Seção: Tutoriais Telefonia Celular

 

GPRS: Taxa de Dados

 

A questão que permeia as vantagens do GPRS e a possível migração para outros sistemas como o EDGE ou WCDMA no futuro é a taxa de dados em uma conexão GPRS. Esta taxa de dados depende do:

  • Esquema de codificação utilizado no canal.
  • Número de slots de tempo que o terminal suporta.
  • Número de outros usuários de voz e dados na célula

Os esquemas de codificação são utilizados na interface ar de modo a permitir a deteção e correção de erros em caso de perda devido às condições adversas do enlace. Foram definidos 4 esquemas de codificação para o GPRS como mostrado na tabela seguir:

 

Codificação

Taxa máxima de dados (kbit/s)

(Camada LLC)

Taxa máxima de dados (kbit/s)

Canais físicos

C/I (dB)
CS-1 8 9,05 -6
CS-2 12 13,4 -9
CS-3 14 15,6 -12
CS-4 20 21,4 -17

 

É mandatório para as estações móveis suportar os quatro esquemas de modulação e para as operadoras o CS-1. A utilização de esquemas de codificação menos robustos como o CS-4, que não tem correção de erro, tem um impacto na cobertura da célula GPRS.

 

A Tabela a seguir apresenta a taxa de dados máxima (kbit/s) em função do esquema de codificação e número de slots.

 

Slots CS1 CS2 CS3 CS4
1 9,05 13,4 15,6 21,4
2 18,1 26,8 31,2 42,8
3 27,15 40,2 46,8 64,2
4 36,2 53,6 62,4 85,6
5 45,25 67,0 78,0 107,0
6 54,3 80,4 93,6 128,4
7 63,35 93,8 109,2 149,8
8 72,4 107,2 124,8 171,2

 

Ou seja, a máxima taxa teórica utilizando-se 8 slots é 171,2 kbit/s.

 

O número de slots utilizado depende da classe do terminal e de como o operador configura a sua rede. A rede GPRS pode ser configurada pelo operador reservando uma capacidade dedicada ao GPRS , ou priorizando o tráfego de voz, de modo que os pacotes de dados ocupam apenas os slots que estão livres. Desta forma, a taxa de dados passa a depender do número de usuários de voz e dados em uma célula.

 

O que se encontra na prática são redes com codificação CS2 utilizando 2 ou 3 slots o que implica em uma taxa máxima de 26 a 40 kbit/s. A taxa real passa então a depender do congestionamento na célula que serve o terminal, ou da existência de slots livres para serem alocados. Os terminais móveis da Nokia, por exemplo, são normalmente de classe 6 (3+1 ou 2+2) e ela aponta 20-35 kbit/s como velocidades típicas conseguidas nas redes existentes.