Seção: Tutoriais Banda Larga
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Nos últimos anos, tem havido um interesse global crescente na tecnologia PLC. Até o início do segundo semestre de 2004 detectou-se um total de mais de 100 iniciativas em PLC cobrindo mais de 40 países e 600 empresas. A figura a seguir ilustra este quadro:
Figura 2: Experimentos e comercialização de redes PLC no mundo Fonte: Arthur D. Little.
Entre 2001 e 2003 muitas experiências de operação foram realizadas de forma bem sucedida, confirmando a viabilidade das redes PLC e criando ambiente para iniciativas comerciais.
A situação de hoje evoluiu transformando experiências PLC piloto em implantações comerciais. Mais de 10 países já estão comercializando e muitos outros já anunciaram esta intenção de fornecer serviços de Banda Larga PLC.
Estados Unidos da América
Nos Estados Unidos da América (EUA), as empresas autorizadas na prestação de serviços de utilidade pública (Utilities), não consideram a tecnologia PLC apenas uma forma de expandir seus negócios para a prestação de serviços de telecomunicações. De fato, estas empresas têm deixado esta tarefa para uma parceira voltada a telecomunicações.
Seu interesse em PLC reside no potencial de serviços que uma rede de distribuição de eletricidade inteligente pode representar, em termos de aumento de sua eficiência, confiabilidade e segurança.
Nos Estados Unidos, a tecnologia atende pelo nome HomePlug. Lá há um apoio forte vindo do American Recovery and Reinvestiment Act (ARRA). Foram destinados US$ 4,5 bilhões para financiamento de vários projetos, determinados pelo presidente Barack Obama. O segmento está explodindo, segundo estudo do Pike Research, que estima que os negócios relativos a "redes elétricas inteligentes" vão triplicar, saindo de US$ 10 bilhões em 2009 para US$ 35 bilhões em 2013 nos Estados Unidos.
A IBM por sua vez já apresentou seus planos para alcançar as áreas rurais.
A companhia internacional Broadband Eletric Communications (IBEC) oferece pacotes com velocidades de 256 kbit/s a 3 Mbit/s para as regiões de vazios demográficos com até três domicílios por quilômetro quadrado. Os preços variam entre 30 e 90 dólares.
Figura 3: Iniciativas PLC nos EUA. Fonte: www.uplc.org.
Europa
Muitos experimentos já foram realizados de forma bem sucedida na Europa, mostrando que PLC é uma solução viável para implantar redes de telecomunicações alternativas utilizando a infra-estrutura já existente. As empresas autorizadas de exploração dos serviços de utilidades energéticas na Europa estão liderando testes e implantações.
Figura 4: Experimentos PLC na Europa. Fonte: PLC Utilities Alliance, PUA (2004) and PLC fórum (2004).
A avaliação da tecnologia PLC através de pesquisa de satisfação, feita em 2004 no mercado Europeu, mostrou que esta tecnologia suporta com qualidade os Serviços de voz e Internet, sendo preferida pelos usuários em relação às tecnologias concorrentes.
Ilustrando o grande interesse da Comunidade Européia em relação ao desenvolvimento da tecnologia PLC cabe citar o projeto OPERA (Open PLC European Research Alliance). O Projeto OPERA é um projeto de pesquisa e desenvolvimento lançado em Janeiro de 2004, com duração esperada de 48 meses.
Foi dividido em 2 fases, sendo a primeira de 24 meses, financiada diretamente pela Comunidade Européia. O projeto OPERA conta com um Consórcio de 37 empresas de países interessados na promoção e padronização da tecnologia, cobrindo a Europa, Israel e Brasil.
O Brasil participa do Projeto OPERA através da APTEL (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações).
Mercado Brasileiro
No Brasil, a iniciativa da tecnologia PLC foi introduzida pelo Projeto Ilha Digital de Barreirinhas em dezembro de 2004, com o objetivo de levar a Internet à população do município de Barreirinha no Maranhão como demonstração e operação prática do uso da tecnologia PLC.
Este projeto permitiu o acesso à Internet em escolas, prefeitura, postos de saúde e centro de artesanato, contando com a parceria de diversas empresas que contribuíram com seus conhecimentos produtos e soluções.
Dentre as empresas envolvidas neste teste pode-se citar as concessionárias ELETROPAULO, CELG, CEMAR e a fabricante de equipamentos EBA. Uma das vantagens de implantação da tecnologia PLC no projeto Barreirinha, via rede elétrica, foi o curto período de execução do projeto, comprovando a facilidade de instalação desta tecnologia.
Devido a esta iniciativa de implantação, o Brasil é o único país convidado e já participante do projeto europeu OPERA através da Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações - APTEL, que congrega as concessionárias de Energia Elétrica.
Programa Nacional de Banda Larga - Brasil Conectado
O PNBL foi criado pelo Governo Federal com o objetivo de ampliar o acesso à internet em banda larga no país.
O Brasil se torna um grande mercado para o PLC com a implantação do Programa Brasil Conectado, que teve início com a publicação do Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010, que lançou as bases para as ações a serem construídas e implantadas coletivamente. As diversas medidas do Programa agrupam-se em objetivos distintos. Para isso, as ações do Programa estão organizadas em quatro grandes dimensões:
Figura 5: Implementação PNBL Fonte: www.planalto.gov.br
Objetivos do PNBL
Criar oportunidades, acelerar o desenvolvimento econômico e social, promover a inclusão digital, reduzir as desigualdades social e regional, promover a geração de emprego e renda, ampliar os serviços de governo eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos serviços do Estado, promover a capacitação da população para o uso das tecnologias de informação e aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras.
O início do caminho para se alcançarem esses objetivos é a expansão da cobertura do serviço, a elevação da velocidade disponível e a redução do seu preço.
Figura 6: Objetivo PNBL Fonte: www.planalto.gov.br
PNBL e o PLC
Vendo o incisos 2 e 4 do (Decreto nº 7.175 de maio de 2010) art. 4o PNBL visa:
“Prestar apoio e suporte a políticas públicas de conexão à Internet em banda larga para universidades, centros de pesquisa, escolas, hospitais, postos de atendimento, telecentros comunitários e outros pontos de interesse público; E prestar serviço de conexão à Internet em banda larga para usuários finais, apenas e tão somente em localidades onde inexista oferta adequada daqueles serviços.”
Com isso a viabilidade do PLC o coloca um passo a frente de outras tecnologias, pois mesmo havendo um custo inicial com a implantação dos equipamentos distribuidores de sinal de dados (PON – Passive Optical Network) nas subestações. O custo do PLC é menor porque será utilizada infraestrutura existente na rede acesso.
Em parcerias com as empresas de distribuição de energia o governo poderia utilizar além das infraestrutura óptica as fibras-ópticas passadas via OPGW que interligam a matriz energética brasileira desde a geração até as subestações de distribuição. Além de uma política de ampliação das redes-ópticas brasileiras.
De acordo com pesquisa do governo federal a capilaridade óptica do Brasil hoje (figura 7) e previsão para 2014 (figura 43):
Figura 7: Abrangência óptica em 2010 Fonte: www.planalto.gov.br
Figura 8: Abrangência óptica em 2010 Fonte: www.planalto.gov.br
Avaliação das Implementações PLC
A situação atual das implantações de PLC em todo mundo, permite chegar às seguintes conclusões:
Prestadoras de serviços de utilidades em todo mundo estão partindo para iniciativas comerciais.
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