Desempenho VoIP: Introdução |
A rede telefônica comutada, administrada
pelas grandes empresas operadoras, ainda é a maior rede pública
de telecomunicações, embora a Internet esteja rapidamente
caminhando para mudar este quadro.
Esta rede que já evoluiu muito no sentido
da digitalização da voz e de sua transmissão
digital, ainda permanece com a estrutura de uma rede de circuitos,
ou seja, uma rede onde cada conexão dispõe de um circuito
próprio full-duplex durante todo o tempo em que durar
a conexão.
Isto faz com que a rede telefônica tradicional
seja ineficiente na utilização dos recursos de transmissão,
comparado com a transmissão de pacotes, onde o canal pode
ser usado por pacotes de diferentes conexões, aproveitando
as pausas de conversação.
Desde que o protocolo IP se tornou o padrão de fato para encaminhamento
em redes de pacotes, a transmissão de voz em pacotes usando
IP (VoIP) tende a substituir progressivamente a atual forma da rede
telefônica. E isto pode ser feito, aproveitando a estrutura
da rede existente seja uma rede pública ou uma rede corporativa.
Hoje, em uma rede corporativa com uma plataforma IP para sua rede
de computadores não há sentido em se construir uma
infra-estrutura paralela para ligações telefônicas
locais, interurbanas ou internacionais, pois a utilização
da tecnologia VoIP pode proporcionar, neste caso, uma diminuição
de custos considerável.
Como as conversações telefônicas têm características
de tempo-real faz-se necessário utilizar mecanismos para garantir
a Qualidade de Serviço (QoS). A QoS oferecida das aplicações
de VoIP é dependente da qualidade oferecida pelos serviços
de comunicação em geral e envolvem diversos aspectos
como fidelidade da voz, disponibilidade da rede, disponibilidade
de funções do telefone, e os recursos disponíveis
para transmissão.
Porém o mais crítico é garantir a entrega de
dados dentro de um prazo razoável e limitado, o que se mede
através de parâmetros como o atraso e a variação
do atraso na transferência dos pacotes. Em redes de grande
porte existe ainda o problema da escalabilidade, ou seja, a capacidade
de implementar a tecnologia de QoS em larga escala.
Neste tutorial estaremos dando ênfase na apresentação
dos aspectos técnicos, teóricos e matemáticos
definidos na recomendação G.107 do ITU-T, que descreve
o modelo computacional chamado E-model. Este modelo avalia
os efeitos combinados de variações em diversos parâmetros
de transmissão, que afetam a qualidade conversacional na telefonia.
O E-model é recomendado para avaliar a qualidade
da chamada VoIP. O desrespeito dos limites impostos pelas recomendações
sobre atraso e perda gera degradações da qualidade
da voz que se tornam perceptíveis ao usuário.
A seção Tecnologia VoIP tratará dos
aspectos gerais de uma rede que pretende implantar um sistema de
Voz sobre IP. Conceituaremos os protocolos utilizados nas aplicações
com sensibilidade, aspectos gerais dos codificadores e seus respectivos
métodos de codificação. Citaremos o padrão
H.323 do ITU-T, aplicação em serviços com DiffServ e
os protocolos de tempo-real.
A seção Codificação de Voz tratará dos
padrões de codificação determinados pelo ITU-T.
A evolução seqüencial dos codificadores e suas
características de desempenho. A seção Transmissão tratará dos
parâmetros de qualidade de serviço como os impactos
causados pelo atraso fim-a-fim e a importância da segurança
e da confiabilidade para a qualidade de serviço das transmissões
de voz.
A seção Qualidade de Voz em Redes IP abordará a
questão da avaliação da Qualidade de Serviço
(QoS) em uma rede de VoIP. A seção Monitoração abordará a
monitoração de desempenho de VoIP, dando ênfase
ao modelo mais utilizado atualmente para esse serviço, o E-Model.
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