Seção: Tutoriais Rádio e TV

 

IPTV: Arquitetura Genérica

 

Antes da análise das arquiteturas IPTV, deve-se definir os respectivos componentes, para atendimento às exigências do usuário. O diagrama abaixo [2] mostra esses elementos, para uma arquitetura IPTV baseada em tecnologia ADSL:

 

Figura 1: Componentes de uma rede IPTV.

 

Headend

 

Representa a extremidade principal de vídeo, ou seja, ponto no qual se encontra o conteúdo total de vídeo (filmes, programas etc.), com conexões com operadoras de TV convencionais, para transmissão de programas ao vivo.

 

O headend possui vários componentes que podem variar de rede para rede, incluindo: fontes de vídeo analógico e digital; provedores de conteúdo; codificadores/ decodificadores e transcodificadores para adaptar as taxas de streaming, switches, servidores para softwares de vídeo e de aplicação, servidores de gerência e outros.

 

No headend, o vídeo é codificado (MPEG-1, MPEG-2, MPEG-4) e processado com qualidade, sendo depois entregue ao backbone IP, no qual todo sinal é encapsulado por meio do protocolo IP e distribuído aos usuários.

 

A localização do headend é uma opção de implementação da arquitetura, podendo ser centralizado ou distribuído. Serviços interativos como IPTV e o VoD são providos a partir de servidores de conteúdo em formato MPEG e enviam uma cópia ao usuário, quando requisitado.

 

O servidor de vídeo precisa estar dimensionado tanto para o conteúdo total, que deve armazenar, como também para o número de usuários ativos que estejam requisitando dados. A distribuição do serviço IPTV e VoD [8] oferecido pela operadora faz parte da escolha da arquitetura de rede.

 

Core IP Network

 

São redes preparadas para a transmissão de vídeo, garantindo um Quality of Service (QoS) que reflete um Quality of Experience (QoE) aceitável pelo usuário. Sua qualidade é comparável a das TVs a cabo ou TV via satélite, podendo ser superior. Em termos gerais, o Core IP é uma rede cuja estrutura física é baseada em fibra ótica ou em rede de transporte (Ex.: DWDM).

 

Agrupa os canais codificados de vídeo transportando-os sobre a rede IP do provedor de serviço (backbone IP da operadora). Dotado de implementações de QoS, que possam garantir jitter, atraso e, principalmente, a perda de pacotes em limites aceitáveis, resultando em uma qualidade de vídeo satisfatória para o usuário final.

 

Rede de Acesso

 

A rede de acesso [1] faz parte da arquitetura de uma rede IPTV, representando a ligação entre o fornecedor de serviço (operadora de Telecom) e a casa do usuário, ou seja, "a última milha”. A conexão do usuário pode ser realizada por meio de uma variedade de tecnologias de rede de acesso.

 

As operadoras de telecomunicações vêm utilizando a tecnologia DSL (linha digital de assinante) e também estão iniciando o uso da tecnologia de fibra, como redes Networking Optical Passive (PON), permitindo a extensão de distâncias e o aumento da velocidade.

 

O Digital Subscrieber Access Multiplexer (DSLAM) [12] conecta os usuários através do par telefônico, e sua saída pode ser ATM ou Ethernet, a depender da tecnologia utilizada. O DSLAM ainda concentra os usuários e possui conectividade com o Broadband Remote Acess (BRAS).

 

Esse tem como função fornecer o endereço IP ao usuário IPTV. Contém também o endereço IP dos servidores de autenticação e redireciona sua autenticação a esses servidores, fazendo conexão com o Core IP, para que o usuário busque seu conteúdo de vídeo no headend.

 

Ambiente do Usuário

 

O modem ADSL2/ADSL2+ [8] é utilizado quando sua rede de acesso é a tecnologia xDSL, caso da análise deste trabalho. O modem permite velocidade de até 24 Mbit/s em downstream e 1 Mbit/s para upstream, preservando o canal de voz.

 

O set-top box é o elemento terminal de usuário que converte os streams para a saída composta de vídeo ou outra qualquer outra saída, de acordo com o padrão do aparelho de TV do usuário. Geralmente, é baseado em tecnologia de PC, podendo incorporar interfaces xDSL para conexão direta a DSLAM’s.