Seção: Tutoriais VoIP
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O cenário prático mais simples é aquele onde a empresa não vê como necessária a integração dos serviços tradicionais de voz (PABX e/ou PSTN) com os serviços de VoIP. Tipicamente é usado quando é pequeno o número de usuários que executam chamadas de longa distância. Na Figura 4 pode-se ver uma diagrama esquemático desse tipo de cenário.
Nesse exemplo as chamadas locais são feitas através do sistema tradicional de telefonia (via PABX e operadoras locais – PSTNs), e as chamadas de longa distância são preferencialmente feitas por meio dos equipamentos gateways VoIP.
A função do gateway VoIP é conectar terminais telefônicos comuns, codificar os sinais de voz recebidos desses terminais, empacotá-los em frames IP e transmiti-los pela rede de dados (e vice-versa).
Como são completamente isolados, nenhuma comunicação é possível entre os terminais telefônicos conectados aos gateways VoIP e os terminais conectados aos PABX’s. A conexão dos terminais telefônicos ao gateway VoIP se dá por meio de interfaces FXS (Foreign Exchange Station), as quais geram tons de discagem para os terminais.
A execução de uma chamada pode ser feita discando-se o número de um ramal remoto, ou simplesmente levantando-se o fone do gancho em um dos terminais (dependendo do equipamento é possível configurar uma ou outra forma, mas não as duas simultaneamente).
A vantagem desse cenário é que é tão simples que pode ser usado mesmo em empresas que não possuem equipamentos PABX em seus escritórios. Na figura 5 vê-se uma evolução do cenário anterior, onde agora é possível que terminais telefônicos conectados tanto ao PABX como ao gateway VoIP originem e recebam chamadas de/para qualquer outro terminal da empresa.
Tipicamente, um usuário localizado no Escritório 1 que deseja fazer uma chamada de longa distância para um ramal localizado no Escritório 2 só precisará discar um código de acesso previamente configurado, seguido do número do ramal remoto.
Uma nova possibilidade que se abre neste cenário é a de se originar chamadas de longa distância para assinantes localizados fora da empresa: se um usuário localizado no Escritório 1 (cidade “A”) desejar fazer uma chamada de longa distância para um assinante qualquer na cidade “B”, tudo que precisará fazer é discar um código de acesso para obter uma linha do PABX do Escritório “B”, e em seguida discar o numero do assinante externo na cidade “B”. Esse tipo de operação também é conhecido como “TOLL bypass”.
A conexão do gateway VoIP ao PABX pode se dar através de interfaces FXO (Foreign Exchange Office) ou E1. A primeira é usada para conexão a portas comuns (analógicas) de ramal do PABX. Para o PABX, o gateway VoIP aparenta ser um terminal telefônico analógico como outro qualquer.
A desvantagem do uso de portas FXO é que se faz necessário uma quantidade suficiente de portas FXO no gateway VoIP que permita atender o número desejado de chamadas VoIP simultâneas, já que cada interface FXO transporta somente uma chamada de cada vez. A vantagem é a simplicidade e o custo, já que normalmente todo PABX tem algumas portas de ramal livres e que podem ser aproveitadas para conectar a um gateway VoIP.
Por outro lado, usando uma interface E1 para conectar o gateway VoIP ao PABX, podem ser suportadas até 30 chamadas VoIP simultâneas. A desvantagem é o custo, pois interfaces E1 são significativamente mais caras que interfaces FXO. Além disso, nem todo PABX suporta interfaces E1, e mesmo que a empresa tenha PABX’’s que suportem, ela precisa garantir que eles possuam pelo menos uma interface E1 livre.
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