Seção: Tutoriais Transmissão
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A tecnologia da rede SDH foi desenvolvida para trabalhar no modo de sincronização Pseudo–síncrono. Esta característica permite que a arquitetura da Rede de Sincronismo possa ser desenvolvida definindo–se uma ou mais Áreas de Sincronismo, conforme o porte da rede SDH e o número de referências primárias (PRC) a serem utilizadas.
Em cada Área de Sincronismo, os equipamentos da rede terão seus relógios de escrita referenciados por uma mesma base de tempo para evitar perturbações ou até a perda do sinal digital.
Para interligar os diversos relógios de uma área utiliza–se o Método de Sincronização Mestre–Escravo, que considera o nível hierárquico dos relógios conforme sua precisão e estabilidade. O relógio de um determinado nível hierárquico sempre será sincronizado por um relógio de um nível superior, é o relógio de maior nível hierárquico, é o PRC.
A arquitetura da rede deve ser desenhada de tal forma que o sinal de relógio de cada elemento de rede possa ser rastreado até um PRC. A distribuição do sinal de sincronismo ocorre de 2 formas:
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Entre sites, onde a topologia de distribuição do sinal em árvore é utilizada, e os relógios são interligados de forma hierárquica, conforme mostra a figura ao lado. O projeto desta topologia deve garantir que mesmo em caso de falha a referência de cada relógio seja sempre de melhor precisão que a sua própria referência.
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Dentro dos sites, onde a topologia de distribuição do sinal em estrela é utilizada. Para sites de maior porte, o sinal de relógio recebido é direcionado a um SSU (distribuidor) e a partir deste o sinal é interligados a todos os elementos de rede. Para sites de menor porte o sinal é interligado a um elemento de rede principal e a partir deste o sinal é distribuído aos demais elementos de rede. Em ambos os casos apenas o relógio de maior nível hierárquico do site (melhor precisão) deve receber o sinal de sincronismo externo de outro site.
Cada saída do PRC define uma cadeia de referência de sincronismo, conforme mostra a figura abaixo. A recomendação ITU–T G.803 define como valores máximos K=10 (seqüência de SSU’s) e N=20 (número de saltos ou SEC’s), sendo 60 o número máximo de SEC’s na cadeia.
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Na prática, o número de elementos de rede (SEC’s) em seqüência deve ser minimizado para aumentar a confiabilidade da rede. Além disso, em trechos da rede SDH com configuração em anel o valor limite para a repetição do sinal de sincronismo sem regeneração não deve ser maior que 10. Isto significa que em caso de falha de um dos arcos do anel, no pior caso o sinal de sincronismo terá 20 saltos.
Como critério, visando manter o número de saltos (tamanho da cadeia) dentro do limite especificado mesmo no pior caso, é conveniente considerar o número máximo N=5 numa rede SDH em operação normal que, em condição de falha, chegará no máximo a 10 saltos no pior caso.
A rede de sincronismo deve ser protegida para evitar que uma falha simples possa isolar uma ou parte de uma área de sincronismo. O projeto da arquitetura da rede deve considerar que todos os relógios devem dispor de uma fonte alternativa de referência de relógio. Em cada nível hierárquico os relógios devem ser configurados para selecionar a melhor fonte existente.
Nos elementos da rede SDH, os SEC’s podem ser configurados para utilizar o protocolo SSM. Através desse protocolo, a distribuição de referência de sincronismo aos elementos de rede ocorre de forma automática, mesmo em caso de falha de um dos arcos das configurações de rede em anel.
Esta parte do projeto deve ser executada com critério e atenção, realizando inclusive simulações para evitar que qualquer falha provoque loops de sincronismo na rede. Como critério, deve–se configurar os SEC’s para selecionar inicialmente a referência de sincronismo pela qualidade das fontes designadas (usando as informações do SSM) e, no caso de falha dessa condição, pelo grau de prioridade as referências.
Deve-se observar também que após a ativação da rede e entrada em operação, os processos de inserção ou retirada de equipamentos da rede e de manutenção devem ser cuidadosamente preparados e acompanhados para evitar que novos erros sejam adicionados à rede de sincronismo. Problemas como loop de sincronismo ou outros tipos de eventos devem ser pesquisados e simulados antes da execução propriamente ditas das atividades em campo.
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