02/09/2012
Em Debate Especial
Teleco 10 anos: Os Principais Desafios do Setor de Telecom no Brasil
Jonio Foigel
Presidente da Alcatel-Lucent no Brasil
Basta passar os olhos no conteúdo do excelente site do Teleco para ver que, nos últimos 14 anos, as Telecomunicações deram um salto no Brasil. Hoje, temos mais linhas de celulares do que pessoas, a banda larga móvel apresenta taxas altíssimas de crescimento, assim como a banda larga fixa e a TV paga. Todas as operadoras já anunciaram planos de investimento em TV via IP e logo os grandes grupos de Telecom no Brasil terão uma oferta convergente de voz, dados e vídeo com uma gama muito variada de aparelhos e cobertura nacional.
Os órgãos governamentais e o regulador estão fazendo sua contribuição, como por exemplo, a liberação de serviços de video sobre IP para as operadoras, a antecipação do leilão do espectro para quarta geração. Ainda há uma previsão para que uma nova faixa (700Mhz) seja leiloada em 2013. Além disso, é preciso que a Lei Federal que regulamenta a implantação das redes banda larga com incentivos fiscais seja aprovada com urgência. Precisamos acelerar as liberações de novas tecnologias como as Small Cells, que trazem enormes benefícios para usuários.
Os fornecedores de tecnologia vão continuar numa saudável disputa de mercado, que como conseqüência irá trazer inovações tecnológicas, redução de custos para os clientes e mais eficiência. Além disso, estarão comprometidos com metas de redução de consumo de energia, redução da poluição visual e outros fatores que são de grande relevância para nossa sociedade.
As operadoras de telecomunicações têm o papel central nessa trajetória. Serão exigidos maiores investimentos. As redes do futuro serão full IP e boa parte do acesso será móvel, através de aparelhos conectados por LTE ou WIFI. Investimentos em backbones e backhaul serão mandatórios e certamente o bundle da oferta será um diferenciador ainda maior. O tratamento da experiência do usuário, seja pela ponta do serviço ou do atendimento, deverá ser uma prioridade. Estudos mostram que a nova geração denominada de Z ou de Milênios nasce dominando a tecnologia com um grau altíssimo de ansiedade e com um grau baixíssimo de fidelidade. Para essa geração, o custo de mudança de um serviço de Telecom inexiste.
Houve uma inversão no modelo de referência para serviços de Telecom, antes se copiavam os ambientes de telecomunicação do escritório em casa, hoje as empresas são obrigadas a oferecer a seus funcionários as mesmas condições que os funcionários têm fora do ambiente de trabalho.
Desde o lançamento do primeiro Iphone, impulsionados em uma segunda fase pelos Tablets, os aparelhos móveis são definidores de qual será a demanda. A facilidade para produzir, comprar e instalar os mais diversos aplicativos e serviços transformou o mercado e deve continuar essa transformação. Até as máquinas já estão se conectando facilmente com outras máquinas.
O tablet, a nuvem e as redes de fibra são mais do que nunca os catalizadores e uma nova revolução social. Uma evolução do mundo da informação.
Para as operadoras um novo desafio com a explosão do tráfego não acompanhado por uma receita equivalente.
Para o regulador, encontrar a harmonia entre a neutralidade de rede, a convergência dos serviços e uma busca de equilíbrio na oferta para todas as classes sociais.
Ao usuário uma conectividade e serviços com cada vez menos limites onde quase tudo que se pensa pode ser transformado em realidade.
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