02/11/2009
Em Debate Especial: Banda Larga
A Indústria e a Tecnologia Local viabilizando a Banda Larga
Roberto Pinto
Presidente da RFS América Latina.
O número de conexões banda larga cresceu 16% no Brasil no primeiro semestre de 2009. O governador do Estado de São Paulo, José Serra, assinou recentemente o decreto de criação da banda larga popular, cujo acesso custará R$ 29,80 mensal, com disponibilidade de velocidade entre 200Kbps e 1Mbps.
O aumento do desejo de estar conectado é cada vez maior, seja para acessar e-mails, baixar filmes e músicas, navegar por redes sociais, bater papo ou apenas se atualizar sobre o que acontece no Brasil e no mundo.
Por outro lado, a cobertura e a qualidade do serviço de banda larga no Brasil são insuficientes para as necessidades atuais. De acordo com um estudo mundial conduzido pelas universidades de Oxford e Oviedo e patrocinado pela Cisco, o Brasil aparece na 45ª posição no estudo, que contempla 66 países.
Diante desse cenário, todos os envolvidos com essa tecnologia – operadores, fabricantes, usuários e até o governo – se questionam sobre o que falta para a banda larga decolar e atingir patamares e condições aceitáveis como as existentes em países como Coréia do Sul, Japão, Suécia, Lituânia, entre outros.
É sabido que a participação da banda larga no futuro do país será primordial, principalmente para promover a integração digital e social da população de baixa renda e de cidadãos que vivem distantes de grandes centros.Como representante da indústria nacional de infraestrutura de celular, acho fundamental chamar a atenção para aspectos que interferem diretamente no desenvolvimento desse mercado.
Atualmente, a carga tributária elevada impacta o resultado das operadoras, o que compromete os investimentos em infraestutura, refletindo-se na qualidade da cobertura, seja em 2G ou 3G, seja para voz ou dados. Com isso, a cadeia produtiva de partes, componentes e produtos sofre diretamente e de forma rápida as freadas da economia e os adiamentos dos investimentos por parte das operadoras.
O crescente uso da banda larga via rede de celular tem trazido uma demanda por novos investimentos em infraestrutura de acesso e transmissão para as operadoras de celular. Esta alternativa de uso da internet é de fácil implantação e traz os benefícios da mobilidade.
No entanto, é necessário oferecer qualidade de conexão a preço acessível, permitindo a massificação dessa tecnologia, inclusive, para locais de difícil acesso ou baixa concentração populacional, como as áreas rurais ou regiões onde as fixas e as fibras não se encontram disponíveis.
É certo também que a solução de banda larga nacional não será resolvida por uma tecnologia ou por uma operadora, seja ela fixa ou móvel. É necessário, sim, que haja um esforço de todos no sentido de universalizar o uso e aumentar a capacidade brasileira de competir globalmente. Paralelamente, o governo tem que criar medidas para incentivar as plantas industriais aqui instaladas, bem como os centros de pesquisa e as universidades.
Em resumo, a questão da banda larga no Brasil precisa ser abordada por toda a sociedade, envolvendo políticas públicas de estímulo (municipais, estaduais e federais), investimentos das operadoras, a indústria local e instituições de pesquisa e ensino. A demanda nem precisa ser estimulada, pois a população esta ávida e já preparada para consumir toda e qualquer banda disponível.
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Prezados senhores, Moro na cidade de Santarém, no estado do Pará. O nosso acesso a banda larga (Banda Lerda) é de péssima qualidade. Hoje já contamos com o Projeto Navega-Pará, via linhão da Eletronorte implantado e no entanto, continuamos com a terrível situação de limitação de banda.
Os senhores tem alguma informação de quando esta situação será resolvida? Desculpem o desabafo, não temos mais a quem apelar. É possível vislumbrar alguma luz no fundo do túnel? O que os senhores acham do referido projeto? Ficarei eternamente grato se o site da Teleco publicar algo a respeito deste assunto.
Srs. Leitores, acredito que exista uma falta de comunicação entre governo e operadoras, pois, a banda larga popular (decreto recentemente assinado pelo governador de São Paulo) é possível também para a maioria dos estados sem essa costumeira burocratização dos assuntos pertinentes a classe de menor renda.
O valor conseguido pelo decreto é facilmente conseguido com um pequeno subsídio do governo e operadoras e Diálogo. Trata-se de interesse mútuo!!!
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