Em Debate Especial

Publicado: 14/04/08

 

 

Mobile Payment em 3G:
Players & Procedimentos

 

Parte 1

 

 

 

Eduardo Prado

Parte 1 :: Parte 2 :: Parte 3 :: Parte 4

 

O dinheiro sempre interessou a todos os povos. A moeda, como hoje é conhecida, é um resultado de uma longa evolução. No início dos tempos não havia moeda e era praticado o escambo que é a simples troca de mercadorias, sem equivalência explícita de valor. Por exemplo, alguém queria (ou precisava) troca peixe por milho, e alguém que tinha milho e queria (ou precisava) de peixe. Então eles procediam o escambo.

 

Nesta época antiga, a mercadoria era avaliada na quantidade de tempo ou força de trabalho gasta para produzí-la. Até chegar no seu formato atual de Moeda de Papel que conhecemos hoje, a moeda teve uma longa evolução passando por vários estágios a saber: Moeda-Mercadoria (aonde o gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados), Metal (em seu estado natural, e depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes etc), Moeda em Formato de Objeto, Moedas Antigas (que surgiram no século VII A.C. em ouro e prata e já com efígie de personalidades) e Moeda em Papel (que começou a aparecer na Idade Média).

 

No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques. O dinheiro atualmente é largamente utilizado pelos povos para pagamentos de mercadorias e serviços.

 

A medida que a tecnologia evolui e, a telefonia móvel espalha-se pelo mundo afora, atingindo uma penetração gigantesca, o que parece ser um caminho natural? As pessoas utilizarem seus aparelhos celulares para efetuarem seus pagamentos no dia a dia. Eis que surge o que chamamos Mobile Payment (MP)!

 

O número de celulares no mundo tem crescido fortemente nos últimos anos. Veja a seguir alguns exemplos:

Não tenha nenhuma dúvida, com a forte massificação do número de celulares no mundo e o aumento cada vez maior dos usuários de banda larga móvel em 3G, haverá uma cobrança cada vez mais forte dos usuários de telefonia móvel pela oferta de serviços diferenciados e aí o Mobile Payment (MP) vai ter seu espaço garantido pois ele proporciona a flexibilidade de pagar por mercadorias e serviços on-the-go.

 

Isto vai vai ser um grande must em futuro próximo! Pode anotar para conferir depois! Veja aqui o exemplo de gente boa na área: “A Vodafone está fazendo da banda larga móvel uma prioridade”, Arun Sarin, CEO, CTIA 1 a 3.abr.2008 (ver CTIA Wireless 2008 Show, Dailywireless, 01.abr.2008).

Enquanto isto ainda não é uma realidade, saboreie as aplicações que estão sendo implementadas na tecnologia 3G pelo mundo afora: Surveys GSA.

 

Mobile Payment e sua Arena

 

A Internet tem revolucionado a maneira de fazer negócios. O Comércio Eletrônico (eBusiness) tem florescido lentamente e o os pagamentos eletrônicos (e-payments) foram introduzidos. Contudo, os modelos, como também as tecnologias necessárias para suportar o Comércio Eletrônico estão tornando-se mais complexos dia após dia.

 

O Comércio Móvel (mBusiness) pode ser visto como tradicional sucessor do eBusiness, explorando as capacidades das redes wireless para o desenvolvimento e provisionamento de serviços avançados para clientes individuais e corporativos.

 

Pagamentos são a locomotiva atrás do domínio de negócios e dependem fortemente da confiança dos clientes e da segurança das operações. Os Mobile Payments (MPs) são vistos como a natural evolução dos esquemas de e-payment existentes que complementarão eles.

 

O contexto dos MPs pode ser definido como segue:

 

Qualquer pagamento aonde um dispositivo móvel é utilizado para iniciar, ativar, e/ou confirmar que este pagamento pode ser considerado um MP.

 

Para ser mais preciso um MP não deve se restringir a pagamentos via aparelhos celulares. Ele pode ser possível via Tablet PC, um PDA, um Smartphone ou qualquer outro terminal de pagamento ou dispositivo móvel. Para efeito desta matéria estaremos considerando apenas MPs implementados com aparelhos celulares.

 

Em termos de esclarecimentos, muitas pessoas consideram que os termos Mobile Banking e Mobile Payment são equivalentes. Embora no Mobile Banking possa acontecer pagamentos, usualmente os MPs são mais abrangentes. Portanto, consideramos que pagamentos em Mobile Banking são um sub-domínio os MPs.

 

O cenário típico de um pagamento digital é mostrado na figura abaixo:

 

 

O Cliente é a parte que faz o pagamento; o Varejista é a parte que aceita o pagamento; o Comprador é um terceiro que tem uma relação e interage com o varejista; e o Emissor é um terceiro que tem uma relação e interage com o Cliente. Em qualquer transação, o objetivo básico é transferir o valor do Cliente para o Varejista.

 

Um procedimento típico adotado pelas empresas de cartão de crédito é o seguinte: O Cliente “paga” ao Varejista por mercadorias/serviços. Subsequentemente, o Varejista envia detalhes da transação para o Comprador para clearing. O Comprador envia detalhes da transação para a rede financeira a qual ele pertence (p. Ex., VISA) que então direciona os detalhes para o Emissor. O Emissor é então informado para fazer a respectiva reserva (provisão) de fundos no lado do Cliente.

 

O esquema ajusta/paga ao Comprador, o Comprador ajusta/paga ao Varejista, o Emissor ajusta/paga o esquema, e o Cliente paga ao Emissor. Contudo, outros esquemas de pagamento digital podem trocar tokens (por ex., dinheiro, e-tokens) entre o Cliente e o Varejista.

 

Na arena do MP nós temos procedimentos similares, com a única diferença que o Cliente e possivelmente o Varejista utilizam dispositivos móveis para realizar a transação.

 

Os principais players envolvidos em um esquema de MP são mostrados na Figura a seguir:

 

 

O Cliente é o pagador e o Varejista o recebedor. Eles transacionam entre eles via processo de MP aonde os principais players envolvidos também incluem as Operadoras de Telefonia Móvel (OTM), as Instituições Financeiras (p. Ex., bancos, cartões de crédito, processadores de pagamentos), Governo (que estabelece as restrições de Legislação e Regulação), e, certamente, Provedores de Software e Provedores de Serviços (PSMP).

 

Uma OTM tem uma base gigantesca de clientes aonde elas controlam o SIM Card (Subscription Identity Module) e o WIM Card (Wireless Identity Module) do aparelho celular e então sua influência e impacto estratégico no MP é muito grande mas nem por isto ela pode controlar completamente um sistema de MP, pois ela tem experiência limitada em sistemas de pagamentos e os riscos associados com estas operações. Ao contrário, o setor financeiro tem feito isto durante décadas e pode realizar pagamentos com a complexidade envolvida no MP.

 

A cooperação entre estes dois lados pode ser uma estratégia de sucesso na arena do MP. Os Fabricantes de Dispositivos (tradicionalmente Vendors de Equipamentos) também podem ter um papel importante neste cenário – principalmente no segmento de Pagamentos de Proximidade como veremos abaixo – e, embora eles não tenham muita experiência no cenário de pagamentos, eles controlam a tecnologia e funcionalidades dos handsets, que sem dúvida podem afetar a implementação e roll-out de serviços de MP.

 

A Nokia tem olhado com atenção para o segmento de MP (ver referências Nokia Invests in Chips that Enable Payment by Waving, IDG News Service, 12.dez.2007 e Nokia & MasterCard Plan PayByPhone, psfk, 25.abr.2007). Por incrível que pareça, a incansável Qualcomm também aposta em MP (ver referência Qualcomm to Acquire Firethorn Holdings, Payment News, 14.nov.2008).

 

Finalmente, os Provedores de Software desenvolvem os meios para implementação da infra-estrutura de MP produzindo software aderentes a padrões que conectarão as diferentes partes do processo de MP. Os Provedores de Serviços (PSMP) trarão este serviço para o mercado e o adaptarão às necessidades dos usuários.

 

A cooperação de todos os players de MP é chave para o desenvolvimento de uma solução global aberta ao invés de um sistema fechado e com escopo limitado. Finalmente, todas as soluções são desenvolvidas sobre as restrições impostas por legislações governamentais e regulação de Agências de Telecomunicações a nível nacional ou internacional.

 

Já tem gente pensando que o MP pode ser utilizado para lavagem de dinheiro Some Worries About Mobile Payments, Payment News, 11.mar.2008.

 

Veja também as referências: Google Legislation e Google Regulation.

 

Os atributos básicos dos principais players de MP são destacados na Tabela abaixo:

 

Player Principais Atributos
Instituições
Financeiras
  • Base de clientes
  • Base de varejistas
  • Infra-estrutura de macro e mini- pagamentos
  • Operações de cartões de crédito e débito
Operadoras de
Telefonia Móveis
  • Base de clientes
  • Base de varejistas
  • Infra-estrutura de mini e micro- pagamentos
  • Controle do dispositivo do usuário final
  • Infra-estrutura de billing
Provedores
Independentes
de MP
  • Reação rápida
  • Nenhuma infra-estrutura
  • Nenhuma base de clientes
Outros
Provedores
  • Provisão de componentes, capacidades e serviços básicos de MP

 

É importante também destacar que já está ocorrendo a reposição dos próprios players de MP no mercado, a medida que os mesmos ajustam-se às novas oportunidades do mercado e as ameaças trazidas pelos rápidos desenvolvimentos tecnológicos.

 

Parte 1 :: Parte 2 :: Parte 3 :: Parte 4

 

 

GLOSSÁRIO DE TERMOS

NEWSLETTER

Newsletters anteriores

Enquete

Qual a velocidade de acesso à Internet que seria suficiente para você no celular?

  <10 Mbps
  10 a 50 Mbps
  50 a 100 Mbps
  100 a 500 Mbps
  500 a 1 Gbps
  <1 Gbps

EVENTOS

 

 

Mais Eventos

TelecomWebinar

Mais Webinares

NOTÍCIAS

SEÇÃO HUAWEI