Seção: Tutoriais Banda Larga

 

Internet: Internet no Brasil

 

A Internet no Brasil, a exemplo do que ocorreu no resto do mundo, teve um grande crescimento. Em 2012 tinha 44,6 milhões de usuários domiciliares ativos (novembro) e era o quarto país no mundo em número de servidores (26.576.848 - julho). Para consultar informações atualizadas acesse a página do Teleco Internet Brasil.

 

Um Comitê Gestor da Internet (cgi.br) foi estabelecido pelo governo no Brasil em 1995 para dar diretrizes à implantação da Internet no país. O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (NIC.br) é a entidade civil, sem fins lucrativos, que desde dezembro de 2005 implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Dentre suas atribuições estão:

  • O registro e manutenção dos nomes de domínios que usam o <.br>, e a distribuição de endereços IPs, através do Registro.br;
  • O tratamento e resposta a incidentes de segurança em computadores envolvendo redes conectadas à Internet brasileira, através do CERT.br;
  • A promoção da infra-estrutura para a interconexão direta entre as redes que compõem a Internet Brasileira, através do PTT.br;
  • A divulgação de indicadores e estatísticas e informações estratégicas sobre o desenvolvimento da Internet brasileira, através do CETIC.br;
  • O suporte técnico e operacional ao LACNIC, Registro de Endereços da Internet para a América Latina e Caribe.

Backbones

 

A tabela a seguir apresenta os principais Backbones de Internet ou sistemas autônomos (AS) existentes no Brasil.

 

Nacionais Embratel, Rede Nacional de Pesquisa (RNP), Oi, KDD Nethal, Comsat Brasil, Level 3 (Impsat/Global Crossing), AT&T, NTT, UOL Diveo, CTBC, Mundivox do Brasil, Telefonica e TIM Intelig.
Estaduais ANSP (SP), Rede Norte-riograndense de Informática (RN), Rede Pernambuco de Informática (PE), Rede Rio (RJ), Rede Tchê (RS) e REMAV (Redes Metropolitanas de Alta Velocidade).

 

O primeiro Backbone a ser estabelecido no Brasil foi o da RNP e o maior é o da Embratel.

 

 

Provedores de Acesso

 

Existem no Brasil vários provedores de Acesso. Consulte o tutorial Acesso a Internet.

 

 

Pontos de Troca de Tráfego

 

Com a proliferação dos provedores de acesso no Brasil e no mundo, foram instituídos os PTT’s, ou Pontos de Troca de Tráfego, que são locais com infra-estrutura adequada para que os diversos provedores de backbones pudessem fazer a trocar de trafego de suas redes (Peering) de forma neutra, organizada e segura.

 

No Brasil o primeiro PTT foi instituído inicialmente pela FAPESP em São Paulo e, após o período inicial e de consolidação do seu conceito, a operação do PTT foi transferida para a inciativa privada, tendo seu nome mudado para NAP do Brasil.

 

Após o NIC.br assumir a responsabilidade pelas ações do CGI.br, foram criados também outros PTT's nas principais capitais do país, sob a coordenação do PTT.br.

 

PTT.br

 

PTTMetro foi o nome dado ao projeto do CGI.br que promove e cria a infra-estrutura necessária (Ponto de Troca de Tráfego - PTT) para a interconexão direta entre as redes ("Autonomous Systems" - ASs) que compõem a Internet Brasileira. A atuação do PTTMetro volta-se às regiões metropolitanas que apresentam grande interesse de troca de tráfego de Internet.

 

Um PTTMetro é uma interligação em área metropolitana de pontos de interconexão de redes (PIXes), comerciais e acadêmicos, sob uma gerência centralizada.

 

As características fundamentais para a implementação adequada de um PTTMetro são:

  • Neutralidade - independência de provedores comerciais
  • Qualidade - troca de tráfego eficiente
  • Baixo custo das alternativas, com alta disponibilidade
  • Matriz de troca de tráfego regional única.

Segundo o CGI.br, a sua coordenação do PTTMetro, operado por organizações tecnicamente habilitadas e sem fins lucrativos e que devem estabelecer os requisitos de arquitetura e gerência das interconexões, garante os dois primeiros tópicos.

 

Ainda segundo essa filosofia, a hospedagem dos PIXes em instalações comerciais com elevado padrão de segurança e infra-estrutura, agregando matrizes de tráfego já existentes, é condição para obtenção dos demais quesitos acima.

 

Os PTTMetros identificados até o momento e em fase operacional encontram-se nas seguintes regiões metropolitanas:

  • Americana
  • Belém
  • Belo Horizonte
  • Brasília
  • Campina Grande
  • Campinas
  • Caxias do Sul
  • Curitiba
  • Florianópolis
  • Fortaleza
  • Goiânia
  • Londrina
  • Manaus
  • Natal
  • Porto Alegre
  • Recife
  • Rio de Janeiro
  • Salvador
  • São José dos Campos
  • São José do Rio Preto
  • São Paulo
  • Vitória

NAP do Brasil

 

Como citado acima, o PTT instituído inicialmente pela FAPESP teve a sua operação transferida para a Terremark, empresa especializada na construção e operação de PTT’s em âmbito mundial, conhecidos internacionalmente como NAP’s (Network Access Points).

 

O NAP do Brasil, como foi posteriormente denominado o PTT da FAPESP, é um grande Data Center provido de infra-estrutura moderna para acomodar tanto as plataformas para a realização da troca de tráfego entre os diversos backbones, como os equipamentos dos maiores provedores de intra-estrutura de acesso (última milha), assegurando uma conectividade massiva ao site aliada à uma disponibilidade ainda maior destes serviços de acesso através da presença de rotas de redundantes.

 

Além disso, o NAP do Brasil provê toda a infra-estrutura de segurança física, incluindo controle de acesso biométrico, além de oferecer altíssimos SLA’s para abrigar equipamentos (energia, ar-condicionado, etc.), e para realizar os serviços de troca de tráfego, permitindo o funcionamento ininterrupto “de” e “entre” todos os backbones.

 

Com a instituição do NAP do Brasil, a troca de tráfego passou a ocorrer também entre os backbones de acesso à Internet, os Provedores de Conteúdo (Yahoo, Akamai, órgãos governamentais, entre outros), Provedores de Serviços VoIP, e mesmo com alguns usuários corporativos de grande porte. Essas novas formas de utilização dos serviços do NAP abrem um novo leque de possibilidades para usos semelhantes para redes administradas por associações de classe ou empresariais, que necessitam manter pontos de troca de tráfego e que poderiam ainda contar com os benefícios dos serviços de Peering como forma de valorizar as sua redes junto a associados e parceiros, aumentando a performance dos serviços oferecidos bem como reduzindo os custos operacionais.

 

Em 2006 a própria FAPESP efetuou o outsourcing de parte da Rede ANSP para o NAP do Brasil, usufruindo assim de toda a infra-estrutura existente para conectar as diversas instituições cientificas, acadêmicas e de pesquisa do país.

 

Outra aplicação viabilizada pelo PTT é o VoIP Peering, ou seja, a troca de tráfego entre prestadores de serviços de VoIP, que permite que as diversas redes desses operadores possam fazer interconexão direta, sem ter que passar pelas redes de terceiros, sejam elas de prestadores de telefonia fixa ou celular. A primeira plataforma para VoIP Pering no Brasil será ativada em breve no NAP do Brasil. Essa plataforma deverá ser interconectada à plataforma de Troca de Tráfego do NAP para que o peering compreenda além da mídia (canais de voz), a sinalização e o compartilahmento da base de dados (serviço ENUM).

 

Em março de 2007 o NAP do Brasil hospedava 20 provedores de backbone nacional/internacional e de serviços VoIP, 11 provedores de acesso, 5 provedores de conteúdo, e mais de 65 instituições ligadas a rede ANSP.

 

A tabela a seguir lista as principais empresas presentes no NAP do Brasil:

 

Provedores de Backbone Level 3 (Impsat/Global Crossing), LA Nautilus, TVA/Ajato e Comsat
Provedores de Acesso Embratel, Telefonica, Oi, CTBC e TIM/AES Atimus
Provedores de Conteúdo Akamai, VeriSign e Yahoo!

 

A banda total ou tráfego agregado que passa pela Plataforma de Troca de Tráfego do NAP do Brasil já atingiu picos de 20 Gbit/s. Além disso, com mais de 300 cross-connects entre seus clientes, vários Gbit/s são trocados diretamente através da sala de MPR (Meet-me Point Room).

 

 

Organização de domínios

 

As tabelas a seguir exemplificam as regras de atribuição de domínios em nível mundial e no Brasil.

 

Atribuição no Mundo Exemplo
Paises .ar
.br
...
Estados Unidos .edu
.gov
.mil
Genéricos .com
.net
.org
Internacionais .int
Outros .arpa

 

Atribuição no Brasil Exemplo
Genéricos
(Pessoas FÍsicas e Juridicas)
com.br (atividades comerciais)
eco.br (atividades eco-ambientais)
emp.br (pequenas e micro-empresas)
net.br (atividades comerciais)
Pessoas Jurídicas b.br (bancos)
edu.br (universidades)
gov.br (governo)
ind.br (indústria)
...
Profissionais Liberais adm.br (administradores)
adv.br (advogados)
eng.br (engenheiros)
mus.br (músicos)
taxi.br (taxistas)
...
Pessoas físicas blog.br (web logs)
flog.br (foto logs)
nom.br (pessoas físicas)
vlog.br (vídeo logs)
wiki.br (páginas wiki)

 

No Brasil mais de 91% dos domínios são com.br.

Como já foi citado anteriormente, o Registro.br é o responsável pelo registro de domínios no Brasil.