19/08/2012
Em Debate
TELECO - O GÊNIO DA LÂMPADA
Otávio Marques de Azevedo
Presidente da Andrade Gutierrez
Em 2002, o Brasil vivia expectativas de momentos de grande incerteza no cenário econômico e político. A eleição para Presidencia da República prenunciava um embate entre o candidato da continuidade, José Serra e o candidato da oposição, Lula da Silva. As estruturas conservadoras do capitalismo brasileiro viviam momentos de pânico, medido pela maior taxa de cambio das últimas décadas, com a provável vitória de Lula. O receio dentro da nossa sociedade conservadora, vinha do desconhecimento sobre as MUDANÇAS NO MODELO DE GESTÃO GOVERNAMENTAL.
Dez anos se passaram e constatamos que as mudanças introduzidas não provocaram perdas para a sociedade, ao contrário temos o fortalecimento da democracia, a manutenção do programa de estabilidade econômica e a ampliação da inclusão sócio/econômica em níveis nunca então atingidos, trazendo como resultado a extraordinária expansão do mercado interno de consumo.
O BRASIL MUDOU O MODELO E CONTINUOU CRESCENDO
Também naquela época, um grupo de profissionais que tive a honra e prazer de conviver, se reunia e refletia sobre o seu futuro. Muitos deles estavam naquela época compartilhando comigo e com Ricardo K um projeto inovador no Brasil, a PEGASUS. Uma das características que tenho prazer em recordar deste grupo era o bom humor frente aos grandes desafios. Com este espirito de sonhadores inveterados e bem humorados, José Barbosa Mello, Vergílio Martins, Huber Bernal e Eduardo Tude, se juntaram a outro grande cara, José Luiz de Souza e criaram o TELECO.
FAÇANHA NA ÉPOCA, HOJE A GRANDE REFERÊNCIA DO SETOR.
Se algum analista tem dúvida sobre qualquer tipo de informação sobre o setor ou busca comparações, detalhes sobre os prestadores de serviço, a quem recorrer? Vá ao TELECO. Quantas e quantas vezes nos deparamos com as bases de dados do TELECO mais atualizadas que as da ANATEL? Várias vezes!
Foco no tema, dedicação em querer informar corretamente e sem paixões, qualidade nas analises, este é o TELECO 10 anos depois, O GÊNIO DA LÂMPADA.
O TELECO MUDOU O MODELO DO SETOR SE INFORMAR.
No setor de Telecomunicações, vivíamos em 2002 o final do grande plano de universalização bem como o início de uma época da competição nos diversos serviços, fato ainda não experimentado pela sociedade brasileira e que com certeza adornava os sonhos do criador deste processo, o inesquecível amigo Renato Guerreiro.
No seu conjunto o setor de telecomunicações evoluiu muito. Contando com expressivos 260 milhões de telefones celulares, mais de 40 milhões de telefones fixos, chegando a 16 milhões de conexões em banda larga fixa e muitos milhões de clientes em 3G. O tráfego na WEB explodindo, serviços financeiros de toda natureza via celular, entretenimento variado, tais como jogos interativos, televisão ao vivo e sob demanda, tudo isto no celular, além de todos os tipos de comunicação por voz, inclusive IP. A TV por assinatura vai experimentar uma revolução de qualidade e variedade com os novos serviços de IPTV transmitidos em redes FTTH. No campo dos serviços empresariais, as redes corporativas IP e a Telepresença já agregam qualidade e economias ao mundo dos negócios.
Passados estes 10 anos percebe-se entretanto, que importantes elementos do Modelo de Negócios do setor de telecomunicações não acompanharam a evolução da dinâmica tecnológica que suporta os serviços, vejamos:
- A carga tributária sobre os serviços de telecomunicações que nos últimos 10 anos MUDOU PARA MAIOR na maioria dos estados, impõe uma dolorosa penalidade aos usuários dos serviços e uma relevante limitação aos novos investimentos e nos coloca no pódio de em dos países MAIS TAXADOS DO MUNDO em serviços de Telecomunicações;
- A óbvia competição em todos os níveis e tipos de serviços, bem como as expressivas taxas de penetração dos mesmos na sociedade, recomendam mudanças estruturais na regulação dos serviços, envolvendo desde a unificação das licenças, passando pela liberdade de práticas comerciais diversas, chegando mesmo a auto-regulação como prática padrão;
- A necessária preservação da ANATEL como entidade de Planejamento Setorial do Desenvolvimento Tecnológico e Operacional do Setor, hoje já com competência única adquirida dentre os diversos órgãos do Estado Brasileiro;
- A valorização da função Fiscalização da ANATEL é fundamental, para a sociedade conviver com um Modelo mais livre de competição. Quando se fala de Fiscalização, entendo um processo com base em Orientação, Educação e Sancionamento;
- Internacionalmente são reconhecidas as dificuldades do Modelo de Negócios do setor de Telecomunicações. Estas dificuldades também já foram identificadas, no excesso de obrigações impostas pelos reguladores, na entrada de competidores virtuais com seus conteúdos e aplicações, bem como na necessidade imperativa de NOVOS INVESTIMENTOS para atender na sua maioria demandas que NÃO REMUNERAM O CAPITAL INVESTIDO e tem como consequência o mortal ENDIVIDAMENTO DAS EMPRESAS.
Nos dias de hoje não proliferam os casos de sucesso em retorno de capital, a não ser em mercados protegidos, hoje muito poucos;
- Finalmente é tempo de tirarmos a cabeça do buraco e EXTINGUIRMOS O FUST, Taxa recolhida há mais de 10 anos diretamente do bolso do cidadão, com alto custo para as empresas que recolhem. Em todo este período NENHUM TOSTÃO SEQUER foi aplicado no setor, NENHUM CIDADÃO FOI BENEFICIADO.
O setor a todo momento se pergunta,
CADÊ O DINHEIRO DO FUST?
O CIDADÃO NÃO SABE E NÃO VIU!
É HORA DE MUDAR O MODELO DE NEGÓCIOS DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES, EM BENEFICIO DA SOCIEDADE.
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