Seção: Tutoriais Transmissão

 

Sincronismo: Considerações Finais

 

O processo de Engenharia do Sincronismo da Rede SDH é estratégico para o sucesso da operação da rede. Ele deve começar junto com o projeto da rede, para que todos os cuidados relativos ao sincronismo sejam tomados desde o início.

 

Especial atenção deve ser dada ao projeto, implantação e manutenção da rede e, para tanto, é importante alocar um coordenador que seja responsável por este processo como um todo.

 

O processo de Engenharia do Sincronismo deve ser registrado no Plano de Sincronismo de Rede. Este plano deve conter pelo menos os seguintes tópicos:

  • Definição das Áreas de Sincronismo, contendo diagramas (e mapas, caso seja possível) que mostram as diversas áreas de sincronismo da rede e suas principais fontes de sinal de referência de relógio. Estes diagramas devem ter abordagem sistêmica, com o detalhamento necessário apenas para caracterizar claramente as áreas de sincronismo na rede SDH.
  • Detalhamento das Áreas de Sincronismo, contendo, para cada área, os diagramas (e mapas, caso seja possível) que mostram a rede sincronismo aplicada sobre a rede de transporte, tanto no caso de operação normal, como no caso de falha. A rede de sincronismo deve ser registrada com o detalhamento tanto das conexões entre sites como das conexões internas em cada site. Para cada site devem ser elaboradas tabelas do tipo “De –> Para”, mostrando os pontos de conexão dos sinais de sincronismo entre os diversos elementos da Rede SDH e entre estes e o distribuidor de relógio (SSU ou SSU+PRC), caso exista um no site.
  • Configuração dos Elementos de Rede, contendo os parâmetros dos blocos funcionais de sincronismo a serem configurados nos elementos de rede, detalhando tanto o caso de operação normal como o caso de falha, e o uso ou não de funcionalidades do Protocolo SSM. Esta configuração geralmente é feita de forma remota, no Sistema de Gerência da rede de SDH.
  • Registro de Teste da Rede de Sincronismo, contendo os resultados de testes do sinal de sincronismo em diversos pontos da rede de transporte avaliando a sua qualidade em relação a uma fonte de referência com qualidade melhor ou equivalente ao(s) PRC(‘s) implantado(s) na rede. Este registro é importante para verificar o resultado da implantação da rede em relação ao projetado, e para comparações futuras decorrentes de falhas que provoquem degradação do sinal de sincronismo na rede SDH. Como prática preventiva, pode ser elaborado ainda um procedimento de avaliação periódica do sinal de sincronismo em pontos pré–definidos da rede para acompanhar sua qualidade e eventual degradação ao longo do tempo.
  • Registro de Atividades de Alteração ou Manutenção da Rede de Sincronismo, contendo um histórico de todas as alterações efetuadas na rede (inserção ou retiradas de elementos de rede, aumento de capacidade, e etc.) e manutenções preventivas e de emergência realizadas. Este histórico possibilita a pesquisa para rastrear eventuais falhas decorrentes das atividades realizadas, além de manter o Plano de Sincronismo atualizado, já que estas atividades implicam na atualização do plano como um todo.

Durante a fase de implantação da rede de Sincronismo, e mesmo durante as alterações e manutenções, devem ser identificadas claramente as conexões dos sinais de sincronismo nos diversos sites. Para facilitar a identificação desses sinais devem ser adotados os seguintes procedimentos:

  • Definir uma cor única para identificar o sinal de sincronismo. Geralmente usa–se a cor Vermelha, entretanto qualquer cor pode ser usada desde que um padrão único seja adotado.
  • Identificar os equipamentos de Sincronismo (PRC’s e SSU’s) no site com as etiquetas da cor padronizada.
  • Reservar Distribuidores Intermediários Digitais (DID’s) ou outros tipos de painéis de interconexão para a distribuição dos sinais de sincronismo, sempre identificado–os com as etiquetas da cor padronizada.
  • Adotar cabos da cor padrão para as conexões de sinais de sincronismo, identificado–os com as etiquetas da cor padronizada.
  • Identificar os cabos ou cordões ópticos que conduzem o sinal de sincronismo através de circuitos STM–N com as etiquetas da cor padronizada.

Referências ITU-T

 

G.707 Network node interface for the synchronous digital hierarchy (SDH)
G.781 Synchronization functions
G.783 Characteristics of synchronous digital hierarchy (SDH) equipment functional blocks
G.803 Architecture of transport networks based on the synchronous digital hierarchy (SDH)
G.810 Definitions and terminology for synchronization networks
G.811 Timing characteristics of primary reference clocks
G.812 Timing requirements of slave clocks suitable for use as node clocks in synchronization networks
G.813 Timing characteristics of SDH equipment slave clocks (SEC)
G.822 Controlled slip rate objectives on an international digital connection
G.825 The control of jitter and wander within digital networks which are based on the synchronous digital hierarchy (SDH)