Em Debate
Publicado: 09/01/06
O que escolher: WiMAX Nomâdico ou Móvel?
Eduardo Prado
Trabalhos Publicados
Weblog: Smart Convergence
Esta pergunta vai atormentar a cabeça de muitas Telcos pelo mundo afora.
Eu daria uma resposta muito simples: ESCOLHA OS DOIS! São produtos com características diferentes e para nichos diferentes. Se você gosta de ganhar dinheiro, aposte nos dois WiMAXs e... se você souber ganhar dinheiro, ganhará!
Quer saber quem já está investindo em WiMAX Nomâdico no mundo? Veja aqui nesta matéria Who Makes What: WiMax Equipment & Services do Unstrung.
O WiMAX Nomâdico (padrão IEEE 802.16d ou 802.16-2004) é fornecido por várias start-ups (Alvarion, Aperto Networks, Airspan e Redline Communications) e pelos grandes vendors Siemens e ZTE (China).
O WiMAX Móvel (padrão IEEE 802.16e ou 802.16-2005) – homologado em 07.DEZ.2005 – será fornecido em 2007 por grandes vendors como Alcatel, Siemens, Motorola e ZTE. Aqui ainda temos também a pequena SR Telecom (Canadá). Recentemente a SR Telecom reviu sua estratégia e resolveu atacar no Nomâdico também.
Acreditamos que para “fazer dinheiro mais cedo”. A Nortel Networks está nas 02 famílias mas em acordos de OEM: no Nomâdico com a Airspan inglesa e no Móvel com a LG/Samsung (leia-se WiBro). Falamos um pouco destes players, de certificação do WiMAX e das tecnologias TDD e FDD aqui na matéria A magia da banda larga sem fio no portal da Alice Ramos.
Conheça muitos detalhes do WiMAX Móvel aqui Mobile WiMax: It's Done do Dailywireless. Para informações bem recentes sobre a certificação do WiMAX veja a matéria WiMax Certification mid-January do Dailywireless. Lembre-se sempre: o WiMAX Nomâdico está disponível e você compra agora. O Móvel você só comprará ele certificado – na melhor das hipóteses – em meados de 2007. Então desperte: como ganhar dinheiro agora? Só com o WiMAX Nomâdico, é obvio!
O WiMAX Móvel foi “congelado” há 3 meses atrás e homologado em dezembro de 2005 como vimos acima. Isto significa colocar o padrão 802.16e no cronograma de testes e certificação do WiMAX Forum muito rapidamente e tomar algumas decisões chaves e difíceis de como o padrão estará posicionado-se em relação ao padrão WiMAX Nomâdico.
O fato de que os 02 padrões de WiMAX serem agora somente distantemente relacionados, desde que o WiMAX Forum adotou uma camada física diferente (SOFDMA = Scalable OFDMA) para o WiMAX Móvel, tem causado muitas complicações no roadmap da tecnologia, que tinha a idéia original de assegurar uma transição suave dos sistemas fixos para os móveis (para conhecer as diferenças atuais do WiMAX Nomâdico e o WiMAX Móvel que provocam a não compatibilidade dos 02 padrões veja as referências: Uma Grande Notícia: o WiMAX Móvel foi aprovado! do ComUnidade WirelessBRASIL, 16e: Backward Compatibility – NOT do Dailywireless, WiMax: A Spec Divided do Light Reading e The WiMax LeapFrog do Insider).
O padrão coreano WiBro (conheça ele aqui nestas matérias do Teleco: WiBRO... Quem eu sou e onde eu já estou! e Quem segura o WiMAX Móvel (WiBro) da Samsung?) foi largamente desenvolvido em torno do SOFDMA e o IEEE se convenceu da vantagem das “portadoras escaláveis” e da sub-canalização inerentes a ele que resolveu adotá-lo apesar da comentada perda de compatibilidade.
A adição de sub-canalização e 02 métodos chaves de antenas inteligentes favorecidos pelo WiMAX Fórum – MIMO e AAS (fully-adaptive antenna systems) – poderiam aumentar a cobertura de 02 para 09 quilômetros nas Estações Rádio-Base (ERB) urbanas para utilização móvel com também aumentar em 20 vezes a capacidade de assinantes por ERB.
O IEEE ainda não anunciou as bandas de freqüências do 802.16e mas não devem ser diferentes de 2,3 e 2,5 GHz a considerar os trials de WiBro pelo mundo afora (na Coréia do Sul com a KTC e nos EUA com a SpringNextel) (veja The Roadmap to Mobile Wimax do IEE).
Atualmente já existem mercados reais para o padrão 802.16-2004 – entre os tradicionais provedores de BWA (Acesso de Banda Larga sem Fio) que podem abondonar as tecnologias menos eficientes e proprietárias, e WISPs na banda de 5 GHz, como também as necessidades de infra-estruturas de backhaul das Operadoras Móveis – seja para Wi-Fi seja para ERBs – e nas Corporações (p. ex., campus networking).
A especificação mais antiga do WiMAX não pode eliminar uma dívida, especialmente quando os vendors de BWA do Nomâdico precisam ter receita de curto prazo para pagar seus investimentos e estão trabalhando duro para isto.
Atualmente o principal interesse das principais Operadoras de Telefonia e fornecedores é mais concentrado da tecnologia de “ruptura” 802.16e que suportará – nos futuros produtos – a mobilidade completa e também terá – embora com menor alcance – os benefícios do padrão 802.16d em ambiente fixo ou portátil.
Isto traz 02 perguntas:
(1) O que a comunidade de WiMAX fará – se fará alguma coisa – para os Provedores de Serviços que investiram no WiMAX Nomâdico e correm o risco de ficarem “entalados” com a “morte” desta tecnologia a medida que os principais vendors viraram seu foco para o 802.16e?
(2) e Quanto tempo os Provedores que querem ir para o 802.16e terão que esperar por equipamentos? Lembrem-se que a Certificação do 802.16d - pelo laboratório espanhol Cetecom - demorou mais tempo do que esperado (veja a matéria WiMax Certification mid-January do Dailywireless).
Existem alguns esforços para assegurar que o 802.16-2004 não irá desfalecer - depois de 2006 – como sendo uma tecnologia de nicho para WISPs suportada por poucos vendedores e portanto perdendo a economia de escala associada com padrões abertos.
As principais esperanças dos primeiros investidores no 802.16-2004 baseia-se (1) na importante agenda dos laptops, na qual o padrão mais velho de WiMAX pode ter um papel fundamental; (2) e no desenvolvimento de técnicas pelos vendors que permitirá que unidades de assinantes nomâdico e móvel trabalhem na mesma ERB, até mesmo não existindo um caminho de upgrade direto.
Se uma Operadora tem a certeza que as suas unidades de assinantes não terão que serem todas substituídas de uma única vez se ela migra para uma ERB Móvel do 802.16e, o sofrimento econômico de substituir a infra-estrutura móvel é minimizado, como também o impacto da satisfação do cliente.
Os apostadores no 802.16-2004 acreditam que existirá um estágio de demanda inicial para laptops baseados em WiMAX em volta de hotspots em áreas metropolitanas de forma similar ao do Wi-Fi, e que isto vai assegurar mercado a curto prazo para o WiMAX Nomâdico, desde que os cartões PCMCIA estejam presentes no mercado – e a preços competitivos – antes da chegada do 802.16e.
Fabricantes de chips de WiMAX como a Wavesat canadense e a TeleCIS Wireless, que têm apostado muito em desenvolvimentos no 802.16-2004, vão colocar no marcado dispositivos para laptops e outros equipamentos em meados de 2006, utilizando técnicas de sub-canalização para melhorar as potencialidades de mobilidade das plataformas do 802.16d e proporcionar uma realística expectativa de vida para este padrão antes da chegada do 802.16e (veja TeleCIS Road Show do Dailywireless).
Até mesmo uma extra-vida de 02 anos para o 802.16d não reassegura que todos os Provedores de Serviços, que enfrentam o dilema entre investir agora e levar a vantagem de ser um first mover, e sofrer o risco de rapidamente moverem-se com dificuldade com uma tecnologia legada, ou esperar até que os sistemas com 802.16e sejam economicamente viável e efetivos para justificarem o investimento – coloque aqui na melhor das hipóteses de 2,5 a 03 anos.
Somente os grandes Provedores vão ter a opção de adquirir a tecnologia WiMAX Móvel nos seus primórdios quando os preços serão naturalmente mais altos. Do que vimos acima, aparentemente o mercado vai necessitar de alguma certeza que algum tipo de compatibilidade entre os padrões seja ofertada.
A Wavesat foi uma das primeiras a levantar esta “bandeira” na iniciativa de um novo Grupo de Trabalho de Evolução no IEEE (ETG - 802.16e OFDM Evolutionary Taskgroup) que está endereçando este assunto afim de aumentar a confiança do mercado no padrão IEEE 802.16d ou 802.16-2004 e aumentar as vendas desta plataforma de BWA.
O foco do ETG é de encorajar o uso do 802.16-2004 com sub-canalização para permitir a migração de operações fixas para móveis e então suportar uma gradual migração para o padrão 802.16e que permitirá que unidades de assinantes antigas trabalhem em ERBs do padrão “e”, somente no modo portátil, para evitar uma substituição em massa das unidades de assinantes.
O responsável pelo Grupo ETG do IEEE é o cientista chefe da Wavesat Dr Jonathan Labs e o ETG focará no desenvolvimento de perfis de 802.16e para proporcionar a compatibilidade com os equipamentos 802.16-2004 já em operação nas Telcos e Provedores de Serviços.
Veja estas referências:
Pois é, vamos acompanhar de perto estes novos movimentos de mercado do WiMAX!
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