Seção: Tutoriais Transmissão
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Os eventos e fenômenos mais relevantes que ocorrem na rede SDH são descritos a seguir.
Free run
Acontece quando o equipamento SDH perde todos os sinais externos de referência de relógio. A referência de escrita passa a ser o relógio interno (SEC), porém este ainda não teve nenhuma referência válida, ou não pode recuperar essa informação e funciona a partir de seu próprio oscilador. Devido a sua menor precisão e as eventuais diferenças de fase e freqüência, ocorrem eventos de ajuste de ponteiro com maior regularidade nos quadros SDH gerados no equipamento.
Holdover
Acontece quando o equipamento SDH perde todos os sinais externos de referência de relógio. A referência de escrita passa a ser o relógio interno (SEC), sincronizado a partir da última referência válida. Devido a sua menor precisão, podem ocorrer eventos de ajuste de ponteiro nos quadros SDH gerados no equipamento.
PJE – Pointer Justification Event
Ocorre quando os elementos da rede SDH não estão todos referenciados pela mesma base de tempo. Para acomodar tais diferenças, que não devem exceder ±4,6 ppm (partes por milhão), existem bytes na estrutura do quadro SDH, os quais normalmente não têm informação de carga útil, que podem ser utilizados para acomodar os bytes em excesso da carga útil decorrentes da diferenças dos relógios.
As recomendações do ITU–T que tratam do assunto sincronismo, não fazem referência direta a quantidade de ocorrências admissíveis de PJE. Na prática vê–se que um número razoável e que demonstra boa qualidade do relógio da rede SDH é de 1 a 50 ajustes por dia, não sendo estes aglomerados em um único período do dia.
Slip
Acontece quando o buffer de armazenamento dos sinais digitais recebidos pelo equipamento SDH fica sobrecarregado, devido à diferença de freqüência dos relógios de escrita e de leitura, o que pode causar a repetição ou perdas de bits do sinal digital. De acordo com a recomendação G.803, num circuito ponto–a–ponto que atravessa várias áreas de sincronização, não deve haver mais que 1 evento de slip em 70 dias.
Jitter
Este fenômeno é definido como uma variação de fase do sinal digital com freqüência > 10 Hz. O jitter é decorrente principalmente do processo de multiplexação – demultiplexação de um sinal digital ao longo de uma rede SDH. A recomendação ITU–T G.825 – The control of jitter and wander within digital networks which are based on the synchronous digital hierarchy (SDH)
Loop de Sincronismo
Acontece quando a lógica de transferência do sinal de sincronismo entre os elementos de um anel SDH é equivocada. Adota–se o esquema de transferência do sinal de sincronismo unidirecional, ou seja, a partir do elemento com fonte externa de relógio, o sinal de sincronismo é transferido um a um para todos os elementos até retornar novamente ao elemento inicial (Loop).
Em caso de falha de um dos arcos do anel, alguns elementos de rede entram em holdover adotando uma base de tempo diferente dos demais, podendo ocasionar eventos de ajuste de ponteiro, slip ou até taxa de erro nos sinais digitais.
Wander
Este fenômeno é definido como uma variação de fase do sinal digital com freqüência < 10 Hz. O wander é decorrente principalmente dos eventos de ajuste de ponteiros no quadro SDH, da característica dos filtros passa baixa (PLL – Phase Lock Loop x FLL – Frequency Lock Loop) e das variações de temperatura, que influenciam os geradores de relógio, os GPS e a propagação do sinal ao longo do meio de transmissão.
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