Em Debate
Publicado: 29/06/2008
Audiência Pública do PGO e PGR - 27 de junho de 2008
Huber Bernal Filho
Diretor da Teleco
José Barbosa Mello
Em 16 de Junho, a Anatel divulgou a Consulta Pública No 22 – Proposta de Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil – PGR e a Consulta Pública No 23 – Proposta de Revisão do Plano Geral de Outorgas de Serviços de Telecomunicações prestado no Serviço Público – PGO.
O primeiro documento apresenta as ações a serem realizadas pela Anatel nos próximos anos com o objetivo de atualizar a regulamentação das telecomunicações no Brasil. Ele estabelece uma série de Princípios Regulatórios e define os Objetivos e Propósitos Estratégicos da Atualização, para, em seguida, listar as Ações de Curto, Médio e Longo Prazos que serão adotadas para atingir os objetivos citados. O documento inclui ainda projeções de demanda que seriam alcançadas a partir das ações definidas.
O segundo documento esclarece os fatores que motivaram e as linhas de ação que nortearam a proposta de revisão do Plano Geral de Outorgas e apresenta a nova redação proposta para o PGO.
Como parte do processo de discussão desses documentos, a Anatel programou 3 audiências públicas em Brasília, São Paulo e Recife. O presente artigo comenta a primeira dessas audiências realizada em 27 de Junho em Brasília, com foco no PGO.
Linhas de Ação do PGO
Em primeiro lugar, cabe destacar as linhas de ação do novo PGO que são as seguintes:
Os pontos acima podem ser assim resumidos. Primeiro, é criado o conceito de Grupo (item 2). Segundo, a Agência propõe eliminar a restrição existente que proíbe que um mesmo Grupo controlador de concessionária de STFC local atue em duas Regiões (itens 1 e 3). Por outro lado, a Anatel impõe várias obrigações às concessionárias no sentido de incentivar a competição e controlar se suas determinações estão sendo atendidas (itens 4, 6 e 7).
As obrigações de massificação de acesso – que ainda serão definidas – são estendidas da empresa concessionária para o Grupo (item 5). Finalmente, a transferência da concessão implica na transferência de todos os demais serviços de empresas controladas pelo mesmo Grupo. Observe-se que é possível transferir empresas detentoras de autorização individualmente, desde que a concessionária não seja transferida (item 8).
Linha de Ação do PGR
Conforme a apresentação da Anatel, o PGR deve ser o instrumento de definição de estratégias e metas para o setor de Telecomunicações, registradas através da atualização bianual do seu conteúdo, e que definirá revisões e melhorias para o arcabouço regulatório vigente.
As ações de curto prazo, que têm previsão de implementação em até 2 anos, têm por objetivo:
As ações de médio prazo, que têm previsão de implementação em até 5 anos, têm como objetivo:
As ações de longo prazo, que têm previsão de implementação em prazos superiores a 5 anos, têm como objetivo:
Percebe-se, pelo conteúdo apresentado, que a atualização constante da regulamentação do setor, com base em estratégias e metas bem definidas, tem o objetivo de garantir uma estabilidade regulatória que permita tanto promover regras para um investimento seguro, como massificar a oferta de serviços de telecomunicações, especialmente aqueles baseados em Banda Larga. Contudo, também é objetivo garantir que os serviços ofertados tenham a qualidade esperada pelo usuário final.
Comentários da Audiência de 27 de junho
A audiência foi realizada em Brasília, e a mesa foi composta pelos seguintes participantes: Bruno de Carvalho Ramos (Gerente de Regulamentação), Jarbas José Valente (Superintendente de Serviços Privados), Gilberto Alves (Superintendente de Serviços Públicos Interino) e José Gonçalves Neto (Gerente Geral de Competição).
A audiência foi iniciada com uma apresentação relativa ao PGR, feita pelo Sr. Jarbas Valente, e seguida de uma apresentação relativa ao PGO, feita pelos Srs. Gilberto Alves e José Gonçalves.
As apresentações buscaram salientar tanto o conteúdo dos referidos planos e suas estratégias, como o encaminhamento dos estudos efetuados como preparação para a revisão e elaboração desses planos. Foram disponibilizados para consulta tanto as estratégias adotadas para os planos (PGR e PGO) como o estudo prévio realizado, cujo resumo disponibilizado contém 245 páginas com informações do setor no Brasil e no mundo, e que procurou estimar, com base nas revisões previstas nos planos, os resultados a serem alcançados em 5 e 10 anos.
Dentre os pontos que mereceram destaque pelos apresentadores, podem ser citados:
Finalizadas as apresentações, durante o intervalo para o almoço foram recolhidas as perguntas por escrito e as inscrições para manifestações orais.
Após o almoço foram respondidas as perguntas por escrito. Manifestaram-se representantes de operadoras (GVT, Intelig e Embratel), das associações de operadoras e afins (ABRAFIX, ABERT e TELCOMP), de consultorias (PricewaterhouseCoopers) e de escritórios de advocacia (Pinheiro Neto).
Algumas das questões abordadas foram:
Ainda estão previstas mais duas audiências públicas: uma no dia 7 de julho, em São Paulo, e outra no dia 14 de julho, em Recife.
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