16/12/07 

Em Debate Especial: Base da Pirâmide

 

O Teleco promoveu em novembro e dezembro de 2007 um debate sobre "Como ampliar o acesso aos serviços de telecom na base da pirâmide?", que contou com os seguintes artigos:

 

O desafio do mercado emergente no Brasil

Ricardo Knoepfelmacher, Presidente da Brasil Telecom

O desafio da conectividade hoje

Aluizio Byrro, Chairman da Nokia Siemens Networks América Latina

Uma Proposta para Universalizar a Banda Larga no Brasil

Mário Dias Ripper, Consultor

 

As principais conclusões apresentadas nos artigos do debate são apresentadas a seguir, ilustradas por citações retiradas dos artigos apresentados.

 

 

O mercado Convergente e Emergente

Hoje, muito se fala dos serviços convergentes que encantam pequena parcela dos consumidores brasileiros, que podem desfrutar das tecnologias oferecidas pelo mercado. (Ricardo K.)

 

Essa realidade, porém, está muito distante de um grande contingente de brasileiros de menor poder aquisitivo – o chamado mercado emergente – que ainda não usufruiu, em toda sua plenitude, dos avanços ocorridos no mundo das telecomunicações. Isso porque, no Brasil, apenas 23% dos habitantes possui renda superior a R$ 1.400 mensais. (Ricardo K.)

 

 

Muito se tem comentado sobre as duas realidades distintas que coexistem no Brasil, que já foi apelidado de Belíndia, onde uma parte seria semelhante à Bélgica, desenvolvida, e outra parte – muito maior – semelhante à Índia, ainda lutando pelo seu desenvolvimento. (Mário Dias Ripper)

 

A parte de renda mais baixa, aquela comparada à Índia, tem demonstrado crescimento da demanda por alguns serviços de telecomunicações: telefonia celular – em especial o pré-pago – e serviços que permitem o acesso à Internet. (Mário Dias Ripper)

 

Os serviços para a base da pirâmide

Existe uma oportunidade real de crescimento e novos negócios ainda pouco explorada pelas empresas – o atendimento às camadas mais baixas da população - principalmente à classe C. (Aluizio Byrro)

 

A massificação de terminais GSM, com a conseqüente redução de seus preços e da barreira de entrada para usuários de mais baixa renda, foi um dos fatores críticos para o crescimento agressivo experimentado no Brasil (e nos principais países emergentes), juntamente com a modalidade de pré-pago. (Aluizio Byrro)

Servir ao mundo convergente de poucos, mas também a esse mundo emergente de muitos brasileiros, representa o grande desafio das operadoras de telecomunicações. Será fundamental segmentar adequadamente as ofertas de serviços, levando em conta que o Brasil convergente e o Brasil emergente têm necessidades diferentes. (Ricardo K)

 

Necessidade de Novos modelos de negócio

A continuidade desse processo de massificação – e de inclusão - passa a depender de outros fatores, como a criação de modelos de negócio alternativos que permitam ao operador reduzir custos de operação de forma a viabilizar o atendimento em localidades pequenas ou remotas. (Aluizio Byrro)

 

Não basta disponibilizar plataformas tecnológicas com potencial à universalização, mas é preciso adotar soluções que apresentem escala e permitam obter terminais de baixo custo, reduzindo assim a barreira de entrada para os cidadãos. (Aluizio Byrro)

 

A Carga Tributária é uma Barreira

A carga tributária no Brasil é sabidamente uma das mais altas do mundo. A carga tributária sobre serviços de telecomunicações é de 41% da receita, o que limita drasticamente o acesso dos usuários de baixa renda aos serviços e seu uso. (Aluizio Byrro)

 

Uma racionalização tributária poderia promover a ampliação da base da população que teria disponibilidade financeira para pagar pelos serviços assim como intensificaria o perfil de uso, com conseqüentes benefícios para o cidadão e toda a sociedade. (Aluizio Byrro)

 

Necessidade de Políticas Públicas

 

Se para uma parcela dos brasileiros o uso mais intenso das telecomunicações pode ocorrer por soluções de mercado, para as classes de menor poder aquisitivo deve ser resultado de políticas públicas de inclusão digital. Assim, a tarefa de aumentar a base da pirâmide para o uso de soluções tecnológicas envolve um esforço coordenado dos diversos agentes sociais. (Ricardo K)

No entanto, a ampliação do acesso aos serviços de telecomunicações para além dos limites da viabilidade econômica do investimento privado requer a atuação do Estado. Esse papel está tanto na desoneração do serviço para o usuário através de redução/racionalização de impostos, quanto pelo investimento direto, utilização de fundos de universalização ou parcerias público-privadas. (Aluizio Byrro)

Abaixo, uma outra proposta com utilização do mecanismo das Parcerias Público-Privadas, envolvendo ainda a participação do órgão regulador, que parece mais equilibrada pra todas as partes. (Mário Dias Ripper)

 

 

BACKHAUL
(Acesso BL
aos Municípios)
ÚLTIMA
MILHA
(Acesso BL
no Município)
ATENDIMENTO DE
COMPUTAÇÃO A
ESCOLA
AÇÃO DA
EMPRESA
PRIVADA
  • Construção e operação pelas Concessionárias dessa rede adicional
  • Oferta de conexão IP / BL
  • Prestação por provedores de comunicações Locais ou Nacionais.
  • Prestação como um  serviço de TI  por provedores Nacionais ou Locais
  • AÇÃO DO
    REGULADOR
  • Regulação para que preço da conexão IP seja baixo,
  • Incluindo, se necessário, separação dessa  rede adicional
  • Troca das obrigações de PSTs como nova moeda
  • Facilitar obtenção de licenças inclusive “sem fio” nas localidades onde a modelagem econômica é precária
  • Incluindo, se necessário, leilão reverso
  •  

    AÇÃO
    PÚBLICA
  • Estado investe adicionalmente onde necessário
  • Estado contrata o serviço de acesso local para as escolas. Idealmente também para outros usos públicos: Saúde, Tele-centros, Prefeitura .
  • Estado (Federal / Estadual / Municipal) contrata atendimento para as escolas, preferencialmente como um serviço
  • (Mário Dias Ripper)

     

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