26/10/2009
Em Debate Especial: Banda Larga
Futuro ou passado, com qual época o Brasil quer se conectar?
Roberto Oliveira de Lima
Presidente da Vivo
Pelas mais diversas razões, entre elas a capacidade de reação à crise econômica, o Brasil tem atraído para si olhares de todo o mundo. E haverá pelo menos mais dois bons motivos para que isso ganhe intensidade nos próximos anos: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. São novas vitrines de exposição e, se o País estiver disposto a aproveitá-las, tem de arregaçar as mangas já.
Tais eventos geram enormes demandas de infraestrutura e serviços. Em termos de comunicações móveis, se já era urgente traçar programas para levar serviços de qualidade e a preços acessíveis para camadas cada vez mais amplas da população, a Copa e as Olimpíadas são estimulantes muito bem vindos. Estes serão os jogos das telecomunicações. Bilhões de pessoas dos quatro cantos do mundo e de todas as camadas sociais estarão acompanhando esses eventos. Muito mais que hoje, a internet será o grande meio de acesso à informação – a qualquer hora e em todo lugar, no caso da internet móvel. Centenas de milhares de turistas e jornalistas estarão aqui com seus celulares, falando e transmitindo dados para bilhões de celulares e computadores de todos os continentes.
Se o Brasil quiser apresentar-se ao mundo com serviços que funcionam de maneira eficiente e abrangente, tem de agir urgentemente para assegurar essa infraestrutura vital. Isso significa que concessão de espectro e ampliação de redes são prioridades já!
É preciso disponibilizar todo o espectro possível em um modelo que permita às empresas investir em infraestutura, compromentendo-se com cobertura capilar e de qualidade. Em vez de direcionar bilhões ao superávit primário, é essencial que o governo percorra caminhos para desonerar o investimento. Igualmente indispensável é reduzir a carga tributária, permitindo oferecer serviços a preços mais acessíveis para os consumidores.
O que é absolutamente desnecessário é despender tempo e esforços para reinventar a roda. Nós temos um modelo de sucesso. Os cerca de 165 milhões de brasileiros com celular são uma mostra da revolução que as comunicações móveis promoveram desde o processo de privatização. É o produto de alta tecnologia que mais rapidamente chegou de maneira disseminada em todas as camadas sociais. Contudo, ainda é pouco quando se considera a essencialidade desses serviços. Menos de 50% dos usuários conseguem colocar créditos em seus celulares todos os meses. Dentre os usuários de internet, cerca de 30% ainda o fazem por linha discada. Apesar dos avanços, a banda larga reunia apenas 13,6 milhões de assinantes ao final do primeiro semestre - 20% deles por conexão móvel que, desde que foi lançada em 2007, tem crescido em ritmo muito mais acelerado que as conexões fixas.
Vale lembrar: nesta era da informação e da sociedade em rede, as tecnologias de comunicação e conectividade alimentam o progresso em todas as dimensões. Segundo estudos do Bird, uma alta de 10% na taxa de conexões à internet banda larga alavanca um crescimento de 1,38% no PIB. É a sociedade da informação, e não a sociedade industrial, que modela os novos tempos. Os países que não direcionarem para ela suas estratégias de futuro amargarão as escolhas que os amarrarão ao passado.
No Brasil, a universalização da banda larga tem sido tema de fartas discussões e escassas iniciativas. É urgente inverter essa ordem, unindo governo, instâncias regulatórias e iniciativa privada em torno de uma agenda positiva, que permita jogar para valer. Mais do que marcar pontos para a imagem do Brasil nas vitrines da Copa e das Olimpíadas, serviços de comunicação móvel de qualidade e amplamente acessíveis são a conexão com o futuro, indispensáveis para assegurar números mais vistosos no placar do progresso e do desenvolvimento socioeconômico do País e dos seus cidadãos.
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Com isso nós técnicos estamos na esperança de mais empregos na área. Há ganhos para todos com os eventos esportivos que vem por ai!
Se tivéssemos gestores públicos, como temos na iniciativa privada como o Roberto Lima, presidente da VIVO que vem alertando estes tipos de caos há um tempo... estaríamos em outro patamar de civilização. Enquanto em países do primeio mundo estão no tera ainda estamos no mega...
A respeito do que escreveu o presidente da Vivo, é interessante notar que ele escreve como se a Vivo fosse um exemplo para o país.
Sou cliente da Vivo desde a época da Telerj Celular e o que percebo é: qualidade cada vez mais, baixa, criatividade empresarial Zero, negociação com clientes antigos Péssima, investimentos baixos (em muitos momentos percebemos falta de canais de voz), congestionamentos constantes (rede enviando diretamente para caixa postal as chamadas), empregados que atendem aos clientes mal preparados, lojas com péssimo lay-out e com tempo de atendimento muito alto.
Assim, penso que a Vivo está como o Brasil do passado e não com o BRASIL DO PRESENTE E O FUTURO POIS NEM ELE E NEM A VIVO é um exemplo empresarial para o Brasil.
Sr. Presidente, Acompanhei de perto e participei da instalação da Vivo na região Norte. Conheci a empresa de uma maneira que poucos tiveram a oportunidade de conhecer, como membro de sua equipe de comunicação, gerenciando na mesma função as ações em cinco estados (Pará, Amapá, Maranhão, Amazonas e Roraima).
Sempre acompanhei o desempenho das empresas de telecomunicação e posso dizer de minhas dúvidas se apenas o avanço tecnológico vai garantir o sucesso da maior empresa de telefonia celular brasileira junto aos clientes ou grande volume de usuários que estarão em nosso território praticamente durante três anos seguidos: 2014 a 2016.
Não podemos esquecer de alertar a todos quanto ao material humano. Nos últimos anos este foi o que mais perdeu aproveitamento e investimento nas empresas de telefonia celular, deixando de tornar-se essencial para ser considerado de segunda categoria.
Lembre-se que até o momento em que vossa senhoria assumiu a presidência da empresa, o fator humano foi fundamental na divulgação e consolidação da Vivo como a melhor empresa telecom do Brasil, o que garantiu sua liderança tranqüila até pela falta de competência das concorrentes que iniciaram um corrida contra o tempo, contratando os profissionais da Vivo para seus quadros.
Mas o tempo de criação e aplicação de estratégias já havia passado. Hoje, em nossa região, a Vivo é uma líder que leva o usuário a procurar seus serviços até porque não tem concorrente à altura. Mas a resposta, o retorno, o reconhecimento a esta procura é deixa muito a desejar.
Os motivos podem estar dentro da empresa, onde o relacionamento entre funcionários (os poucos que restaram) é impessoal. O atendimento nas poucas lojas próprias da empresa é carente de informações e pessoal capacitado para manter um cliente satisfeito e ligado nos produtos que a empresa oferece. Imagine então o que se recebe de atendimento no caso das lojas terceirizadas.
Nos finais de semana, o sinal da operadora nas capitais do Norte é uma perda de paciência e motivo de revolta, principalmente para os usuários dos pré-pagos, aqueles que garantem 70% do faturamento das telefônicas antecipadamente a cada mês e que deveriam ser alvo de justo reconhecimento e promoções de maior incentivo. Mas, ao contrário, sempre foram penalizados com as maiores taxas e as promoções menos vatajosas do que os clientes pós-pagos.
Poderíamos aqui ficar dissertando sobre muitos outros problemas e aspectos que atingem diretamente não apenas a Vivo, como as demais operadoras que estão considerando o lucro muito acima do social e do relacionamento humano. Um relacionamento que até as campanhas veiculadas pelas operadoras deixou de ser convincente como outrora.
Queremos, sim, voltar a uma época de valorização humana e avançar conjuntamente para uma tecnologia tão necessária para superar nossas necessidades de comunicação.
Não é sem motivo que a Nextel, outra empresa do ramo de telecomunicação, está conseguindo uma liderança de mercado em sua área, valorizando aquilo que a Vivo, no início, exercitou com grande sabedoria: crescimento e aproveitamento do profissional próprio.
Hoje falamos muito em devenvolvimento tecnológico e inclusão digital, mas, no caso de Banda larga para conseguirmos ampliar para todas as classes sóciais, não deveriamos primeiro tornar o custo accessível?
É isso mesmo, parabéns Sr. Roberto Lima, precisamos de clareza, tranparência, dinamismo e eficiência e muita seriedade nesses processos vitais para o verdadeiro progresso de nosso País. Que Deus e todos os senhores que interagem direta ou indiretamente com esses processos lhe ouçam e assim o façam.
Ótimas observações feitas pelo Presidente da Vivo, pois eles realmente entendem de conectividade.
Colocação perfeita! O Brasil tem uma oportunidade única de promover uma revolução com a chegada da copa e das olimpiadas, vários setores como o de telecomunicações tendem a ganhar com isto. Sou aspirante a profissional da área de Telecom e como brasileiro acredito nessa evolução.
O início dos tramites de liberação e licitação para freqüência de 2,500 MHZ, garantindo a possibilidade de avanço da banda larga móvel e a vinda da quarta geração, além do novo projeto que envolve a criação de um backbone IP em fibra ótica no Sul do Brasil, divulgado pelo próprio Roberto Lima no futurecom 2009, fazem-me acreditar que há como enxergar um cenário de melhorias para os próximos anos.
Cabe a nós exigir dos governantes e colocar no poder pessoas competentes que tenham o comprometimento com o melhor para nosso país.
Realmente a Observação do Presidente da vivo (Roberto Oliveira de Lima). Está bem coloca porém sobre essa história de qualidade de serviços deixa a desejar, não sou cliente vivo porém tenho amigo que utilizam o serviço e bem o serviço realmente funciona para clientes empresas.
Para pessoa física constatei uma pequena dificuldade.
Sem dúvida, isso vai engendrar um crescimento gigantesco em nosso país. Ótimas observações.
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