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Enfim, MVNO à vista em 2011

 

 

Juarez Quadros do Nascimento

Sócio da Orion Consultores Associados e ex-ministro das Comunicações

 

A atuação mercadológica de uma operadora virtual de telefonia móvel (MVNO – Mobile Virtual Network Operator), em vez de focar segmentos desconhecidos de consumidores, tem como objeto a sua carteira de clientes, aproveitando a própria marca e o seu relacionamento como potencial de vendas dirigidas.

 

As operadoras virtuais surgiram em 1999 – já lá se vão onze anos – com a Virgin Mobile no Reino Unido, que em seguida se lançou nos EUA, Austrália, Canadá, França, Índia e África do Sul. Assim, empresas aéreas, redes de supermercados e outros grupos empresariais com marcas de sucesso lançaram as MVNOs em vários países.

 

Nos EUA, além da Virgin Mobile, foram várias as MVNOs lançadas em 2006. Lá, com infraestrutura da Sprint Nextel iniciaram operações várias MVNOs, incluindo a Disney Mobile, Mobile ESPN, Helio e Virgin Mobile. A Helio foi comprada pela Virgin e as outras duas quebraram. Em 2009 a TracFone operava virtualmente 14,4 milhões de celulares.

 

No decorrer de 2010, a Virgin Mobile marcou presença entre os jovens franceses, segmento em que a Orange, operadora que cede a rede, não obteve sucesso. Nesse ano, os países com maior market share de MVNO são: Reino Unido (13%), Estados Unidos (6,5%) e França (6%), segundo a Signals Telecom Consulting.

 

Segundo a Wireless Inteligence, no final do 1º trimestre de 2010 existiam 602 MVNOs no mundo, sendo que 65% delas estavam na Europa e 27% pertenciam a uma mesma operadora.

 

Acessando o site Teleco, no link http://www.teleco.com.br/mvno_mundo.asp, é possível conferir a posição de MVNOs no mundo, como por exemplo, entre outros, as do Carrefour que explora redes virtuais na França, Bélgica, Polônia, Espanha, Grécia e Taiwan.

 

No Brasil, dada a demora de regulação, ainda não existem operadoras virtuais de celular, mas a Signals Telecom Consulting prevê 9,5 milhões de clientes e receita de R$ 1,8 bilhão nos próximos cinco anos. Certamente, as MVNOs serão oportunidade de negócio também para as operadoras cedentes da rede na exploração de nichos específicos.

 

Um ano após a consulta pública aberta no final de 2009 – encerrada em março de 2010 – e depois de centenas de contribuições de interessados, finalmente a Anatel aprovou o regulamento para exploração de Serviço Móvel Pessoal (SMP) por meio de rede virtual.

 

A estrutura do modelo de MVNO no Brasil dispõe que o mercado de operadoras virtuais terá a figura do operador virtual autorizado, do operador credenciado e a prestadora de SMP, que detém a rede. Empresas coligadas, controladas ou controladoras de operadoras de SMP poderão ser operadoras virtuais. Quem tem outorga de SMP poderá operar virtualmente fora de sua área de autorização. E outras coisas mais.

 

O modelo aprovado de MVNO servirá ainda de um forte componente para o plano de negócios de uma quinta operadora de SMP no País, o que será possível se a licitação da banda H se concretizar. Competindo com outras, a rede dessa operadora suportará grande parte das operadoras virtuais que se apresentem no mercado de telefonia celular.

 

As regras aprovadas são flexíveis, permitindo que o mercado se regule. Afinal de contas, trata-se de um serviço explorado em regime privado, e atenta a lei a Anatel observou a exigência de mínima intervenção na vida privada, com a liberdade sendo a regra, podendo, contudo, a Agência reprimir eventuais práticas anticompetitivas. Enfim, parece que em 2011 será possível MVNO no Brasil.

 

 

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