12/10/2009
Em Debate Especial:
“Apertem os Cintos”, a Telefonia Fixa vai Acabar!
Eduardo Prado
Consultor
Pois é telcos fixas, a sua “vaquinha leiteira” vai secar e aquela “moedinha” (a tal da Assinatura Básica de aproximadamente R$ 47,00 mensais) que cada assinante põe no seu “cofrinho” vai esvaecer-se nos próximos 15 ou 20 anos! Acreditamos que este prazo será reduzido com a massificação da tecnologia 4G na telefonia móvel.
Nos EUA o último telefone fixo já tem data para ser desligado: será em 2025 segundo matéria recente no The Economist britânico, onde começamos a tomar conhecimento de uma relidade muito dura: o desaparecimento da Telefonia Fixa nos próximos anos (ver The decline of the landline and Cutting the cord , The Economist, 13.aug.2009). A maioria os americanos estão desativando os seus telefones fixos em favor do telefone móvel. As telcos americanas estão presenciando os seus clientes abondonarem seus telefones fixos a uma taxa de 700 mil por mês!
Alguns analistas já estimam atualmente que 25% das residências americanas só têm telefones móveis. Se o estado de Nova Iorque fôsse um business isolado de telefonia fixa, ele já tinha decretado a falência. É que nos últimos anos, a telefonia fixa perdeu 40% dos telefones fixos e a receita caiu mais de 30% neste estado. A 1 a telco americana – a AT&T – tem sofrido fortemente com o declínio da telefonia fixa na sua base.
Apenas no 2 o trimestre de 2009, a AT&T já reportou uma queda de 12% na sua receita de voz e 15% na sua receita longa distância. Com os clientes desplugando cada vez mais seus telefones fixos e utilizando serviços de Internet com tarifa flat para fazer chamadas de longa distância (onde a voz agora é dado), a sua receita operacional caiu 36% (ver
Why AT&T Killed Google Voice , The Wall Street Journal, 18.aug.2009).
Lembrem-se: estas perdas estão acontecendo na maior telco americana! No caso da segunda maior telco americana – a Verizon – a situação não é tão crítica quanto ao da AT&T. Ela tomou duas decisões inteligentes há uns 2 anos atrás: (1) começar a vender as suas operações de telefonia fixa e, (2) investir pesadamente em FTTH para fornecer seu serviço FiOS de IPTV (ver FiOS: Too Risky? , 20.ago.2008, Dailywireless; 50 Mbps Comes Home , 18.jun.2008, Dailywireless). Atualmente, a Verizon é o maior provedor de FTTH em território americano. Adicionalmente, a Verizon está apostando tudo na plataforma LTE (4G GSM) e será a 1 a telco no mundo a ofertar este serviço.
Ver aqui sobre o trial recente da Verizon com LTE: Verizon Calls on LTE , Dailywireless, 17.aug.2009. A queda da Telefonia Fixa não está ocorrendo apenas nos EUA. No Reino Unido, segundo o Órgão Regulador britânico, a Ofcom informou recentemente, a receita da Telefonia Fixa está caindo desde o ano 2000 quando ela atingiu 12,3 bilhões de libras, e despencou em termos nominais 26,9% para 9,0 bilhões de libras em 2008 (ver The Communications Market
2009 , ofcom, August 2009). No Brasil, a queda do número de acessos das Concessionárias ainda não é forte.
Ao contrário desta leve queda, o número de acessos das Autorizadas (p. ex., EMBRATEL e GVT) tem crescido razoavelmente (ver Telefonia Fixa , Teleco). Acreditamos que o desaparecimento da Telefonia Fixa no Brasil vai estar estreitamente ligado a (1) capilaridade e taxa de penetração da Telefonia Móvel, como também (2) aos preços que as telcos móveis vão praticar nos seus serviços de banda larga. Ainda resta uma esperança para as telcos fixas: segundo Ivan Seidenberg (CEO, Verizon) o “ vídeo será o produto principal no negócio de telefonia fixa ” (ver Verizon Boss Hangs Up
on Landline Phone Business , The New York Times, 17.sep.2009).
Aqui vai uma dica para os “sábios planejadores” das telcos fixas brasileiras: além de apostar no vídeo não esqueçam da fibra óptica, viu? Uma pergunta que não quer calar: Não seria o momento das telcos fixas brasileiras começaram a vender parte das suas operações menos rentáveis?
A seguir vamos comentar sobre a evolução da Banda Larga, Telefonia Móvel, Serviço de Dados Móvel e sobre a Banda Larga no Brasil.
Banda Larga Fixa
A Banda Larga (BL), seja ela fixa ou móvel, terá um crescimento brutal nos próximos anos.
A BL fixa crescerá bastante via implantação de rede de fibras ópticas nas residências e corporações. Já vimos a fibra óptica será , no futuro, o combustível do produto de vídeo ( core product ) das telcos fixas (a receita de voz vai virar “suco”). A 1 a geração da BL fixa é baseada na tecnologia ADSL (velocidades menores que 5-6 Mbps). A 2 a geração da BL fixa é baseada nas VDSL ou ADSL2+ (velocidades em torno de 24 Mbps).
A 3 a geração de BL fixa é baseada na tecnologia de fibra FTTX (velocidades em trono de 100 Mbps). Em termos da tecnologia de cabo atualmente os provedores estão utilizando o padrão DOCSIS 2.0 . A próxima geração da tecnologia de cabo utiliza o padrão DOCSIS 3.0 (ver DOCSIS 3.0 Arrives , Dailywireless, 18.nov.2009). Em alguns países – como Suécia, Japão e Coréia do Sul – a palavra ADSL já foi banida do dicionário deles. Eles não admitem mais implantar ADSL. Apostam todo o seu futuro em fibra FTTH ( Fiber to the Home ) (ver Capturing the Promise of Broadband for
North Carolina and America , The Baller Herbst Law Group, June 2008).
Banda Larga Móvel
A BL Móvel do futuro estará ancorada em duas tecnologias já conhecidas: o WiMAX Móvel (na sua versão IEEE
802.16m ) e na plataforma LTE (4G do GSM). Em Julho de 2008, o ITU , lançou a batalha das tecnologias móveis 4G,
aprovando os requisitos técnicos da próxima geração de tecnologia de BL sem fio, o IMT-Advanced .
Com as especificações gerais do IMT Advanced agora estabelecidas – o ITU fala em 4G – as tecnologias candidatas podem ser submetidas até o final de 2009. Do lado do WiMAX (suportado pelo IEEE e gigantes como a Intel) e do lado
do LTE (suportado pelo 3GPP ) os candidates potenciais são: o padrão 802.16m e o LTE-Advanced , respectivamente.
Para conhecer o roadmap do WiMAX Móvel ver Mobile WiMAX Update and IEEE 802.16m , Intel Corporation,
25.mar.2009). Atualmente, o WiMAX Forum (Órgão que regulamenta o WiMAX no Mundo) e o 3GPP (Órgão que
regulamenta no mundo o padrão GSM de Telefonia Móvel) estão unindo as agendas para estabelecer um framework
comum de 4G para o WiMAX Móvel e a plataforma LTE (4G GSM) (ver Unified “4G” Standard Proposed , Dailywireless,
01.apr.2009 e Towards a REAL “4G” Standard , Dailywireless, 10.jun.2009 ).
Telefonia Móvel
A Telefonia Móvel e seus Serviços de Dados terão um crescimento bombástico nos próximos anos. Em recente pesquisa do World Resources Institute (WRI) foi constatado - para a surpresa geral - que os países em desenvolvimento estão gastando mais com telefonia móvel do que com água e energia (sic!) (ver Growing interest, growing success in BOP markets e The Next 4 Billion: Market Size and Business Strategy at the Base of the Pyramid (BOP) , WRI, September 2009; e Mobile marvels , The Economist, 24.sep.2009).
Atualmente temos mais telefones celulares e automóveis no mundo do que PCs e aparelhos de TVs . O número de celulares GSM já alcançou no mundo a quantia extraordinária de 4 bilhões de assinantes em Setembro de 2009 (ver 4
Billion GSM Users: Sept 2009 , Dailywireless, 21.aug.2009). A China tem 627,3 milhões de usuários de telefonia móvel no final de Outubro de 2008, fazendo dela o maior mercado de telecomunicações do mundo. A Índia é atualmente o
segundo maior mercado de telefonia móvel do mundo .
As telcos móveis indianas adicionaram 11,59 milhões de assinantes em Maio deste ano, levando o país para um total
de 415,25 milhões de assinantes . OS EUA é o 3o maior mercado de telefonia móvel do mundo com
aproximadamente 270 milhões de assinantes no país no final de 2008.
A telefonia móvel nos EUA tem 87% de penetração e incluem as seguintes principais telcos móveis: Verizon (86M), AT&T (78M), Sprint (49M) e T-Mobile (30M) com um total de 240 milhões. Recentemente, a Deutsche Telekom – acionista da T-Mobile - manifestou interesse na aquisição da Sprint (ver T-Mobile Declares World War? , Dailywireless, 13.sep.2009).
O Brasil tem 164,54 milhões de assinantes em telefonia móvel (ver Telefonia Celular , Teleco). Como se não bastasse estes números, a telefonia móvel não pára de crescer. Hoje já temos 39 commitments para implantação de redes LTE (4G GSM) no mundo (ver GSM/3G Market Update , GSA - Global Mobile Suppliers Association , 04.sep.2009 [sob registro grátis]) de um cronograma de geografia extremamente abrangente para implantação do 4G nos próximos 3 anos em todo o mundo (ver LTE Commitments , 3G Americas, May 2009).
Parece-nos que, pelo interesse que tem provocado nos diversos mercados, a plataforma LTE será um grande sucesso de público (ver LTE Marketing Ramps Up , Dailywireless, 12.aug.2009 e Will 4G Wireless Really Threaten Wires? , GigaOM, 13.aug.2009). Os vendors em destaque no cenário de 4G são Ericsson e Huawei ((ver LTE Marketing Ramps
Up e Huawei's Grand Ambitions Made Clear With BT CTO Hire , GigaOM, 30.sep.2009).
Um outro mercado que vai crescer muito, em curto e médio prazo, é o mercado de serviços de dados na telefonia móvel (ver The Communications Market 2009 , Ofcom, August 2009). Estimulado cada vez mais pelo aumento da penetração dos dispositivos Smartphones , os serviços móveis de dados alcançarão grandes volumes em curto prazo (ver referências do GigaOM: How the iPhone Is Driving a Wireless Bandwidth Boom , 02.sep.2009; Data: The Future
of the Internet Looks Highly Mobile , 17.jul.2009; e Mobile Data Growth Boosting Backhaul Demand , 27.may.2009). Já tem até Analista de Indústria apostando em uma Nova Era.
A Era do Yottabyte (1 Tera = 10**12 bytes; 1 Peta = 10**15 bytes; 1 Exa = 10**18 bytes; 1 Zetta = 10**21 bytes; e 1 Yotta = 10**24 bytes) (ver Managing Growth and Profits in the Yottabyte Era , Chetan Sharma, July 2009 [arquivo pdf]) ou em um novo Tsunami (ver Smartphones: Data Tsunami Coming , Dailywireless, 28.aug2009). A gigante(e visionária) Cisco tem apostado muito na previsão que o futuro da Web será o Vídeo (ver Cisco Says the Future of the Web Is
Video , GigaOM, 09.jun.2009). Uma coisa é certa: o mercado de serviços de dados móveis será muito grande e terá diversas oportunidades!
Brasil: Plano Nacional de Banda Larga
Cada vez mais a sociedade vai ser valorizada e diferenciada pelo conhecimento (ver The Next Society , Peter Drucker, The Economist, 2001). A Banda Larga (BL) é um importante componente na massificação do conhecimento e no aumento da Inclusão Digital.
Vários países têm apostado na elaboração de uma Política Nacional de Banda Larga com o objetivo de massificar o conhecimento e reduzir a desigualdade social (ver Explaining International Broadband Leadership , ITIF, May 2008). Este ano, o Reino Unido anunciou o seu plano digital chamado Digital Britain (ver Cellular Stategy for Digital Britain , Dailywireless, 23.mar.2009). Recentemente, a União Européia definiu as premissas básicas para rollout de Redes de Banda Larga (ver European Commission Issues Rules of Broadband Road , Dailywireless, 18.set.2009).
Os EUA anunciou recentemente que está elaborando um Plano de Banda Larga orientado a serviços. O FCC, que está responsável pelo Plano, trabalha com o conceito de que a próxima geração de serviços de saúde, educação, energéticos ( smart grid ) dependerão da banda larga (ver Plano de banda larga da FCC prioriza serviços , Telesintese, 09.set.2009 e Brasileiro faz plano de banda larga dos EUA , Ethevaldo Siqueira, 04.out.2009).
Existem duas formas básicas de uma Nação estimular a disseminação da Banda Larga em seu território. Para isto a Nação deve trabalhar focando em Políticas que encorajem o Fornecimento da BL e/ou promovam a Demanda da BL .
Entre as ações que encorajam o Fornecimento de BL podemos destacar algumas como: estímular de empréstimos de baixo custo para provedores de BL, reduzir impostos para provedores de BL, promover redes de BL de próxima geração (p. ex., FTTH), estimular a implantação de BL rural e promover a competição no mercado de BL (ver mais detalhes aqui: Explaining International Broadband Leadership , ITIF, May 2008 e A Competição no Mercado de Banda
Larga , Teleco, 08.set.2008).
Entre as ações que promovem a Demanda de BL podemos destacar algumas como: Promover a Capacitação Digital e o Acesso a Computadores, Encorajar o Uso da Banda Larga na Educação; e Promover o Desenvolvimento de Aplicações (incluindo e-Gov) para Banda Larga (ver mais detalhes aqui Estimulando a demanda na Banda Larga , Teleco, 13.out.2009).
Brasil nos deve faz tempo uma Política Nacional de Banda Larga decente. Veja só como anda o nosso setor de educação no último relatório do PNAD 2008 anunciado em Setembro de 2009: PNAD 2008: Brasil não avança no
combate ao analfabetismo , O Globo, 18.set.2009. Evidente que uma Política de BL abrangente (fornecimento + demanda) poderia auxiliar-nos bastante na redução da taxa de analfabetismo do país.
Parece que o Brasil “acordou” para a necessidade de ter um Plano de Banda Larga. O governo decidiu implantar um Plano Nacional de Banda Larga, por meio da construção de uma rede pública capaz de levar a conexão à Internet com qualidade e alta velocidade a todos as localidades do país (ver Plano Nacional de Banda Larga pode começar pelo Rio,
Brasília e Belo Horizonte , Telesíntese, 16.set.2009). Pelo que vimos na mídia o Plano de Banda Larga do Nosso Cara
vai nascer “capenga” só apostando no fornecimento de BL (ver Barbosa defende adoção de modelo francês de banda
larga , Telesíntese, 01.out.2009).
Lula, cadê o estímulo à demanda no seu Plano de BL? Acreditamos ainda que a recente polarização entre Governo e Telcos não vai ajudar em nada neste processo de gestação da Política Nacional de Banda Larga (ver Teles nunca
foram parceiras do governo na inclusão digital , Convergência Digital, 30.set.2009). É extremamente salutar para o mercado – quando pensamos em Encorajar o Fornecimento de BL e Promover a Demanda de BL - em ter as Telcos junto com o Governo.
Quando o Governo polariza este tema é que ele só enxerga - com uma certa dose de miopia - apenas um lado da questão: o lado do Fornecimento de BL. Lembrem-se sempre: uma Política Nacional de Banda Larga deve atuar em duas linhas:
Encorajar o Fornecimento de BL (p. ex., BL Rural, Incentivos para Provedores e Redução de Impostos) e Promover a Demanda de BL!
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Parabéns, excelente artigo.
Meu amigo. PODE ATÉ ACABAR. Mas até lá vc, eu, e talvez até meu filho não estejamos vivos. Concordo com vc cm relação a vaquinha leiteita. 47 pratas por esse serviço é realmenta absurdo. Como vc deve ser um cara novo e nunca ouviu falar de mufla, pote de pupinização, ADE, entre outros. Acho melhor segurar a onda na sua previsão meio Nostradamus.
Ainda existe muito cabo metálico pra ser removido antes disso tudo. A minha opinião é que o FTTX é a melhor solução. Seria aproveitada toda essa canalização antiga para pasagem de fibras nesses dutos antigos. O serviço é seguro e dde altíssima qualidade. Sem querer desmerecer a nova geração 4G.Mas fibra é muito melhor. sds.
Muda, ou acaba? Creio que se olharmos pela os anuncios de convergencia de infra-estrutura e concluirmos que teremos a base convergencia em nossas casas, com agregações de multiserviços, integrados a mobilidade, estou mais propenço a acreditar que ocrrerá uma mudança muito forte, onde a voz não será o principalmente serviço por esta base instalada em cada residência.
Assim como o celular deixou de ter como seu principal foco a comunicação, a telefonia fixa esta indo para o mesmo caminho. A questão que sempre me pergunto é: Esta base de presença em nsosas casas, será cabo, ou áereo?
Melhor seria se a tal assinatura básica estivesse com os dias contados em todos os serviços públicos, como energia elétrica e água/esgoto, cobrada na forma de consumo mínimo, e não apenas na telefonia fixa.
Quanto a substituição da telefonia fixa pela móvel, as telcos fixas não estão se preocupando muito, afinal, são elas as controladoras das maiores operadoras móveis no país. Em resumo, a competição existe somente entre tecnologias, para infelicidade dos usuários.
Eduardo; Gostei muito do estudo publicado, porém discordo de parte dele. Focando somente na parte de telefonia fixa, em função da estrutura do setor de telecomunicações, especialmente ao STFC, para que as prestadoras pudessem iniciar um movimento de venda de parte não rentável do negócio, é necessário a reforma dos dispositivos regulatórios.
Como sabe, a telefonia fixa é prestada em Regime juridico público ou privado. Quanto ao regime público é prestado por meio de concessão e, dessa forma, uma concessionária não pode sob hipótese alguma vender parte da sua operação, pois estaria vendendo um bem reversível que na verdade pertence a União.
Assim, seria necessário uma reforma na estrutura da regulamentação para que permitisse com que as concessionárias pudessem vender a operação. É esta a correção que gostaria de fazer e aproveito para lhe parabenizar com o ótimo estudo. Um Abraço, Alex Brucker Mota
Caro Eduardo Prado, Minha opinião sobre o tema: " A Telefonia Fixa vai Acabar", é a seguinte: Em primeiro lugar devo dizer-lhe que os parâmetros dos Estados Unidos não devem ser tomados como base. Digo isso pois se tomarmos a França como base, mudaremos nosso enfoque para: " A Telefonia Fixa Não Para de Crescer", haja visto o crescimento do número de linhas fixas neste país.
A propósito, no Brasil também está crescendo, pois de 2.005 para cá, saltamos de 39 milhões para mais de 43 milhões (dados da propria Teleco). Na Argentina, no México, na Espanha e etc... também tem crescido. O futuro da transmissão de voz por linhas fixas é um só, ou seja, tornar-se grátis dentro de um pacote de banda larga, TV e etc... Outra coisa que devemos sempre levar em conta é o velho ditado de que "o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil e também para o resto do mundo", prova disso foi a recente crise causada pelo modelo economico americano, que nunca mais ninguem irá pensar em copiar.
Existe uma série de fenômenos no mundo que fazem esta coisa de fim da telefonia fixa, se tornar mais uma fantasia aos olhos dos futuristas, como por exemplo aconteceu com muitas coisas que devemos sempre lembrar:
-O isqueiro não acabou com o fosfóros
-A lampada não acabou com a vela
-O micro ondas não acabou com o forno a gás
-O Cinema não acabou com o Teatro
-A Televisão não acabou com o cinema
-O Video Cassete não acabou com o Cinema, aliás o que acabaram foram as locadoras de DVD.
-A máquina de escrever e o computador não acabaram com as canetas.
-O Celular não acabou com o relógio de pulso.
-O plástico não acabou com os metais,a madeira e o couro.
-O Celular não acabou com as máquinas fotográficas.
-As filmadoras tambem não acabaram com as cameras fotagráficas.
-A Televisão não acabou com o radio.
O que a telefonia móvel pode fazer é acabar com a saude dos usuários. Se não for pelas ondas eletromagnéticas, será através do stress pois, almoça-se falando ao celular, perde-se a privacidade falando-se ao celular, irrita a todos quando a campainha toca e tem gente fazendo amor falando-se ao celular ou pelo celular.
Finalizando, eu gostaria de lançar aqui uma campanha: " Use a telefonia móvel para facilitar sua vida e não para escravisar sua vida. Use o celular para rápidos recados e deixe as conversas mais claras e produtivas para o telefone fixo, é mais barato, mais seguro e voce não corre o risco de perder a ligação no ponto crucial da conversa". Obrigado.
Caro Eduardo, parabéns pelo artigo que nos chama a atenção pelo que as novas mudanças tecnológicas podem trazer para o cenário de negócios.
Não acredito em substituição total de um meio por outro, mas uma mudança gradual motivada por vários fatores, sejam tecnológicos, sejam comerciais. Por exemplo, várias redes de cobre existentes em alguns lugares do Brasil já são bastante antigas (Rio de Janeiro, p.ex.) e sua substituição se faz necessária para suportar a oferta crescente de novos serviços que demandam cada vez mais banda e de forma cada vez mais rápida.
Parece inevitável que o 'core' das redes evolua para fibras ópticas, e que o IP chegue até a ponta final (cliente), sendo o acesso feito por diferentes tecnologias que despontam no mercado atualmente. A certeza que temos é que um modelo baseado no ganho de uma "assinatura mensal" para a voz está com seus dias contatos, uma vez que o modelo da telefonia fixa deixa de ter a voz como serviço principal e os demais como SVAs, e sim passa a ter a voz fornecida como SVA, muito provavelmente sem custos para os clientes finais.
Vale a pena citar aqui o exemplo do que acaba de fazer a Finlândia (revista Veja edição 2135, ano 42, num.42, 21/10/2009, pág.110), onde, numa decisão inédita, tornou o acesso banda larga um direito individual dos cidadãos daquele país (velocidade mín. de 1Mbps até Julho de 2010), baseado no fato de que uma boa conexão à internet é capaz de promover tantos benefícios às pessoas e à economia que deve-se almejar que todos os cidadãos contem com ela.
Dados do Banco Mundial dizem que para 10% de aumento na taxa de alcance da banda larga num país como o Brasil obtem-se um aumento de 1,38% na renda per capita. Lá na Finlândia o Estado vai bancar a infraestrutura necessária para atingir essa meta ambiciosa, mas por aqui acredito existir alternativas para que a iniciativa privada participe de uma expansão da rede semelhante, encontrando aí modelos que combinem o atendimento da população com resultados financeiros atraentes para as operadoras. Vamos aguardar para ver como o tema será conduzido por aqui. Abraço.
Parabéns. Artigo oportuno e lúcido.
O maior problema do fone fixo com certeza é o custo! Pois quando há um problema na telefone móvel, um técnico vai ate torre e conserta! Já no fixo o técnico tem que encontrar onde está o problema, o que leva mais tempo!
Pode também um carro bater em um poste ou um caminhão desapercebido leva os fios da rede! J á pensou o gasto de dinheiro, tempo e funcionários! Coisa que não existe no telefonia móvel!
Uma solução é se os fios fosem enterrados na terra, teriam menos transtornos! Quem sabe assim não acabaria com esse servico fixo!
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