Seção: Tutoriais Banda Larga

 

RFID: Princípios Gerais da Tecnologia e Aplicações

 

Para compreender a capacidade dos sistemas de RFID é necessário considerar suas partes constituintes. É também necessário compreender as especificações de fluxo de dados do sistema, que influenciarão na escolha adequada do sistema para determinadas aplicações.

 

Como apresentado anteriormente, os sistemas RFID são compostos basicamente pelos seguintes elementos: uma antena ou bobina; um transceptor (leitor ou programador) e; um transponder (RF tag, ou simplesmente tag).

 

 

 

Antena ou Bobina - A comunicação entre os tags e o transceptor é feita por uma comunicação sem fio. A antena emite um sinal para ativar o tag e lê ou escreve um dado no tag. Apesar de o termo antena ser utilizado genericamente, seria mais correto utilizar a expressão sistema de propagação, pois os sistemas RFID utilizam dois métodos de acoplamento: proximidade eletromagnética ou indutiva e propagação por ondas eletromagnéticas. A figura 2 exemplifica o tipo de acoplamento indutivo de um tag e uma “antena” de um sistema RFID passivo. O princípio é similar ao de um transformador, onde a “antena” transfere energia e os dados são trocados pelos dois elementos.

 

Em sistemas RFID as antenas são disponibilizadas em diversos tamanhos e formatos. Elas podem, por exemplo, estar acopladas numa porta para receber informações de um tag de uma determinada mercadoria, que uma pessoa esteja transportando. As antenas podem estar acopladas em leitora transportáveis (hand-held).

 

 

Transponder ou Tag – O termo transponder deriva da expressão TRANSmitter/resPONDER, revela a função do componente. O tag responde para o transmissor com um dado ou informação que o tag carrega. Os tags são categorizados por serem ativos ou passivos. RFID tags ativos são energizados por uma bateria interna e são tipicamente de leitura/escrita. O tamanho de uma memória de um tag ativo pode variar com o tipo de aplicação; alguns casos operam com ata 1 MB de memória. Os tags passivos contêm normalmente memórias do tipo ROM (Read Only Memory), usualmente de 32 a 128 bits, que não podem ser modificada. O custo dos modelos passivos é bem inferior, e tem uma vida útil bem mais elevada, se comparado aos modelos ativos.

 

Há uma diversidade de tamanho e formas de tags de RFID. Existem tags para animais, fixados nas orelhas, ou debaixo da pele, podendo ter até 10 mm de comprimento. Tags podem ser parafusados, para identificar itens de madeira ou metais, ou então colocados em cartões de crédito para uso em aplicações de acesso de usuários em ambiente.

 

Transceptor ou Leitor – O transceptor é o componente de comunicação entre o sistema RFID e os sistemas externos de processamento de informações. Os transceptores variam muito na sua complexidade, dependendo do tipo de tag e das funções a serem aplicadas. Os mais sofisticados apresentam funções de check de paridade de erro e correção de dados. Uma vez que os sinais do receptor sejam corretamente recebidos e decodificados, algoritmos podem ser aplicados para decidir se o sinal é uma repetição de transmissão de uma tag.

 

Em termos de aplicação, os sistemas RFID podem ser agrupados em 4 categorias:

  • Sistemas EAS (Electronic Article Surveillance)
  • Sistemas Portáteis de Captura de Dados
  • Sistemas em Rede
  • Sistemas de Posicionamento

Os sistemas EAS são tipicamente sistemas de um bit, usados para identificação de presença ou falta de um item. O largo uso dessa tecnologia está nos bloqueios das lojas onde cada item é “tagado” e grandes antenas de leitura são colocadas em cada saída das lojas para detectar a saída desautorizada de um item.

 

Os sistemas portáteis são caracterizados pelo uso de terminais portáteis de coleta de dados, onde um sistema RFID está integrado do leitor com a antena. São utilizados em aplicações onde um alto grau de itens “tagados” pode ser exibido. Os terminais do tipo hand-held capturam os dados dos itens e então são transmitidos a um sistema de processamento central.

 

Sistemas em rede são aplicações caracterizadas pelo posicionamento fixo dos transceptores (leitores) e conectados por uma rede a um sistema de gerenciamento central. Os transceptores são fixados numa posição e os itens com os tags movem-se por esteiras, ou com pessoas, dependendo da aplicação.

 

Os sistemas de posicionamento usam tags para facilitar a locação automática e suporte de navegação para dirigir veículos. Os transceptores são localizados a bordo dos veículos e conectados por um sistema de transmissão a um sistema de gerenciamento central.

 

O potencial de aplicação de sistemas RFID é enorme, tanto no setor da indústria, comercio e serviço onde hajam dados a serem coletados. As principais áreas de aplicação dos sistemas RFID que atualmente podem ser identificadas são:

  • Transporte e logística
  • Fabricação e processamento
  • Segurança

Uma outra faixa enorme de aplicações está sendo desenvolvida como uso de sistemas de RFID, a saber:

  • Marcação de animal
  • Acompanhamento postal
  • Bagagem de aviões
  • Controle de acesso a veículos
  • Gerenciamento de catracas de estradas
  • Coleta de dados de medições de consumo de energia

O desenvolvimento de novos produtos de RFID, a regulamentação e a redução de custos têm provocado o crescimento de novas aplicações em áreas até então ainda não exploradas.