Seção: Tutoriais Operação

 

Alterações Climáticas III: Segunda Etapa e Próximos Passos

 

Segunda Etapa para 2010: Meta para TIC de Alteração Climática para 2020

 

A meta para 2020 deve ser definida antes de 2010. Deverá incluir novos serviços e soluções de sistemas, onde uma série de serviços é combinada.

 

Meta de Solução

 

Durante a primeira fase um forte enfoque deve ocorre sobre a coleta de sugestões para novos serviços e possíveis objetivos para a meta de 2020.

 

Possíveis Áreas de Foco

 

As possíveis áreas foco são as apresentadas a seguir.

 

Consumo sustentável

  • O passo além da desmaterialização
    • Exemplo: papel digital, música sob demanda, vídeo sob demanda, TV por Internet, etc.
  • Efeito indireto sobre o consumo sustentável pela informação
    • Exemplo: produtos inteligentes que podem informar os usuários sobre a sua melhor utilização e dar feedback sobre os impactos ambientais das diferentes opções.

Produção sustentável:

  • Produção descentralizada
  • Produção sob demanda, como por exemplo, impressão de livros sob demanda;
  • Tecnologias Convergentes, como por exemplo, nanotecnologia, biotecnologia e robótica.

Planejamento de comunidade ou cidade sustentável, incluindo a substituição de viagem:

  • Exemplo: Edifícios inteligentes, sistemas inteligentes de transportes públicos, tele-monitoramento, tele-educação, tele-medicina, serviços de cuidados da saúde à distância, aquisição flexível de automóveis, comércio eletrônico, negócios eletrônicos, etc.

Criando uma Estratégia Robusta

 

O uso das tecnologias TIC como uma ferramenta para a sustentabilidade ainda é algo novo. Por isso, é importante pensar com cuidado, quando os projetos com as tecnologias TIC são implementados. Muitas pessoas serão céticas, e é importante que os atores responsáveis ouçam atentamente as suas preocupações. Abaixo estão algumas das áreas que devem ser evitados e devem ser levados em consideração [42].

 

Evite exageros

 

Ao incentivar o desenvolvimento de uma sociedade sustentável baseada nas tecnologias TIC, é tentador dar exemplos de soluções perfeitas para os problemas ecológicos e ambientais de hoje. Infelizmente, muitas dessas soluções só funcionam em condições ideais, e seu desempenho em outras circunstâncias pode revelar-se contraproducente.

 

Há duas razões principais para o exagero do desempenho das tecnologias TIC. Em primeiro lugar, muitos dos que trabalham com as tecnologias TIC estão acostumados a falar sobre os ganhos de eficiência de centenas de milhares de vezes, e sobre formas totalmente novas de resolver problemas, e compreensivelmente, querem empurrar os limites adiante. Eventos imprevistos e inoportunos podem ser negligenciados quando o foco está no número mais relevante possível, que está sendo considerado em um cenário mais favorável.

 

Em segundo lugar, a fim de atrair investidores e clientes, as pessoas envolvidas no desenvolvimento e construção de novos produtos baseados em tecnologias TIC devem ser claramente ouvidas no mercado. A maneira mais fácil de atrair a atenção é a de comunicar os números mais simples e mais positivos, mesmo que estes só sejam válidos sob certas suposições.

 

Para reforçar a robustez do sistema de TIC, três fatores devem ser incluídos em todos os debates sobre os novos sistemas e produtos de TIC: possíveis mecanismos de feedback tecnológico e erros humanos, e uma análise “cradle to grave”, que considera como o produto vai de descartado sem impactar o meio ambiente. Se todos os três fatores são incluídos, haverá uma chance maior de obter soluções que se assemelham a sistemas de vida dinâmicos. Sistemas de TIC, então, serão capazes de lidar com uma vasta gama de situações disruptivas – no entanto, tudo tem limites, e quando estes são atingidos, o sistema entra em colapso.

 

1. Tecnológico e erros humanos

 

Um bom exemplo de que o potencial das tecnologias TIC para resolver problemas importantes deve ser tratado de forma responsável é a marcação de produtos, ou seja, fornecer produtos com o seu cartão de identificação próprio. Essa tecnologia irá provavelmente revolucionar a forma como nossas economias funcionam, bem como irá melhorar a proteção do meio ambiente, fazendo uma contribuição significativa para a eficiência e inventário da produção. Ao mesmo tempo, a introdução de novas tecnologias não deve ser usada como uma desculpa para adiar ou suspender a eliminação de substâncias tóxicas. Mantendo esse princípio da precaução em mente, até mesmo um sistema robusto de TIC que controle produtos químicos tóxicos não deve incluir produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente.

 

Muitas vezes, as partes de um sistema maior podem funcionar de forma eficaz, mas quando são encontrados erros, problemas tais como a “cegueira do Nimbus 7” (“Nimbus-7- blindness”) podem ocorrer. Esse problema refere-se a um satélite que estava medido de forma correta e efetiva a camada de ozônio, mas os valores baixos que estava reportando estavam sendo acobertados por um programa de computador projetado para descartar concentrações de ozônio grandes e repentinas como erros [43].

 

É fácil projetar um sistema que funciona bem em um mundo perfeito, mas é difícil conceber um sistema que funciona bem no contexto dos erros tecnológicos e humano. Em cada sistema importante, tais como os sistemas responsáveis pelo fornecimento de energia ou de medições tóxicas, devem ser incluídos sistemas alternativos de energia totalmente redundantes, bem como formas alternativas de resolver o problema, incluindo soluções não dependentes das tecnologias TIC. Em vez de procurar a perfeição, na maioria dos casos é melhor ter um sistema que é um pouco menos eficiente, mas que é robusto e que pode lidar com uma vasta gama de erros.

 

2. Mecanismos de Feedback

 

Um sistema robusto deve ser construída de modo a não encorajar um reforço dos mecanismos de feedback positivo [44]. Além disso, deve ser capaz de lidar com informações imprevistas e tratá-las de forma sistemática. Conforme as mudanças bruscas possam ser antecipadas tanto nos sistemas ecológicos, como na sociedade nos próximos anos, deve haver espaço para a ocorrência de eventos inesperados em todos os grandes sistemas de TIC.

 

3. “Cradle to grave”

 

Todos os sistemas e produtos devem ser projetados a partir de uma perspectiva do tipo “cradle to grave” ou “life cycle”, definindo de forma clara quais são os parâmetros utilizados e em que condições eles funcionam. No mundo das TIC, a velocidade das mudanças é por vezes tão rápida que muitas pessoas esquecem que muitas estruturas vão existir por um longo tempo.

 

5. Possíveis Próximos Passos

 

Os próximos passos dependerão se os atores da União Européia estão dispostos a passar das palavras à ação, utilizando este relatório como inspiração para desenvolver uma estratégia real, que pode ser implementada. A ETNO e o WWF irão marcar reuniões com os principais interessados, para ver quem está disposto a assumir o desafio de garantir que a União Européia desenvolva e implemente uma estratégia sustentável e que a redução de emissão de CO2 seja assegurada até 2007.

 

Nós vamos procurar alcançar nossos três objetivos mencionados anteriormente, como segue:

  • As TIC serão reconhecidas como uma parte importante da solução para o combate às alterações climáticas na Europa.
  • Os atores principais terão uma estratégia de mudança climática para TIC.
  • Programas “TIC – Alterações Climáticas” concretos serão iniciados na Europa até 2007.

Durante este processo a ETNO e o WWF vão organizar seminários para os principais atores do mercado e explorar as possíveis alternativas futuras. O desafio é identificar um local estratégico no âmbito da Comissão que possa supervisionar uma estratégia para as alterações climáticas.

 

Estamos ansiosos para trabalhar com outros atores do mercado que queiram ajudar a garantir que a União Européia tenha uma estratégia de redução de emissão de CO2 na Europa. Estamos satisfeitos com o número de participantes que já indicaram que estão dispostos a suportar essas metas.

 

Também estamos ansiosos para trabalhar com diferentes atores do mercado para formular objetivos mais específicos e estratégias para nos ajudar a alcançar os objetivos.

 

Também vamos começar a trabalhar em paralelo com as metas de 2020 para uma nova estratégia. Nesse processo, vamos ampliar o escopo e incluir outras soluções certificadas de terceiros e criar um roteiro mais completo que possa servir de inspiração e orientação, bem como servir como uma referência para as melhores práticas. Mas acima de tudo, será enviado um forte sinal para todos os tomadores de decisão relevantes que o momento de agir é agora. Se o conjunto de políticas estiver correto, as TIC podem tornar-se uma das principais contribuições para a redução das emissões de CO2 e de uma sociedade mais capacitada e justa.