12/07/2013

Em Debate

 

 

 

 

 

Redes sociais estão além do controle dos governos

 

Juarez Quadros do Nascimento

Sócio da Orion Consultores Associados e ex-ministro das Comunicações

 


publicado originalmente na Convergência Digital

 

 

 

Apesar da insatisfação dos usuários de redes sociais com as operadoras de telecomunicações, essas redes deixam de ser apenas um ambiente virtual em que as pessoas se relacionam. Mundialmente, nos últimos anos, os sites passaram a serem usados para os gritos por liberdade de expressão, denúncias de corrupção, repulsa às impunidades, demonstração de indignações, cobrança por direitos humanos, inclusão social e mobilizações populares. Para os governos essas mobilizações, com o uso das redes sociais, é motivo de preocupação.

 

Mas, como diz o sociólogo Manuel Castells, as redes sociais estão além do controle dos governos. Diz mais Castells, é nos espaços das redes sociais que estão nascendo as sociedades do século XXI. O setor de telecomunicações, instrumento de desenvolvimento econômico e social, é o grande suporte para os usuários dessas redes sociais.

 

E no Brasil, com a marca de 264 milhões de telefones celulares e 100 milhões de conexões de banda larga (entre acessos fixos e móveis), com a população de mais de 197 milhões de habitantes, e com aparelhos celulares inteligentes (smartphones ou tablets) sendo utilizados como computadores conectados à Internet, o setor serve de suporte aos gritos populares que se vê nas ruas das cidades brasileiras nos últimos dias.

 

Tudo começou com o grito contra o aumento das tarifas de transporte coletivo, que depois evoluiu para protestos contra tudo. Isso tudo incorpora apelos contra corrupção, os gastos públicos com a Copa do Mundo, a má qualidade dos serviços públicos, a precariedade da saúde, educação e da segurança pública, e por último, contra a PEC 37 (projeto que retira poderes constitucionais do Ministério Público).

 

Os acontecimentos ocorrem em um momento em que as atenções internacionais se concentram no Brasil em função dos jogos da Copa das Confederações. Manifestações ocorrem por todo o País fazendo com que o Futebol, a grande paixão nacional, seja coberto pela mídia em um segundo plano.

 

Os grandes veículos nacionais deslocam os seus profissionais dos eventos desportivos para a cobertura das manifestações populares. Veículos de outros países, como os britânicos The Guardian e Independent, o americano New York Times, o francês Le Monde, o espanhol El País, e outros, como a rede de televisão CNN, dão amplo espaço ao que se passa no território brasileiro, onde o foco é a força que o cidadão ganhou nas ruas.

 

Jovens, crianças, e adultos, utilizando aplicativos para troca de mensagens, como o WhatsApp, Twitter, Skype, Facebook, Instagram, e etc., movidos por um sentimento de insatisfação e indignação, exigem ações de mudanças (e não de transformações) dos governos (Federal, Estaduais e Municipais). Agora, a mobilização é diferente daquelas, como as de 1984 (Diretas já) e 1992 (Caras pintadas). Vinte anos depois, com a internet, soma-se Democracia com Tecnologia, e haja mobilização.

 

O fenômeno da mobilização de massas populares via celular e internet, com as redes sociais, nos induz a algumas surpresas inevitáveis no planeta Terra, tipo como a que se vê aqui, no Brasil, ao diminuir as distâncias entre os poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) e as vozes das ruas.

 

 

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