28/09/2009
Em Debate Especial
Banda Larga – O Salto Necessário
José Luis De Souza
Presidente da FITec e Diretor do Teleco
Nos últimos meses estabeleceu-se um consenso da importância da Banda Larga como motor do desenvolvimento Brasileiro.
Vários órgãos do Governo, Empresas de Telecomunicações, Centros de Inovação, Entidades de Classe, enfim representantes de todas as vertentes estão empenhados na discussão dos caminhos a serem seguidos e na confecção de um Plano Nacional. Também há consenso de que um crescimento regular, ainda que acentuado, não será bom o bastante para o tamanho do Brasil. É preciso darmos um salto qualitativo e quantitativo. A Carta do Guarujá sintetiza a vontade Brasileira de dar este salto.
Em junho de 2009, o Brasil tinha cerca de 15 milhões de acessos em Banda Larga, dos quais 7,5 milhões de acessos ADSL e 4 milhões de acessos móveis. No mundo, eram 900 milhões de acessos Banda Larga em serviço em junho de 2009, sendo mais da metade de acessos móveis. Os campeões de crescimento continuam sendo China, Alemanha, EUA e Brasil.
A velocidade de transmissão no Brasil ainda deixa a desejar. Pouco mais de 6 milhões de acessos, entre fixos e móveis, eram servidos com taxas entre 512 Kbps e 2 Mbps em Junho passado. Os vídeos já ocupam posição de destaque na preferência dos Internautas, exigindo cada vez mais velocidade e as projeções não são diferentes: mais e mais velocidade nas conexões e desempenho da máquinas. As comunidades virtuais crescem e com elas a troca contínua de conteúdos. O usuário é também um grande produtor do conteúdo que trafega na Internet e esta é a tendência para os próximos anos.
As tecnologias se multiplicam e se compatibilizam em busca de oferecer melhores experiências de uso às pessoas, onde quer que estejam e a qualquer momento que desejem. O mundo busca esta compatibilidade tecnológica, que permite aos cidadãos continuarem conectados quando estão fora de seus países, de forma transparente.
O crescimento da oferta de Banda Larga não tem sido suficiente para satisfazer o desejo Brasileiro de navegar. Queremos Banda Larga, queremos Internet. Queremos estar conectados. A oferta de NetBooks, NoteBooks, SmartPhones e até DeskTops não para de crescer no varejo com facilidades de pagamento que tornam possível o sonho de ter um computador. E de ter o segundo. E de estar conectado via 3G e outras tecnologias com ou sem fio. A onda pegou. Já não podermos ficar sem nosso e-mail na nossa mão a qualquer hora. Já não vamos mais ao banco. Pagamos nossos impostos sem sair do escritório. Consultamos tudo na hora em que precisamos.
Precisamos incluir todos os Brasileiros nessa onda de produtividade, conforto, divertimento e acesso à informação. Eis o consenso.
Aprendemos que um bom projeto é aquele que atende às necessidades especificadas eliminando barreiras, criando facilidades para sua consecução e construindo um ambiente de harmonia entre seus participantes.
Necessidades dos Clientes
As necessidades dos clientes estão bastante bem delineadas: capilaridade e banda. Qualidade da conexão e preço justo. Terminais de fácil uso e atendimento responsável. Conteúdos variados e acesso a serviços de governos. 24 horas por dia onde quer que estejamos. Sem barreiras tecnológicas. Compatibilidade internacional.
Eliminar Barreiras
Aqui um dos principais pontos para contribuição dos governos e órgãos de Estado: eliminar barreiras como tributos e espectro radioelétrico, disponibilizar licenças para prestar serviços, eliminar barreiras para tecnologias como LTE, IPTV e WiMax, etc. O empreendedor precisa viabilizar seus investimentos através de todas as opções de ofertas de serviços e usos de tecnologias. A revisão de certas leis municipais que restringem a instalação de equipamentos faz-se necessária. Eliminar barreiras é ponto básico para a viabilidade da oferta de Banda Larga. Por que não isentar de impostos toda a cadeia de valor de Banda Larga (terminais, equipamentos de infra e serviços) até 2014?
Criar Facilidades
Financiamento especial para a expansão da Banda Larga, similar ao oferecido para Inovação, sem prejuízo deste; bônus para cobertura e treinamento de pessoal em localidades onde os planos de negócio desencorajam o investimento; compartilhamento de infraestrutura; oferta de infraestrutura pública para instalação de equipamentos e parcerias público-privadas são exemplos de iniciativas que criarão facilidades à expansão da Banda Larga. As escolhas tecnológicas das empresas devem privilegiar a integração Brasileira ao mundo moderno.
Construir Ambiente de Harmonia
Uma vez que o consenso sobre o salto quantitativo e qualitativo da Banda Larga está instalado, precisamos reconhecer que harmonia nas negociações é aspecto chave para a consecução do projeto maior. As oportunidades para novos empreendedores surgirão naturalmente. Atraí-los é parte do processo, assim como entender que é necessário eliminar barreiras e criar um ambiente favorável a seus investimentos. Competição salutar.
Penso que não há o que esperar. Em situações de consenso, a vantagem competitiva está com quem começa primeiro. Principalmente em se tratando de um salto conceitual, rumo à massificação de um serviço de alta qualidade.
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Neste texto, o Sr. José Juiz de Souza fala um monte de abobrinhas e não diz nada. Não toma partido em nada. Seria melhor se a Teleco nem tivesse publicado este texto. Tão sem sabor quanto inútil.
Achei excelente a forma com que aborda o desejo de se ter mais e melhor o serviço de banda larga e ainda dá o caminho das pedras de como fazer para que exista incentivo/investimento, a fim de ampliar a banda larga para todos. De leitura simples e objetiva, está tudo aí. Gostaria de ouvir as autoridades já que muito depende delas.
Acho oportuna a abordagem do Sr. José Luiz Souza. Acho também que a popularização da Banda Larga deverá trazer um salto positivo na educação do nosso povo, aliás o que falta no comentario do Sr. Gustavo Lira.
Agora que teremos a copa em 2014 e a Olimpíada em 2016, deveríamos mesmo agir rápido e eliminar barreiras de impostos e incentivar os investimentos em banda larga. Há muito se discute a redução de impostos nas telecomunicações. Está na hora. A proposta de zerar os impostos da banda larga até 2014 deveria ser adotada imediatamente. O Brasil precisa de mais velocidade nas decisões dos Estados, que ficam com um mínimo de 25% de impostos sobre a banda larga e fazem com que seu crescimento seja muito pequeno para a nossa necessidade. Pelo menos o Estado do Rio de Janeiro deveria dar o exemplo.
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