22/04/07

Em Debate Especial : 3G

 

 

 

 

 

Por Que Ainda não temos 3G no Brasil?

 

 

 

José Luis De Souza

Presidente da FITec e Diretor do Teleco

 

A pergunta que recebemos freqüentemente é “por que ainda não temos 3G no Brasil?”

 

Lembramos da decisão da ANATEL de aguardar o amadurecimento da 3G para que, então, fosse introduzida no Brasil. As freqüências foram determinadas assim como um cenário foi traçado para balizar o investidor.

 

Lembramos do pleito de parte dos players para que a 3G só viesse em 2007 para que os investimentos recém feitos em GSM tivessem seu tempo de maturação.

 

Lembramos do argumento de que ainda não haviam aparelhos celulares 3G de baixo custo disponíveis no mercado.

 

Também lembramos da visão de que o mercado brasileiro não passaria de 80 milhões de celulares porque não havia poder aquisitivo para tanto.

 

Com a mesma memória lembramos que as telecomunicações brasileiras foram privatizadas, entre outros motivos, porque o Estado não tinha recursos para promover a universalização dos serviços nem para acompanhar o avanço da tecnologia, o que exige investimentos intensivos para satisfazer à demanda da população. A economia cresceria, como cresceu, a uma velocidade tal que exigiria investimentos em modernização de toda a infra-estrutura de telecomunicações e precisaríamos de um volume de recursos que não tínhamos.

 

Hoje temos a 3G madura, já estamos em abril de 2007, os aparelhos celulares 3G de baixo custo já estão disponíveis, já passamos dos 100 milhões de celulares no Brasil.

 

Os investimentos vieram com a privatização. A economia cresceu e os investimentos continuaram.

 

No comentário desta semana observamos que a queda nas exportações brasileiras de aparelhos celulares tem como um dos importantes fatores a não produção de aparelhos 3G nas unidades fabris locais, obviamente porque não há mercado interno par tanto.

 

O cliente brasileiro já troca de aparelho celular em 12 meses ou menos, com a oferta superando a casa de 200 modelos de aparelhos.

 

Os fabricantes de infra-estrutura celular virtualmente só fornecem equipamentos de 3ª geração, obviamente compatíveis com o GSM.

 

O consumidor brasileiro aprendeu a usar serviços avançados. Observa-se o crescimento da receita das operadoras móveis no segmento de dados.

 

Assim sendo e como tudo indica que a pergunta faz sentido. Pensei em dividir com todos, na busca de uma resposta esclarecedora a quem nos faz a pergunta título deste artigo. Por favor comentem.

 

Nas próximas semanas, na seqüência desse em debate, como já ocorreu com Carlos Duprat (VP da Ericsson) teremos artigos de Mario Cesar Araujo (Presidente da TIM), Roberto Lima (Presidente da Vivo), Jonio Foigel (Presidente da Alcatel-Lucent), Almir Luiz Narcizo (Presidente da Nokia) e Marco Aurélio Rodrigues (Presidente da Qualcomm). Com certeza as diferentes visões nos levarão a conclusões importantes sobre a 3G no Brasil.

 

 

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Comentário de Jose Roberto de Souza Pinto

Um típico efeito sanfona no setor de TELECOM.

 

Responder a esta pergunta é o mesmo que responder porque o Brasil não é um país desenvolvido?

Liderança é a melhor palavra que encontrei. Falta liderança na condução de temas de suma importância, falta coragem na tomada de decisões, até porque devem ser explicadas. Em assim sendo a melhor alternativa é postergar. Falta priorizar o bem estar social e esquecer do seu interesse pessoal.Aí estão algumas justificativas adotadas para se ter risco zero, que obviamente não produz desenvolvimento em lugar nenhum.

Tudo é mais ou menos assim, nada é claro e direto, uma cultura interessante e até valorizada, que garante que nunca você vai saber quem é o responsável.

 

Se analisarmos historicamente as Telecomunicações no país em um passado não muito longínquo, vamos encontrar figuras com determinação e coragem, como foi o General Galvão na EMBRATEL, que formou uma escola de talentos e competência e que criou as bases para o desenvolvimento. O General Alencastro na TELEBRAS uma competência determinada para transformar as Telecomunicações e integrá-la ao desenvolvimento econômico e social. Mais recentemente Sergio Motta, um aprendiz que sabia mais do que os técnicos do setor, que revolucionou estado vigente, e o que temos hoje devemos a ele.

 

A partir daí, nada a comentar.O resultado é esta administração sanfona, que vai e vem e nem música toca.

 

Não resta dúvida sobre os avanços do setor nestes últimos anos, inclusive com a questão econômica sendo tratada de forma bastante profissional e dando suporte na condução dos negócios, entretanto é importante destacar que a tecnologia aplicada e atualizada é a mola mestra do setor que permite os saltos de desenvolvimento e viabilizam as operações, portanto atrasos na sua introdução, serão custos que a sociedade terá que absorver no futuro.

 

De qualquer forma a iniciativa do artigo da TELECO, é uma nova esperança, que pode produzir algum efeito nesta sonolência generalizada que atinge o setor.

 

 

 

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