30/04/07
Em Debate Especial: 3G
3G
Parte 2
Mario Cesar Pereira de Araújo
Presidente da TIM
O Potencial para o Desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Banda Larga
No Brasil, as operadoras móveis já sinalizam a intenção de se mover para viabilizar o quanto antes a implantação do 3G no mercado, vislumbrando a possibilidade de oferecer serviços de multimídia mais sofisticados e avançar sobre o mercado de banda larga no país.
Apesar da recente evolução da penetração da banda larga no Brasil (em 2006 foram adicionados >1,7 milhões de assinantes), o país ainda está distante, em termos de penetração, de pares como Chile e Argentina (Figura 3), confirmando a tese de que ainda existe espaço para crescimento da utilização pela população brasileira. Três fatores são chave quando pensamos em evolução deste mercado:
Conforme ilustrado na Figura 4, as tecnologias 3G em alta velocidade como HSPA (High Speed Packet Access) são competitivas quando comparadas com as alternativas de rede fixa e, além do beneficio da mobilidade, proporcionam um grande alcance na cobertura. Estes benefícios não são apenas teóricos, já que o HSPA é aproveitado Comercialmente em outras partes do mundo, como nos EUA, Austrália e Europa.
A Cingular, maior operadora móvel dos Estados Unidos, lançou o serviço em 2005, inicialmente para o segmento business através de PC-card e, logo depois, colocou no mercado uma série de terminais UMTS/HSDPA multimídia e smartphonhes para os segmentos business e consumer. As velocidades médias de acesso nestes serviços são de 400 a 700kbps, podendo atingir picos de 1,8Mbps.
A Telstra, maior operadora de telecomunicações na Austrália, lançou o serviço em outubro de 2006, direcionado para ambos os segmentos (consumer e business) com opções de pagamento por hora ou por volume de dados. Clientes do segmento business foram servidos com banda larga móvel com velocidades superiores ao ADSL e, no segmento consumer, a Telstra focou na oferta de Pay TV (Foxtel) móvel. A velocidade média de acesso aos serviços citados é de 650Kbps.
A Vodafone, maior operadora móvel no mundo, lançou o serviço em 2006 em 13 mercados principalmente para o segmento business através de uma ampla gama de terminais (PC-card, USB modem, routers e computadores prontos para HSPA).
A introdução do 3G no Brasil permitiria, portanto, que as operadoras móveis brasileiras participassem do mercado de broadband, oferecendo mais um canal de acesso para os clientes. Isto abriria espaço para uma maior competição, uma vez que, hoje as soluções são oferecidas exclusivamente por operadoras fixas.
Somada à viabilização técnica e comercial de uma nova opção de serviço de banda larga, existe a questão do crescente acesso da população brasileira a internet. De 2001 a 2006, o número de domicílios brasileiros com acesso à Internet dobrou. Este avanço aconteceu sobre uma base instalada de PCs praticamente estável, que se manteve próxima a 10 milhões.
Recentes declarações de importantes fabricantes de computadores, como Dell (uma das líderes mundiais no mercado de PCs) e Quanta (líder mundial na produção de notebooks, com ~30% de participação neste mercado), mostram o interesse da indústria na produção de computadores de baixo custo e a disponibilização dos mesmos em países emergentes como o Brasil.
A Dell, por exemplo, lançou recentemente na China um computador com preço de US$ 336, ou seja, 60% mais barato que sua máquina de menor preço anteriormente. Já a Quanta, espera vender a partir de 2008, notebooks cujo preço será de US$ 200.
Sendo assim, espera-se um aumento substancial do número de PCs no Brasil, também suportado por programas governamentais quais o PC Conectado para as famílias de baixa renda (alavancando ainda mais o potencial de crescimento do mercado de internet).
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