Em Debate Especial
Como ampliar o acesso aos serviços de telecom na base da pirâmide?

Publicado: 03/12/07

 

 

 

Uma Proposta para Universalizar a Banda Larga no Brasil

 

 

 

Mário Dias Ripper

 

 

 

Muito se tem comentado sobre as duas realidades distintas que coexistem no Brasil, que já foi apelidado de Belíndia, onde uma parte seria semelhante à Bélgica, desenvolvida, e outra parte – muito maior – semelhante à Índia, ainda lutando pelo seu desenvolvimento.

 

A parte de renda mais baixa, aquela comparada à Índia, tem demonstrado crescimento da demanda por alguns serviços de telecomunicações: telefonia celular – em especial o pré-pago – e serviços que permitem o acesso à Internet.

 

O telefone celular, além constituir um meio de comunicação, é utilizado como um instrumento de apoio ao trabalho. Já o serviço de acesso à Internet cumpre outras finalidades: busca de informações e tmbém de conhecimento.

 

O gráfico abaixo (G1) mostra o incremento anual de domicilio e dos domicílios com acesso a PCs, a Internet e a Banda Larga no período 2003-2006, baseados nos dados das pesquisas nacionais de amostra domiciliar - PNADs do IBGE e em uma estimativa com os dados do Barômetro CISCO para a Banda Larga.

 

A PNAD, revela que, em 2006, existia uma penetração de PCs igual a 15,6% nas classes C, D e E (população com renda mensal inferior a 10 salários mínimos). O acesso ã Internet atingia 10,7% nas mesmas classes.

 

 

Além da baixa renda, existe um segundo obstáculo a ser vencido para amentar a oferta de acesso à Internet e Banda Larga para essas classes sociais: a questão geográfica. Enquanto as classes de maior renda estão concentradas em grandes centros urbanos e podem ser atendidas por soluções de mercado, uma parte das classes de menor renda estão dispersas geográficamente e necessitam do apoio de programas governamentais que devem contar com a participação da iniciativa privada para apresentar um avanço significativo nesse aumento de oferta em um período de tempo mais curto.

 

Recentemente, temos visto no Brasil, diversas iniciativas promissoras com diferentes enfoques, por parte do setor público que ainda que tímidas, poderiam reverter a situação presente de um discurso de necessidade de inclusão digital mas de pratica praticamente inexistente. A Tabela abaixo resume algumas dessas iniciativas:

 

ENFOQUE DESCRIÇÃO
Impostos
  • Ampliar redução dos Impostos focado no Publico Emergente pelo menos onde atualmente não haja faturamento.
  • Iniciativa: computador para todos
  • Licenças
  • Utilizar Leilões de Licenças com objetivo de facilitar o acesso ao serviço principalmente para Publico Emergente, inclusive WiMax.
  • .Iniciativa: Leilão de 3G (Consulta Publica)
  • Demanda/Investimento
  • Desenvolver Esquemas de Agregação da Demanda e Investimentos Específicos (ex; Novos PGMUs).
  • Iniciativa: Programa Minas Comunica
  • Obrig Univesalização
  • Obrigações das Concessionárias mais focadas no Publico Emergente e com critérios de Custo X Beneficio
  • Iniciativa: troca de PSTs por “backhaul”
  • Fundos
  • Real Utilização dos Fundos condizentes com o Objetivo destes.
  • Iniciativa: Utilização da Lei do FUST - deficientes auditivos
  •  

    Diversas são as formas que tem sido discutidas do Governo desenvolver a oferta de banda larga nos municípios e de computação nas escolas em localidades menores.

     

    Abaixo, uma outra proposta com utilização do mecanismo das Parcerias Público-Privadas, envolvendo ainda a participação do órgão regulador, que parece mais equilibrada pra todas as partes.

     

    O quadro abaixo resume a proposta:

     

     

    BACKHAUL
    (Acesso BL
    aos Municípios)
    ÚLTIMA
    MILHA
    (Acesso BL
    no Município)
    ATENDIMENTO DE
    COMPUTAÇÃO A
    ESCOLA
    AÇÃO DA
    EMPRESA
    PRIVADA
  • Construção e operação pelas Concessionárias dessa rede adicional
  • Oferta de conexão IP / BL
  • Prestação por provedores de comunicações Locais ou Nacionais.
  • Prestação como um  serviço de TI  por provedores Nacionais ou Locais
  • AÇÃO DO
    REGULADOR
  • Regulação para que preço da conexão IP seja baixo,
  • Incluindo, se necessário, separação dessa  rede adicional
  • Troca das obrigações de PSTs como nova moeda
  • Facilitar obtenção de licenças inclusive “sem fio” nas localidades onde a modelagem econômica é precária
  • Incluindo, se necessário, leilão reverso
  •  

    AÇÃO
    PÚBLICA
  • Estado investe adicionalmente onde necessário
  • Estado contrata o serviço de acesso local para as escolas. Idealmente também para outros usos públicos: Saúde, Tele-centros, Prefeitura .
  • Estado (Federal / Estadual / Municipal) contrata atendimento para as escolas, preferencialmente como um serviço
  •  

     

    GLOSSÁRIO DE TERMOS

    NEWSLETTER

    Newsletters anteriores

    Enquete

    Qual a velocidade de acesso à Internet que seria suficiente para você no celular?

      <10 Mbps
      10 a 50 Mbps
      50 a 100 Mbps
      100 a 500 Mbps
      500 a 1 Gbps
      <1 Gbps

    EVENTOS

     

     

    Mais Eventos

    TelecomWebinar

    Mais Webinares

    NOTÍCIAS

    SEÇÃO HUAWEI