Seção: Tutoriais

 

5G: MASSIVE MIMO

Massive multiple-input, multiple-output, or massive MIMO é uma extensão do MIMO, que essencialmente agrupa antenas no transmissor e receptor para fornecer melhor rendimento e melhor eficiência de espectro através de diversidade espacial e multiplexação espacial, como exemplificado na figura para MIMO 3X3 (três antenas de transmissão  e três na recepção).

 

Figura 10: Exemplo de MIMO


As implementações iniciais de LTE usavam:

  1. MIMO  2X2 no downlink (duas antenas de transmissão  na ERB e duas nos celulares)
  2. MINO 1X2 no uplink (uma antena no celular e duas antenas de recepção na ERB).

As implantações atuais de LTE usam até MIMO 4X4 no downlink

 

Massive  MIMO

 

Massive MIMO é a extensão da tecnologia MIMO tradicional para uma quantidade maior (> 8) de antenas controláveis. As principais motivações para a utilização de Massive MIMO são aumento de capacidade e o Beamforming.
Beam forming é a aplicação de vários elementos irradiadores (pequenas antenas) que transmitem o mesmo sinal em um comprimento de onda e fase idênticos, que se combinam para criar uma única antena com um feixe mais longo e mais direcionado, que é formado reforçando as ondas em uma direção específica.
Massive MIMO é utilizado  para direcionar feixes onde está o usuário. A configuração do Massive MIMO e dos feixes é controlada por software  e técnicas de inteligência artificial.


Beam forming

Figura 11: Ilustração de Beamforming

 

A Tabela a seguir apresenta as configurações de massive MIMO encontradas comercialmente.

 

Tabela 6: Configurações de massive MIMO

Tx/Rx Elementos radiantes da antena
(linha x coluna x polarização)
Tx/Rx Número máximo de data layers
64T64R 128 (8x8x2) 64 16
32T32R 64 (8x4x2) 32 8
16T16R 32 (4x4x2) 16 8

Fonte: 5G Americas White Paper: Advanced Antenna Systems for 5G – 2019


Considerações práticas, como tamanhos de antena proporcionais ao comprimento de onda, determinam as opções de MIMO para diferentes bandas.

 

FDD e TDD

Figura 12: FDD x TDD

 

Até a 4G, a maioria das redes móveis operava no modo Frequency Division Duplex (FDD), onde o uplink e o downlink usam diferentes bandas de frequência.


No Time Division Duplex (TDD) onde o uplink e o downlink utilizam a mesma banda e se alternam no tempo.


O FDD necessita medições adicionais para estimar o CSI ((Channel State Information) para ambas as bandas, criando uma penalidade de desempenho. No TDD o CSI é estimado por reciprocidade.


Esta desvantagem do FDD aumenta a medida que cresce a quantidade de antenas, como no caso do Massive MIMO.


Por este motivo, as bandas para 5G, como a de 3,5 GHz no Brasil, estão sendo licitadas como uma única faixa, para utilização em TDD, e não mais em duas faixas para FDD como aconteceu nas licitações anteriores.


Interferência entre redes vizinhas


A operação sincronizada entre redes 5G adjacentes evita interferências, permitindo a coexistência entre redes adjacentes sem a necessidade de faixas de proteção ou filtros adicionais. Para tanto é necessário que redes vizinhas utilizando a mesma frequência:

  1. Tenha uma referência de relógio de fase comum (por exemplo, UTC)
  2. Uma estrutura de quadro compatível com mesma taxa de transmissão DL / UL.

Redes não sincronizadas, ou semi-sincronizadas, exigirão uma banda de guarda entre as operadoras na região de fronteira. Este problema se agravará no Brasil quando as banda para 5G forem regionais e utilizadas por diferentes operadoras.