Seção: Tutoriais

 

Redes LTE: Disposições Gerais

 

A decisão de implementação de um sistema indoor para a tecnologia LTE com uso ou não do MIMO gera grande discussão no ambiente das operadoras, uma vez que os ganhos relacionados nem sempre são correlacionados com os custos envolvidos no processo de implementação de cada técnica, assim não se tem uma clara relação custo versus benefício para o processo de tomada de decisão.

 

Projetos de pequeno e médio porte (pequenos e médios shoppings, centros comerciais) costumam ter o sistema irradiante feito considerando puramente elementos passivos, ou seja, uso de cabos coaxiais, combinadores e antenas fazendo-se a distribuição do sinal LTE pelo ambiente a ser coberto, ou seja, só temos a eNodeB da operadora irradiando o sinal para o sistema coaxial em questão.

 

Para este tipo de projeto, o impacto na decisão de uso da técnica MIMO implica na duplicação de todo sistema irradiante, ou seja, dos cabos, antenas e combinadores.

 

Os custos na implementação do MIMO, na teoria, seriam duplicados, pois seriam necessárias duas malhas de cabos coaxiais, o dobro de elementos combinadores e de antenas, mas por dados reais ficam em torno de 1.6 vezes do custo de um projeto SISO, pois se tem o reuso de parte da infraestrutura que seria preparada para um sistema SISO aproveitada para um sistema MIMO, como por exemplo, as eletrocalhas por onde os cabos coaxiais são implementados.

 

Uma referência aos valores acima seria o próprio investimento do empreendimento onde os testes ocorreram. Neste caso, se estimou um custo de aproximadamente R$ 250.000,00 para uma solução SISO e com a duplicação dos cabos, antenas, combinadores chegou-se a um valor de R$ 400.000,00 para a solução MIMO.

 

Para projetos de grande porte, onde não se aplica somente a utilização de elementos passivos devido à potência a ser irradiada em cada antena, devido às longas distâncias não ser suficiente, são utilizados outros elementos ativos, que atuam como amplificadores de sinal, fazendo assim que o investimento com cabos coaxiais e combinadores seja muito reduzido. Pois com a distribuição dos pontos “ativos” (que passaram as ser os elementos ativos e não mais os equipamentos das Operadoras, eNodeB) têm-se sempre estes equipamentos ativos ao lado das antenas, tendo assim a redução do uso de cabos e combinadores.

 

Um projeto chamado ativo dá-se pela combinação dos sinais das operadoras, para o caso de um projeto conjunto, num único ponto, muitas vezes chamado de Hotel de BTS, neste ponto há a conversão elétrico-ótica e daí até os elementos ativos são passadas fibras óticas, o que reduz e muito o custo da instalação desta parte do sistema, pois a passagem de uma fibra é muito mais simples e barata do que de um cabo coaxial que tem peso, custo e complexidade maiores.

 

Nos elementos ativos tem-se novamente a conversão, só que desta vez ótico-elétricas, após isto ocorre a amplificação dos sinais e deste ponto em diante se tem a passagem de cabos coaxiais até os combinadores e as antenas, ou seja, o uso de cabos coaxiais e combinadores neste sistema ativo é muito reduzido.

 

Assim, neste caso, o uso das técnicas MIMO implicaria na duplicação de parte dos elementos ativos, somente as cabeças de rádio (remotas) e da pequena quantidade de cabos coaxiais, combinadores e antenas empregadas neste tipo de sistema.

 

Assim, o uso das técnicas MIMO, implica em uma alteração percentual de custos um pouco menor do que nos projetos puramente coaxiais, ficando na ordem de 1.3 vezes, de acordo com os orçamentos dos projetos apresentados neste trabalho.