Video on Demand ) na sua rede de banda larga. Vejam alguns exemplos: KPN asks for access to cable networks to offer TV, Bell Canada Television, Belgacom contracts Siemens for iDTV pilot, Telco TV in Manitoba, SBC Plans FTTH e SBC's $6 Billion Banquet . Este movimento seria muito interssante para o cenário da nossa competição fictícia;
  4. Ação "Casada" na Base da Claro: O Grupo Telmex no Brasil tem acervo de cliente consumidor de fazer inveja a muita gente: a base de clientes da Claro. Uma outra possível ação do Grupo seria estar ofertando serviços de Wi-Fi via a Net para a base de clientes da Claro. Aqui evidente a Net teria que fazer um bom investimento para aumentar a capilaridade da sua rede de banda larga nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

O que vimos aqui foram alguns singelos exemplos do que poderia está acontecendo em termos de competição com o Grupo da Telmex no Brasil. Evidentemente que existem mais alternativas de exercício desta competição no novo cenário brasileiro de telecom.

 

A partir do ano seguinte a disputa vai ficar ainda mais "apimentada" com a chegada comercial da tecnologia de WiMAX e cabe aqui algumas perguntas: (a) a TELEMAR e a Telefonica vão considerar a tecnologia WiMAX nas suas respostas ao Grupo da Telmex ou (b) o Grupo Telmex vai utilizar a tecnologia de WiMAX para aumentar seu poder de fogo? Lembramos aqui que a EMBRATEL é a única felizarda de uma licença de 3,5 GHZ em todo território nacional para prestação de serviços PMP (Ponto-Multiponto) que "cai como uma luva" na realidade do WiMAX.

 

É Senhoras e Senhores, com certeza esta festa vai ficar boa e quem vai ganhar somos nós consumidores!!!. VIVA A COMPETIÇÃO!!!.

 

 

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Nota: As informações expressadas nos artigos publicados nesta seção são de responsabilidade exclusiva do autor.

 

 

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