Em Debate
Metamorfose digital via Web
Juarez Quadros do Nascimento
Sócio da Orion Consultores Associados e ex-ministro das Comunicações
É premente e necessária uma avaliação sobre as mudanças por que passa o admirável mundo novo e sobre o ecossistema digital que nos espera nos próximos anos, no que se refere às grandes transformações nos setores de informação e comunicação.
O cenário que desponta envolve redes sociais, consumo, entretenimento, localização, e muito mais. Com o reforço dos mobile services (m-health, m-banking, m-commerce, m-marketing, etc.) a tendência é de que tudo isso se misture cada vez mais.
Pela wold wide web (www), a famosa rede mundial de computadores, também chamada Web, ou simplesmente Internet, é possível buscar serviços de saúde, efetuar transações bancárias, comprar e vender, programar viagens, pesquisar, obter informações, etc.
Nesse contexto, perde-se o controle sobre o que experimenta o usuário (ante a popularização das novas formas de informação e comunicação) com a integração das redes, mobilidade, portabilidade, interatividade, escalabilidade e ultravelocidades.
A maioria das tecnologias de comunicação, que era essencialmente analógica, é hoje digital e em consequência, reduz custos e eleva a produtividade de equipamentos e processos, onde predomina a facilidade IP (Internet Protocol). Há três décadas, predominavam os telefones fixos.
Hoje, a maioria dos serviços fixos é substituída por serviços móveis e os equipamentos terminais são na verdade minicomputadores. Tanto que o mundo (com 6,8 bilhões de habitantes) já chegou aos cinco bilhões de celulares, sendo um terço deles telefones inteligentes (smartphones) com acesso à Internet, além de outros recursos de computadores.
No Brasil, já são mais de 190 milhões de acessos móveis, dos quais 17 milhões são smartphones e modems. Os telefones inteligentes, se comparados aos terminais mais simples, permitem dezenas de vezes mais transmissão de dados. E quando conectados em laptops ou netbooks permitem centenas de vezes mais.
Os desktops atuais têm capacidade de processamento superior à dos mainframes dos anos 70. O acesso fixo (com ultravelocidade) e o acesso móvel (com a popularização do smartphone) sustentam um crescimento significativo que desafia reguladores, fabricantes, provedores e operadoras de telecomunicações.
Dessa forma, no planeta Terra, a expansão contínua, intensa e rápida da Internet – uma verdadeira metamorfose digital – muda a sociedade, o mercado, os negócios e as relações entre os governos e os cidadãos. Via Web, dois bilhões de pessoas já se conectam e 35 bilhões de dispositivos inteligentes se interligam em todo o planeta.
No Brasil, (oitava economia do mundo e com chance de no fim desta década ser a quinta maior) 52 milhões de pessoas acessam a Internet em casa ou no trabalho, mas a parcela dos conectados com banda larga ainda é pequena (apenas 12,3 milhões; ou 6,4 conexões/100 brasileiros). Lá fora essa progressiva digitalização evolui mais rápido.
Assim, o mundo degusta uma mudança da forma, natureza e estrutura de se informar e se comunicar. Essa mudança requer atenção de empresários, gestores públicos e legisladores em geral, o que infelizmente, nos últimos anos, não tem ocorrido de forma prática e estratégica no Brasil. Enquanto isso, a Web metamorfoseia o mundo.
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