À medida que os MNOs enfrentam custos crescentes de operação de suas redes, a mudança para a arquitetura e os serviços de rede 5G é um driver-chave para o Open RAN. Isso ocorre porque as redes Open RAN permitem que os MNOs reduzam seu TCO (Total Cost of Ownership, custo total de propriedade), enquanto suportam um caminho de migração suave para o 5G. Vamos dar uma olhada em como as redes Open RAN se comparam ao legado e o que está impulsionando o movimento em direção ao Open RAN.

Redes RAN legadas e abertas

As redes legadas geralmente envolvem um único fornecedor dominando o hardware e o software da solução em qualquer rede. Virtualização é a desagregação de hardware e software, mas com interfaces proprietárias. Embora a virtualização seja um passo na direção certa, ela não fornece a mesma flexibilidade de escolha e redução de custos que vêm com a promessa Open RAN.

Em contraste com o legado, as redes Open RAN são um subgrupo de RAN (Radio Access Network, rede de acesso de rádio virtualizada), com interfaces abertas. As redes Open RAN são todas sobre interfaces abertas, genéricas e predefinidas entre cada bloco de construção dentro do ecossistema RAN de RU, DU e RIC. As redes RAN abertas fornecem a capacidade de misturar e combinar componentes de diferentes fornecedores, fornecendo soluções mais econômicas.

Um dos principais impulsionadores do Open RAN é o movimento para a arquitetura e os serviços de rede 5G. O design atual de rede legada não pode dimensionar em termos de desempenho e custo da maneira necessária para suportar as demandas reais do mercado.

Uma vez que o Open RAN foca em trazer uma nova maneira de pensar para o mercado, vamos olhar para todo o ciclo de vida desde o design até o desenvolvimento, tendo em mente que a instalação e o suporte contínuo são tão importantes – se não mais – do que outros aspectos da rede.

Redução de TCO com Automação

A Parallel Wireless descobriu que o RAN é pelo menos 60% do Custo Total de Propriedade (TCO) de qualquer rede celular ao combinar despesas de capital (CAPEX) e despesas operacionais (OPEX) em conjunto. Às vezes poderia ser ainda mais, dependendo de cada rede individual.

Ao tentar analisar qual parte do custo global é mais crítica, a OPEX é em torno de 70% do valor do TCO, e o CAPEX gira em torno de 30%. Isso significa que tudo o que os MNOs implantam como parte do RAN tem pelo menos dois aspectos importantes que precisam de revisão constante: primeiro, o custo de implantação em si, e o segundo, o custo operacional contínuo e as implicações na rede global. O custo de implantação, embora importante, não é o contribuinte mais importante para a estimativa global de TCO quando se olha para o OPEX durante um período de cinco anos. Considerando sua alta proporção de valor de TCO, a redução do OPEX é fundamental para a rentabilidade a longo prazo.

A automação é uma das principais ferramentas que afeta principalmente o OPEX e reduz os gastos gerais de TCO em diferentes fases do ciclo de vida da rede.
Existem aproximadamente quatro áreas onde a automação tem um impacto positivo direto no TCO:

Construir recursos de data center que suportam a Virtualização da Função de Rede (NFV) é a primeira fase da construção de uma rede e certificando-se de que ela está pronta para um futuro processo automatizado. A primeira prioridade é criar um ambiente virtual escalável com funções de rede nativas da nuvem para dimensionar facilmente os serviços de produtos básicos para avançados.

O ZTP (Zero Touch Provisioning) ajuda a garantir que qualquer automação seja o mais autônoma possível com uma intervenção mínima do usuário além das definições e regras básicas.

CI/CD (Integração Contínua e Entrega Contínua/Implantação) é puramente focado na operação contínua da rede e. O "CI" bem-sucedido significa que novas alterações de código em um aplicativo são regularmente construídas, testadas e mescladas em um repositório compartilhado, simplificando significativamente o processo de desenvolvimento. "CD" bem-sucedido é sobre automatizar estágios adicionais de entrega e implantação. A entrega contínua significa que as alterações em um aplicativo são automaticamente testadas e enviadas para um repositório compartilhado onde podem ser implantadas em um ambiente de produção ao vivo pela equipe de operações. A implantação contínua significa que as atualizações/versões de software liberadas de um repositório compartilhado podem ser implantadas na produção com atrasos mínimos.

A otimização é a última fase do ciclo de vida da rede implantada, e afeta diretamente os custos da OPEX, uma vez que lida com a otimização remota do site/da rede. Até a introdução da automação, essa tarefa era conduzida manualmente por várias equipes – cada equipe tem experiência em determinados domínios e exige viagens extensas e trabalho manual. Agora que essa fase utiliza a automação, significa não só que será feita a uma fração do custo, mas, mais importante, será feita mais rapidamente. Isso permite que a rede reaja muito mais rapidamente às mudanças, otimizando recursos compartilhados e economias potenciais.

Como as operadoras realizaram redução de custos com RAN aberto

Operadoras em todo o mundo que são adotantes iniciais do Open RAN se beneficiaram de interfaces abertas. Alguns desfrutaram de benefícios únicos de consolidação ran, o que reduziu a quantidade de equipamentos necessários para fornecer o nível de serviço desejado. Normalmente, essas operadoras compararam suas implantações atuais com implementações antigas do legado 4G e notaram uma clara vantagem. Algumas operadoras aproveitam os custos de implantação mais baixos, enquanto algumas desfrutam de recursos de tecnologia de acesso multi-rádio (RAT) que lhes permitem renovar e atualizar suas redes, mantendo serviços legados, além de adicionar novos serviços 4G e 5G usando os mesmos equipamentos e infraestrutura.