Em Debate
Publicado: 13/09/04
Imagine se o Pão de Açúcar montasse uma Rede de Serviços com WiMAX?
Eduardo Prado
Weblog: Smart Convergence
Não se assustem. Isto é uma mera analogia. Você acha isto conversa de futurólogo?. Eu também acho (rs) mas ... você já ouviu falar de MVNO.
( Mobile Virtual Network Operator ), não já? É uma empresa de serviços de telefonia celular que não tem espectro de freqüência licenciado mas vende o serviço de telefonia móvel usando a rede de outrem. Grande idéia, não é?. Venda de capacidade ociosa. Acho o primeiro a começar este serviço no mundo foi a Virgin Mobile e hoje ela é seguida por alguns peso-pesados do mercado varejista e consumidor como 7-Eleven, Tesco (inglês) e MTV e tem mais "gente grande" considerando fortemente entrar nesta "festa" tais como: Time Warner Cable, Wal-Mart e Disney. Vejamos um pouco de MVNO aqui nesta matéria do The Economist inglês The virtues of being virtual e nesta outra Why MVNOs Make Sense do phone+.
O que é que esta estória tem a ver com o "tal" do WiMAX? É que recentemente "rolou" uma especulação nos EUA - e que eu acreditei, diga-se de passagem (rs) - que a maior cadeia varejista do mundo o Wal-Mart estava olhando a idéia de prover serviços de banda larga sem fio com a tecnologia WiMAX. Como o Wal-Mart tem loja em qualquer lugar nos EUA, por que é que eles não poderiam utilizar suas instalações para ofertar conectividade local para os lojistas da vizinhança, atuando como provedor. Sim, poderia ser razoável. Eles poderiam até estar fornecendo serviços de VoIP para quem quisesse. Prestem atenção. Esta estória não foi inventada por mim e ela está aqui. Venha ver: When Wal-Mart Offers WiMAX... Watch Out? no The Feature.
O que isto traz de novo aqui "embaixo do Equador" no nosso País? Primeiro fica uma pergunta no ar: a ANATEL vai deixar que isto ocorra no Brasil? Por exemplo, alguma grande rede varejista no Brasil (tipo Pão de Açúcar, Carrefour, Lojas Renner, Lojas Marisa ou Lojas Americanas, para citar apenas algumas) poderia comprar uma "sobra" do leilão de PMP (Ponto-Multiponto) realizado no ano passado na freqüência de 3,5 GHZ com cobertura nacional (igual a que a EMBRATEL já possui) e prestar o serviço de BWA ( Broadband Wireless Access ) na última milha? Eu não sei dizer. Temos que perguntar para a ANATEL mas na minha visão simplista poderia pois várias empresas que não são operadoras compraram licenças de PMP no mesmo leilão, a saber: DirectNet (do Grupo British Gas inglês e da Iqara Telecom ), Universal, WKVE , Sinos e Inforwave (Juiz de Fora).
Segundo: esta oportunidade "canibalizaria" o serviço de voz tradicional das Operadoras de Telefonia Fixa? Eu acho que não (em parte) pois a Brasil Telecom, a EMBRATEL, a Telefonica e a TELEMAR poderiam estar encontrando em um novo nicho de negócio que elas nunca pensaram para falar a verdade. Por quê? Por que elas poderiam estar fornecendo a infra-estrutura de backhaul de banda larga para as cadeias varejistas neste novo negócio. Novo negócio. Dinheiro novo. Que bom não é? Se eu fosse uma destas Operadoras iria procurar amanhã uma grande cadeia varejista para "casar" com ela.
Terceiro: as cadeias varejistas têm uma vantagem para o serviço de BWA que apenas as Operadoras de Telefonia Móvel têm. Qual é? Eles têm muitos tetos para instalar as ERBs (Estações Base) de WiMAX (os "tais" dos rooftops ). Coisa que vai faltar nas Operadoras de Telefonia Fixa e nos WISPs pois BWA não é o seu business ... até agora. As cadeias varejistas podem levar vantagem no aumento de receita como também trabalhar a fidelização dos seus clientes ofertando serviços de valor adicionado como VoIP e também Wi-Fi, sacou?. Podem ficar sabendo: não tem muito competidor para enfrentar uma grande rede varejista no negócio de BWA se ela resolver entrar neste business. Podem esquecer!.
Se isto de fato ocorrer estaremos cunhando aqui um novo acrônimo no segmento de serviços de telecom. Seria o BVNO = Broadband Virtual Network Operator !.
Podemos começar a pensar no Business Case, para quem gosta é um "prato cheio".
Entenderam agora o título desta matéria? Pois é, né. O WiMAX vai significar muita coisa nova no mundo e muita quebra de paradigma que devemos ir nos acostumando.
É como diz aquela peça de teatro dos anos 80 (acho eu): "Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá".
Vamos analisar aqui alguns fatos novos que virão com a tecnologia WiMAX mas antes vamos ver o que é WiMAX.
O Que o WiMAX é?
O WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) é um padrão de BWA ( Broadband Wireless Access ) para ser utilizado na última milha.
O WiMAX atualmente trabalha com os padrões IEEE 802.16d e IEEE 802.16e . O 802.16d (ratificado recentemente em JUN.2004, veja em IEEE Scores 802.16d ) é o padrão de Acesso sem Fio de Banda Larga Fixa (WiMAX Fixo) e cujos equipamentos farão os testes de aderência ao padrão e de inter-operabilidade no 2S04 e estarão disponíveis comercialmente no 1S05. O 802.16e (a ser ratificado no final de 2004) é o padrão de Acesso sem Fio de Banda Larga Móvel - WiMAX Móvel (assegurando conectividade em velocidades de até 100 Kms/hora) e cujos equipamentos estarão disponíveis em meados de 2006. O padrão 802.16d opera em faixa de freqüências de 2 a 11 GHz e o 802.16e de 2 a 6 GHz. O padrão 802.16d é uma evolução do padrão anterior 802.16a homologado em JAN.2003 e já permite um menor consumo de energia e menores CPEs (C ustomer Premises Equipment ) como também inova na incorporação do conceito de Antena MIMO ( Multiple Input and Multiple Output ). Veja esta referência sobre MIMO: Finding MIMO . O WiMAX suporta topologias ponto-multiponto e malha ( mesh ). Um lado também bastante inovador nesta tecnologia é que ela opera em bandas de freqüências não licenciadas (2,4 e 5,8 GHZ) e em bandas licenciadas (3,5 e 10,5 GHZ). Existe um movimento da FCC americana de buscar mais espectro de freqüência a partir da reengenharia de espectro na banda da tecnologia MMDS/ITFS em 2,5 GHz buscando espaço de freqüência para novos serviços incluindo o WiMAX. Veja em FCC Alters MMDS Band do Weblog Dailywireless. Este movimento poderia ser seguido no Brasil pela ANATEL . A modulação OFDM utilizada no WiMAX pode ser utilizada para proporcionar a conexão "sem linha de visada" (NLOS = Non-Line of Sight ) entre Estações Base e equipamentos de clientes. WiMAX pode atingir um alcance de até 50 Kms, com taxas de dados compartilhadas aproximando-se de 75 Mbs em canalização de 20 MHz. A performance NLOS é assegurada mais fortemente quando se está mais próximo da Estação Base. No alcance máximo de 50 Kms espera-se apenas uma performance LOS ( Line of Sight ). Um raio típico de BWA em NLOS varia de 5 a 8 Kms. O WiMAX é uma solução de BWA completa para voz, dados e vídeo ( streaming ) com QoS ( Quality of Service ) e Segurança intrínsicas. A Segurança do WiMAX suporta a autenticação com certificados x.509 e criptografia de dados utilizando DES ( Data Encryption Standard ). O WiMAX pode transportar IPv4, IPv6, Ethernet ou simultaneamente com QoS. Os Projetos Pilotos de WiMAX que estão ocorrendo no mundo atualmente são de Pré-WiMAX. O que isto significa? São equipamentos que não foram testados para saber se atendem ao padrão de WiMAX Fixo e se também atendem a requisitos de inter-operabilidade. Só depois destes testes - que estarão se iniciando no 2º semestre de 2004 - é que os equipamentos serão reconhecidos como sendo de WiMAX.
Qual o Appeal do WiMAX e Quem quer o WiMAX?
Nós temos percebido que o potencial real de ruptura do WiMAX baseia-se na sua Mobilidade. Sem mobilidade - e futura incorporação nos laptops - os padrões 802.16x seriam importantes, mas não alguma coisa que fizesse as Operadoras de Telefonia Fixa e Móvel se apressarem para ajustar seus Business Plans. A Mobilidade, levanta a possibilidade de criar redes com completa velocidade de banda larga e cobrindo áreas regionais ou nacionais, como também complementa muito das limitações das redes públicas de Wi-Fi e das redes móveis de 2,5G e até de 3G (o WiMAX tem maior eficiência espectral, maior velocidade e desta forma menor custo).
A Mobilidade do WiMAX é seu mote principal.
O desejo insaciável pelo consumo das tecnologias de banda larga sem fio tem ocorrido normalmente antes da consolidação dos padrões pelo IEEE. Isto ocorreu com o Wi-Fi e, já está ocorrendo com o WiMAX. Os fabricantes - que não são bobos nem nada - estão estimulando avidamente esta demanda e as Operadoras são forçadas a acelerar o roll-out dos seus planos. No caso do WiMAX este processo já está começando a ficar visível, trazendo benefícios e riscos. Os benefícios: a rápida disponibilização de novos serviços para os quais existe um mercado genuíno; a grande chance de harmonizar os desenvolvimentos das tecnologias de banda larga sem fio proprietárias em torno de um roadmap de padrões, aumentando a confiança de que a próxima geração de mobilidade será suportada por uma base comum ao invés de uma "colcha de retalho" fragmentada de redes proprietárias. Os riscos: no tempo que o 802.16e for ratificado e testado, e os padrões alinhados o risco é que as redes Pré-WiMAX no mundo todo não sejam inter-operáveis, significando custos adicionais e desafios de roaming entre Operadoras, e desapontamento dos consumidores.
Independente de prós e contras, os vendors vêem uma chance de colocar seus produtos no estágio inicial e se prevenirem da concorrência de equipamentos que não são WiMAX (como a Flarion que já está em trials na Vodafone KK no Japão e na Nextel nos EUA). Os vendors têm sido instigados pela pressão do mercado na busca de serviços de alta velocidade e mobilidade otimizada de dados.
Quem são os players de WiMAX: as Operadoras de Telefonia Fixa ou Mista (Fixa/Móvel) que precisam evoluir o seu Modelo de Negócio além dos "fios"; as Operadoras Móveis sem licença de 3G; e Provedores Novatos ( New Entrants ) com chance de capturar uma parte do mercado das Operadoras incumbentes.
Até recentemente a Mobilidade era privilégio de poucos vendors como a Navini e a NextNet Wireless que adotaram o padrão 802.16e. Atualmente todos os vendors querem falar de Mobilidade pois sabem que esta característica será um grande diferencial em poucos anos.
Para destacar esta tendência basta olharmos os passos recentes de vários vendors. A Alvarion adquiriu a interWave fabricantes de equipamentos compactos nas tecnologias GSM e CDMA principalmente para as regiões em desenvolvimento (Veja em Alvarion Snaps Up InterWave da Unstrung) . A Motorola - recém ingressa no Fórum de WiMAX andou fazendo testes inovadores com a tecnologia OFDM rodando em veículos com velocidades próximas a tecnologia 4G. Recentemente a Wi-LAN canadense numa experiência junto com a Wellink testou a capacidade de fazer seamless handoff a 100 Km/hr durante 3 Kms numa auto-estrada. Nos testes foram utilizados sistemas Libra 5800 da Wi-LAN (Veja em Mobilized 802.16 ). Os testes da Wi-LAN demonstram que o WiMAX (assim como a sua tecnologia Wideband OFDM ou W-OFDM) podem ser a base das redes 4G no futuro. Os pequenos vendors estão querendo marcar posição, pois eles sabem que grandes parceiros (ou "padrinhos") serão "necessários" quando a "festa" do WiMAX realmente começar .
A Mobilidade com Banda Larga aumenta imensamente o potencial de receita e as margens de lucratividade do negócio de Wireless Fixo, abrindo uma nova base de clientes, suportando novas aplicações competitivas, e dando ao WiMAX uma chance de ser bem mais competitivo que as tecnologias de ADSL e de Cabo nas áreas urbanas embora todas as Operadoras estejam apenas começando o estudo da economia de investir no WiMAX e nesta hora 02 fatores são importantes na tomada de decisão: quão rapidamente e quão baixo os preços das unidades de assinantes e o custo da infra-estrutura cairão em curto e em médio prazo . Boas perguntas!. Aqui o "vento pode estar a favor" pelo envolvimento de 02 grandes players no fornecimento da tecnologia de chipsets, a saber: Intel e Fujitsu. Veja Intel Broadband Wireless e Fujitsu Microelectronics America . Elas prometem "commodity chips" para as unidades clientes de laptops, que podem estar reduzindo os preços típicos de US$ 500 por unidade para US$ 30 por causa da demanda do mercado de massa. Em quanto tempo?. Elas precisam responder. Esperemos!.
Pelo lado da infra-estrutura esta é a equação tem recebido menos atenção. Por quê? Por que o custo das Estações Base só cairão quando os mercados ficarem maiores e a competição aquecer. No curto prazo - apesar da vantagem não ser dramática - os principais benefícios dos equipamentos 802.16 serão na eficiência espectral e na performance, maximizando então o retorno do investimento de uma Estação Base.
Uma outra consideração chave na infra-estrutura é aonde serão montadas as Estações Base. Neste ponto é aonde as Operadoras de Telefonia Móvel levam vantagens sobre "seus primos" da Telefonia Fixa desde que elas já possuem uma rede de torres e outros ativos que podem auxiliar na instalação dos Pontos de Acesso de WiMAX. Para Operadoras Móveis que não possuem licença 3G, ou que estão atemorizadas por causa do custo de lançar uma rede UMTS ou EV-DO, o argumento de instalar o WiMAX em paralelo à sua rede celular já existente, como uma rede de alta velocidade de dados, pode ser um atrativo por causa do menor custo do WiMAX comparado as tecnologias móveis mais modernas. Um grande exemplo deste pensamento são os experimentos de redes sem fio de banda larga que a Nextel está fazendo para complementar a sua envelhecida rede na tecnologia proprietária iDen da Motorola. (Ver as referências Nextel's Flarion Goes Live e Nextel offers wireless broadband in NC ambas do Weblog Dailywireless).
As vantagens podem ainda ser maiores para as Operadoras de Telefonia Móvel quando elas podem acessar Estações Base que integram tecnologia de banda larga sem fio, redes de celular convencionais e backhaul para ambas as tecnologias em uma única infra-estrutura. A importância de integração das 02 redes pode ser ilustrada pela entrada de empresas de Multi-Redes de Estações Base ou de Software de Estações Base na comunidade de WiMAX. Esta foi a razão básica da aquisição da interWave pela Alvarion. Recentemente, a Airnet anunciou sua adesão ao Fórum de WiMAX, trazendo sua experiência numa área muito importante de Software de Estações Base. Esta empresa afirma ser uma das poucas fabricantes de Estações Base que têm uma arquitetura que é prontamente adaptável para WiMAX. O seu produto chamado AdaptaCell é quase um produto pronto para WiMAX e, como produtos de software de empresas como a PicoChip, permite as Operadoras de Telefonia Móvel conviverem com tecnologia de redes convencional de celular juntamente com BWA na mesma infra-estrutura. A Airnet tem em torno de 20 patentes de banda larga em OFDM/FFT ( Fast Fourrier Transform ), que ela acredita que sejam críticas para tornar a tecnologia WiMAX mais atrativa.
Apesar do que está sendo feito para ajudar as Operadoras de Telefonia Móvel no aspecto de WiMAX, poucas destas Operadoras estão fazendo movimentos nesta direção. Acreditamos que este movimento será maior em 2005 depois da ratificação do WiMAX Móvel (802.16e) no final deste ano. As atividades hoje de WiMAX são bem maiores para os outros 02 grupos: Operadoras de Telefonia Fixa e Novos Players .
Em termos de Novos Players destacamos a Clearwire e a Towerstream .
A Clearwire é do famoso investidor Craig McCaw (ver O Plano Secreto de Craig McCaw do Weblog Novas Tecnologias e Novos Negócios) tem um interessante projeto que planeja lançar uma rede móvel de banda larga baseada na tecnologia de Pré-WiMAX da NextNet Wireless (também de propriedade de Craig McCaw) espalhando conectividade por toda a América do Norte e colocando-se como um sério desafio para os provedores de banda larga e telefonia móvel. A Clearwire está indo muito bem. Nós acreditamos que WiMAX será uma grande opção para quem tem visão empreendedora (e "bala na agulha" = dinheiro) para investir em Espectro e Infra-Estrutura. Este é o caso de Craig McCaw. Espectro é muito importante e McCaw está aquirindo várias licenças estratégicas na América do Norte. Hoje ele detém centenas de licenças de WiMAX. Convém notar que pelo fato de WiMAX ter Bandas Não Licenciadas nos padrões 802.16a/d, alguns empreendedores inteligentes vão também explorar certos mercados mas a Mobilidade irá requerer uma ampla cobertura e/ou acordos de roaming e espectro licenciado que significa "bolsos profundos" e as vezes influências políticas. Embora as Operadoras de Telefonia Móvel tenha a vantagem das torres e de outros hardware, WiMAX suporta muitas formas e tamanhos de Estações Base, incluindo modelos menores que podem ser pendurados em postes de lâmpadas ou em cima dos tetos, e desta forma não é um mercado fechado para pequenos provedores. Isto faz com que o padrão 802.16 seja uma opção viável para empresas sem torres de celulares que até mesmos os donos de prédios já estão se tornando muito conscientes dos preços de aluguel que eles vão poder cobrar pelo direito de utilizarem seus tetos. Em muitos lançamentos atuais, estamos presenciando o envolvimento de autoridades públicas em projetos de segurança pública, por exemplo, aonde os ativos municipais como postes de lâmpadas são utilizados para instalação de Estações Base.
Bem recentemente, a Clearwire anunciou seu primeiro lançamento em uma cidade americana do seu serviço de BWA. Foi na cidade de Jacksonville na Flórida. Veja em ClearWire Launches Pre-WiMax .
Outros operadores estão investindo em localizações de Estações Base caras afim de agilizar a sua entrada no mercado, alardeando que têm serviços mais baratos de banda larga que as Operadoras de Telefonia Local. Um bom exemplo disto é a Towerstream que está fornecendo serviços de BWA - com planos de Mobilidade - para Corporações em importantes cidades americanas como Chicago, Boston, e Nova Iorque. Ela tem investido grandes somas de dinheiro e muito tempo de negociação para construir o que ela chama de "rede no céu" ( network in the sky ) baseada na tecnologia de Pré-WiMAX da Aperto Networks com antenas montadas em prédios muito altos como a Torre da MetLife em Nova York. Esta rede habilita a Towerstream ultrapassar as tradicionais Operadoras de Telecom e apresentar alta flexibilidade de preços para o Segmento Corporativo. A próxima "sacada" da Towerstream será o fornecimento de unidades de assinantes de baixo custo, de tal forma que ela possa entrar competitivamente no mercado residencial. A Towerstream acredita que sua rede é um fator crítico de sucesso - embora de alto investimento de capital - pois ela consegue ser mais barata que sua competidora Verizon Communications - maior Operadora Fixa americana - no aluguel de linhas T1. Ela também poderia alugar linhas para os tradicionais ISPs que as revenderiam e a Towerstream forneceria o suporte de backhaul . Veja aqui a Towerstream nas manchetes e assista a um vídeo explicando a estratégia dela . Ambas as referências são do Site da Towerstream.
Existe também as Operadoras de Telefonia Fixa ou híbridas que formam o grupo que está considerando o lançamento de WiMAX de uma forma mais urgente, para preencher as lacunas da cobertura de ADSL/Cabo como também para fornecer o caminho da ubiqüidade da tecnologia de VoIP e ainda habilitá-las a fornecer Serviços Móveis. Temos que convir que vai ser uma "festa" para estas Operadoras, não? O que você acha?. Todos estes 03 motivadores são claros para empresas como AT&T e BT do Reino Unido, ambas das quais venderam a sua Operação de Telefonioa Móvel antes da bolha de crescimento e antes mesmo que o valor de mercado se deslocasse para as redes celulares. Esta 02 grandes corporações estão buscando oportunidades de rede toda baseada em IP que permita integrar banda larga, telefonia fixa e móvel, voz e dados - uma visão que poderia encerrar uma década de competição e modelos de negócios não estimulantes e trazê-las de volta ao "banco do motorista" que tem sido dominado pela ameaça das Operadoras de Telefonia Móvel com a tecnologia 3G e assemelhadas.
A tecnologia WiMAX traz - sem sombra de dúvida - um grande diferencial para as Operadoras de Telefonia Fixa.
Um recente relatório o analista de indústria Meta Group preconiza que a instalação do WiMAX será acelerada nos EUA no início de 2006 em função das reduções de custos e como uma alternativa de banda larga além do tradicional cobre do ADSL como também para trazer a tecnologia de VoIP para o serviço de voz local. Veja o Press Release deste relatório aqui: US Telcos Will Turn to WiMAX Within 18 Months, According to META Group .
Quem mais estará nesta batalha?
A batalha por oportunidades com a tecnologia WiMAX não deverá apenas ser compartilhada por Operadoras da Telefonia Fixa e Móvel. Ela será mais ampla. O baixo custo e a facilidade de instalação de WIMAX em bandas não licenciadas, e a demanda maciça pelo acesso de banda larga em IP, poderá trazer outros players para este "jogo". No caso da Clearwire e da Towerstream elas são especialistas em telecom - mas o que dizer da recente especulação - como vimos na primeira seção desta matéria - que a grande cadeia varejista Wal-Mart poderia lançar um serviço de WiMAX?. Se o Wal-Mart em particular está interessado em tal movimento ou não, a premissa não é de todo ridícula. Devemos relembrar que no caso da tecnologia Wi-Fi, grandes cadeias como Starbuck´s (com a operadora T-Mobile), McDonald´s (com o WISP Wayport) e a UPS (com a operadora SBC) estão oferecendo acessos de hotspots como um caminho para aumentar a receita e atrair a lealdade dos clientes para seus produtos principais ( core ). Se a prontidão para lançar sites de Estações Base é um fator crítico de sucesso, como comentamos acima, Corporações como o Wal-Mart tem a habilidade de cobrir a maioria dos EUA a partir do teto das suas próprias lojas. Isto é um fator de grande diferenciação e seria um passo adiante do conhecido negócio de MVNO. No modelo de WiMAX, a cadeia varejista alavancaria a sua marca mas poderia possuir a própria rede, e simplesmente passar para uma Operadora de Telco operá-la. Este modelo já está começando a aparecer nos EUA no mercado de hotzones de Wi-Fi.
Uma consideração simples que pode comandar a implementação de WiMAX em paralelo das atuais Operadoras é justamente aquela de grandes cadeias nacionais terem ativos espalhados nacionalmente em um país. Qualquer Corporação com tais ativos - não necessariamente com uma marca forte de consumidor - poderia ser atraída para serviços de banda larga. Nos EUA existem também rumores envolvendo outros tipos de Corporações. É o caso da ClearChannel que possui uma grande número de estações de rádio - e portanto de torres de rádio em todos os mercados - e também de negócios de outdoors de propaganda, e ouros negócios como os espaços de propagandas em pontos de ônibus e de táxis. Tal infra-estrutura poderia consolidar um forte competidor na implementação de serviços com a tecnologia de WiMAX Móvel (802.16e).
É divertido ficar jogando com devaneios na implementação de WiMAX mas existem várias razões sérias para que isto seja considerado. No mundo IP Móvel, a empresa que possui a infra-estrutura possui uma vantagem gigante sobre os demais competidores . Apesar das Operadoras Fixa e Móvel terem as razões mais óbvias para adotarem o Modelo de Negócios de WiMAX, qualquer outro competidor com uma forte infra-estrutura (p. ex., supermercados, concessionárias de automóveis, bancos, correios, empresas de transpoorte/logística, etc) e/ou uma marca forte podem ver no WiMAX uma nova chance de receita. Isto explica porque o movimento em relação a Banda Larga sem Fio Móvel no mundo todo está acelerando, e forçando os vendors de equipamentos a tomarem decisão a mais rápida quanto possível no que se refere a adpatação dos seus roadmaps nesta direção que está apresentando oportunidades d´ouro para as empresas - de especializadas com a Airnet bem como para gigantes como a Motorola - que fornecem integração de celular com a plataforma OFDM. Não é a toa que grandes vendors como Alcatel, Huawei, Motorola, Nokia, Siemens e ZTE já estão no Fórum de WiMAX. Existe uma pergunta que não quer calar em todo o mundo: Quanto é que a Cisco, a Ericsson, a Lucent e a Nortel Networks chegam para a "festa"? Parece que a mais arredia - ainda - é a Ericsson. A Cisco não esperou muito e já aderiu segundo o Magazine Unstrung: Cisco Joins WiMax Forum. A Nortel Networks também não esperou e foi na cola da Cisco. Veja em Nortel Joins WiMax . Se demorarem muito a decidir, quem vai sofrer na própria "pele" - enfrentando grandes dilemas - serão as empresas que são as Operadoras de Telefonia Móvel, pois elas acharão que vão ter cronogramas muito apertados para definirem sua estratégia. Então seria bom elas começarem a pensar logo.
Vai aqui duas singelas mensagens:
- a primeira para a Operadora de Telefonia Fixa: trate de pensar como vocês vão fazer para serem competitivas em um ambiente IP Móvel. Vocês já têm a infra-estrutura adequada para colocar as antenas? Vocês vão considerar a associação com uma Corporação que possua um grande ativo de infra-estrutura para instalação das antenas? Que tal começar a pensar na associação com uma "marca forte" (no mercado varejista ou não) para fazer a alavancagem do seu negócio de Banda Larga sem Fio Móvel?. Vocês sabem que agora é o WiMAX Fixo mas, logo, logo, vem o WiMAX Móvel;
- a segunda é para a Operadora de Telefonia Móvel: O que vocês estão esperando para exercer a vantagem de infra-estrutura que vocês possuem e não partem imediatamente para o teste de uma tecnologia IP/OFDM (que pode ser também o WiMAX)?. Existe dúvida? Leia então esta matéria: O dia que a Vodafone surpreendeu o mundo do Frecuencia Online. Por que vocês não experimentam fazer um Business Case para lançar um serviço de banda larga com o WiMAX Fixo? Vocês também podem ter o seu Speedy, o Velox ou BrTurbo. Não deixem as oportunidades de BWA "escapar por entre seus dedos"!. Lembra-se do ditado popular: "Quem avisa amigo é"!.
Como será a convivência do WiMAX com as outras tecnologias?
Boa pergunta e que todo mundo quer saber. Existe muita especulação (e com razão) do tipo: O WiMAX vai "matar" o 3G? O WiMAX vai "matar" o ADSL? O WiMAX vai conviver ou "matar" o Wi-Fi?.
Vamos apresentar algumas das nossas visões mas não vamos discutir "paixões".
Não vemos que nenhuma tecnologia "mata" outra. A vida tem nos mostrado que normalmente existe uma convivência entre as tecnologias até que uma substitua gradativamente a outra até por quê há normalmente investimentos feitos que não serão "jogados no lixo". A telefonia móvel e a computação são grandes exemplos disto. Na telefonia móvel veio o AMPS, depois os hoje jurássicos TDMA e CDMA, depois o GSM, depois o GPRS, depois o EDGE, depois o CDMA-1xRtt, depois o CDMA-1xEV-DO e no futuro o UMTS e o CDMA-1xEV-DV. Várias destas tecnologias convivem umas com as outras e algumas caem em desuso. Na computação existem algo semelhante. A ex-famosa tecnologia RISC nunca substituiu de fato o Mainframe (pergunte a um grande banco se ele abondonará o Mainframe?) com o seu famoso downsizing e hoje imprensada por tecnologias como o Itanium da Intel que está trazendo a tecnologia HPC ( High Power Computing ) para o ambiente do Windows. Aqui também temos o Linux forte convivendo com outros Sistemas Operacionais. Isto também ocorrerá com o WiMAX e as outras tecnologias.
ADSL: Esta tecnologia é a banda larga das Operadoras de Telefonia Fixa. A Brasil Telecom tem o seu Br Turbo. A Telefonica tem o seu Speedy. A TELEMAR tem o seu Velox. Como o WiMAX conviverá com estas tecnologias? As soluções de Acesso de Rádio podem ser forte competidoras das soluções com fio ( wireline ) em termos de largura de banda por usuário. No mercado de acesso de banda larga com fio, o WiMAX está claramente posicionado em mercados que podem não ser cobertos extensivamente por soluções de xDSL (p. ex., planta de cobre ineficiente ou longos "loops"). O WiMAX pode também ser complementar ao ADSL em áreas de baixa densidade populacional. A nomadicidade e a mobilidade (embora limitada no 802.16a/d) são características chaves que podem ajudar bastante na solução de WiMAX versus a solução de banda larga com fio. Existirá uma forte competividade do WiMAX em termos time to market e redução de custos operacionais de serviços de banda larga de uma maneira geral. Exemplo de time to market: UK Broadband (PCCW) no Reino Unido - "Wait Less: Delivered to your door within 24 hours" . A UK Broadband não utiliza WiMAX mas sim uma solução equivalente de BWA que é o 4G Proprietário da IP Wireless . Aqui existe um ponto muito importante. Custo do CPE (C ustomer Premises Equipment ) . CPE é o equipamento de banda larga que vai nas instalações do cliente. No padrão 802.16a é uma caixa externa ( external box ) conectada a um PC com uma antena externa. No padrão 802.16d uma caixa externa ( external box ) conectada a um PC com uma antena built-in . No padrão 802.16e é um cartão PCMCIA ou built in no chip da CPU como é o caso hoje da tecnologia Centrino de Wi-Fi da Intel. Veja mais informações aqui sobre os tipos de CPE neste excelente White Paper da Alcatel: WiMAX, making ubiquitous high-speed data services a reality (pdf) . Um problema crucial aqui é o preço do CPE que será decrescente com o avanço da tecnologia de WiMAX no mercado. Segundo Margaret LaBrecque da Intel, que atualmente é CEO do Fórum de WiMAX, p ara o WiMAX Fixo estipula-se que em meados de 2005 o CPE de outdoor custará US$ 300 (base EUA). No final de 2005 as unidades para auto-instalação custarão US$ 250. Para 2006, a Intel espera estar liberando o Centrino com WiMAX, o que habilitará as aplicações nomádicas. Este dispositivo será um mini cartão PCI ou um cartão PCI expresso built-in com o preço inicial de US$ 150. Atualmente, nesta fase de Pré WiMAX, existem empresas focadas no mercado Corporativo muito em função ainda dos preços altos de CPE. Um dos exemplos é a TowerStream (veja também Pre-standard WiMAX Service Launched In Chicago e Towerstream + Aperto do Weblog Dailywireless).
Soluções Móveis 3G em bandas do ITU (UMTS/FDD/HSPDA, UMTS-TDD/HSDPA, CDMA-EV/DO) : O WiMAX é uma solução otimizada (com QoS built-in , excelentes esquemas de modulação, limited round trip delay ) e mais eficiente que soluções de 3G para este serviço. Em um espectro de 10 MHZ de WiMAX pode-se ter de 2 a 4 mais usuários que 3G UMTS. Em relação a usuários nômades, atualmente a tecnologia 3G leva maior vantagem que a tecnologia WiMAX. O WiMAX pode ser posicionado como uma solução complementar proporcionando o máximo da reutilização da infra-estrutura móvel. Com a chegada comercialmente do padrão do WiMAX Móvel (802.16e) em meados de 2006, o WiMAX voltará a ter vantagens em relação ao 3G em termos de custos / funcionalidade de tecnologia. Ainda resta uma dúvida em relação ao custo de handset de WiMAX. Até agora no mercado internacional sabemos apenas de 02 vendors que vão fornecer handsets de WiMAX. A Nokia e a Siemens (a partir da parceria com a Intel). Desde que a tecnologia 3G está disponível antes do WiMAX Móvel é provável que as Operadoras de Telefonia Móvel de alguns países escolham o 3G como solução de mobilidade completa. Em outros países o custo barato do espectro de banda larga pode trazer excelentes vantagens do WiMAX em releção ao 3G. Na nossa opinião um país que ainda não fez o leilão de licenças de 3G "perdeu o bonde" com a chegada do WiMAX. A possibilidade de algum país atualmente achar comprador para licenças de 3G com o WiMAX batendo na porta comrecialmente é mínima (WiMAX Fixo = 1º Semestre de 2005 e WiMAX Móvel = Meados de 2006). Achamos muito pouco provável alguém investir agora em novas licenças de 3G. Veja o caso da Vodafone (maior operadora do mundo e 3G de "carteirinha") que já avisou que não investirá mais 100% em 3G. A Vodafone anunciou que investirá de 25% a 75% em 3G dependendo do país e seu CEO - Arun Sarin - conclamou a indústria de telefonia a "considerar um padrão mais abrangente além do GSM" e "mapear a direção evolutiva da tecnologia nos próximos 10 anos para evitar fragmentação da indústria". Merece - no mínimo ser ouvida - vindo da maior Operadora Móvel do mundo que é a Vodafone. Veja mais detalhes na referência O dia que a Vodafone surpreendeu o mundo do Frecuencia Online.
Wi-Fi: A diferença básica entre o padrão de WiMAX e o de Wi-Fi (IEEE 802.11x) baseia-se nas camadas de especificações de rádio desde que o Wi-Fi foi projetado para aplicações privadas "indoor" (curto alcance) enquanto o WiMAX para aplicações públicas "outdoor" (longo alcance) com funcionalidade NLOS e baixa interferência multi-caminhos. O WiMAX tem um nicho diferente do Wi-Fi e não está previsto ele substituir o Wi-Fi em redes caseiras/privadas principalmente por razões de custo. Embora isto possa ocorrer com a redução de tamanho e preço dos CPEs. O WiMAX é uma solução pública de "outdoor" que pode operar em bandas licenciadas possibilitando transmissão livre de interferência e proporcionando a QoS (Qualidade de Serviço) necessária para algumas aplicações (p. ex., voz) e geração de importantes receitas em aplicações comerciais. As 02 soluções são mais complementares que competidoras - a curto prazo - e podemos esperar que no longo prazo elas coexistam no mesmo chip de forma dual. Adicionalmente as aplicações nomádicas de Wi-FI e WiMAX podem ser integradas no mesmo ambiente de OSS ( triple AAA, billing , etc). Em um ambiente de Telefonia Móvel, o WiMAX Fixo é uma excelente solução de infra-estrutura de backhaul para o Wi-Fi a medida que estas Operadoras não dispõem de banda larga tipo ADSL para interconexão dos seus hotspots. O WiMAX na Telefonia Móvel traz uma excelente competitividade para a oferta de Wi-Fi. Estas Operadoras precisam "acordar" para este fato.
Algumas questões em relação a adoção do WiMAX no Brasil
E para finalizar, recentemente foram colocadas algumas questões em um Fórum do Site Comunidade Wireless Brasil que achei interessante incorporar nesta matéria.
As questões tratavam da adoção do WiMAX no Brasil, a saber:
(1) O que diz a Regulamentação de Frequências para WiMAX no Brasil?
A ANATEL está fazendo um trabalho muito interessante em relação as tecnologias modernas sem fio como Wi-Fi e WiMAX no Brasil.
No caso de WiMAX temos duas situações distintas em relação as frequências: Banda Licenciada e Não Licenciada.
No caso de Bandas Licenciadas existe uma tendência mundial fora dos EUA de se utilizar as faixas de 3,5 GHZ e 10,5 GHZ. Nos EUA - até agora - a faixa de WiMAX está entre 2,5 - 2,7 GHz.
No ano passado a ANATEL fez um leilão de PMP (Ponto-Multiponto) e as bandas de 3,5 GHz e 10,5 GHz foram adquiridos por 06 empresas entre as quais:
[*] D o Grupo British Gas inglês (leia-se Comgás em São Paulo) e da Iqara Telecom .
Entendemos que estas empresas podem lançar a qualquer momento um serviço de Pré-WiMAX no Brasil desde que os equipamentos estejam homologados na ANATEL. Os vendors da tecnologia de Pré-WiMAX são vários e já comentamos sobre alguns deles, a saber: Alvarion, Aperto Networks, NextNet Wireless, Wi-LAN, Airspan Networks, Redline Comm entre outros. Veja mais detalhes sobre eles na matéria WiMAX: "Nós fazemos os ovos mas vocês comem o bolo" da World Telecom.
Para as empresas de Telefonia Fixa ou Móvel que ainda não têm licença nestas faixas, acreditamos que elas podem adquirir "sobras" das licenças do referido leilão de PMP.
As características da banda de 3,5 GHz no Brasil são as seguintes:
Faixa de 3,5 GHz: Resolução no. 309 (13/09/2002) abragendo a faixa de 3400-3600MHz. Estabelece condições uso da faixa para sistemas digitais serviço fixo (aplicações ponto-multiponto). A autorização de uso dos blocos poderá ocorrer de forma individual ou agregada. Admite o uso tecnologia FDD e TDD; Segmentação em blocos 5MHz e 1,75MHz. Esta faixa pode ser utilizada pelo WiMAX.
As características da banda de 10,5 GHz no Brasil são as seguintes:
Faixa de 10,5 GHz: Resolução no. 307 (14/08/2002). Abrange as faixas 10,15-10,30/10,50-10,65MHz. Estabelece condições uso da faixa para sistemas do serviço fixo (aplicações ponto-a-ponto e ponto-multiponto). A segmentação pode conter canalização e blocos: 42 canais (espaçamento 3,5MHz entre portadoras-tabela A.1) e 16 blocos (7MHz largura).
Como já falamos acima, existe um movimento da FCC americana de buscar mais espectro de freqüência a partir da reengenharia de espectro na banda da tecnologia MMDS/ITFS em 2,5 GHz buscando espaço de freqüência para novos serviços incluindo o WiMAX. Veja em FCC Alters MMDS Band do Weblog Dailywireless. Este movimento poderia também ser seguido no Brasil pela ANATEL .
No caso de Bandas Não Licenciadas existe uma tendência mundial de se utilizar as faixas de 2,4 GHZ e 5,8 GHZ.
Como o WiMAX é uma tecnologia de transmissão em outdoor não aconselhamos que a banda de 2,4 GHZ seja utilizada pois é uma freqüência muito poluída. A tendência mundial aponta para a banda de 5,8 GHZ.
Estas faixas não devem - teoricamente - ser utilizadas para transmissão em grandes centros urbanos pois vão operar em caráter secundário e não contam com proteção oficial da ANATEL de não interferência nos sinais transmitidos.
Acreditamos que o WISP que queira lançar o serviço de Pré-WiMAX na banda de 5,8 GHz deve pedir autorização da ANATEL e os equipamentos devem também estar homologados na ANATEL.
(2) Qual a escala comercial do WiMAX (preço baixo - custo)?
Vamos nos concentrar no WiMAX Fixo (802.16d) pois o WiMAX Móvel (802.16e) ainda encontra-se em fase de gestação.
Em relação ao custo do WiMAX podemos considerar 03 componentes: o da Unidade de Assinante, o da Estação Base e o da Infra-Estrutura de Instalação das Antenas de WiMAX.
Em relação as Unidades de Assinantes, como todas as Operadoras estão apenas começando o estudo da economia de investir no WiMAX, nesta hora 02 fatores são importantes na tomada de decisão: quão rapidamente e quão baixo os preços das unidades de assinantes e o custo da infra-estrutura cairão em curto e em médio prazo . Boas perguntas!. Aqui o "vento pode estar a favor" pelo envolvimento de 02 grandes players no fornecimento da tecnologia de chipsets, a saber: Intel e Fujitsu. Elas prometem "commodity chips" para as unidades clientes de laptops, que podem estar reduzindo os preços típicos de US$ 500 por unidade para US$ 30 por causa da demanda do mercado de massa. Em quanto tempo?. Precisam responder. Esperemos!.
Em relação as Estações Base é o ponto que tem recebido menos atenção nos orçamentos. Por quê? Por que o custo das Estações Base só cairão quando os mercados ficarem maiores e a competição aquecer. No curto prazo - apesar da vantagem não ser dramática - os principais benefícios dos equipamentos 802.16 serão na eficiência espectral e na performance, maximizando então o retorno do investimento de uma Estação Base . A nível de literatura mundial hoje fala-se em custo de Estação base de 20 KUS$ para atender a 60 linhas T1 para clientes corporativos. A tecnologia WiMAX leva vantagem em relação a tecnologia 3G no que se refere ao uso do espectro. Em um espectro de 10 MHZ de WiMAX pode-se ter de 2 a 4 mais usuários que o de 3G UMTS.
Em relação a Infra-Estrutura de Instalação das Antenas , as Operadoras de Telefonia Móvel têm vantagens sobre "seus primos" da Telefonia Fixa desde que eles têm uma rede de torres e outros ativos que podem auxiliar na instalação dos Pontos de Acesso de WiMAX. Uma alternativa que pode ajudar a quem não tem o ativo das torres - Operadoras de Telefonia Fixa - é fazer parceria com players que já podem ter uma infra-estrutura semelhante tais como grandes cadeias varejistas conforme comentamos acima (caso do Wal-Mart entre outros).
Veja um pouco de budgetary information do WiMAX aqui: WiMax: How Far? How Fast? do Unstrung.
Tente criar grandes negócios com a tecnologia WiMAX. Com ela você pode muito.
Ufa!.
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