Seção: Tutoriais Infraestrutura

 

Sistema de Controle II: Introdução

 

O mundo online já é uma realidade. A cada dia, novas aplicações e equipamentos são lançados no mercado a característica de serem controlados ou monitorados via rede Internet. Podemos enumerar diversos eletrodomésticos tais como, geladeiras, máquinas de lavar e até cafeteiras que já possuem suas versões com acesso Internet integrado. Além desses equipamentos, podemos também facilmente encontrar em residências outros equipamentos altamente dependentes de acesso como câmeras de monitoramento IP, alarmes, telefones VoIP, e principalmente os roteadores de saída para rede Internet.

 

Por outro lado, as empresas de telecomunicações estão aumentando suas redes em capacidade e capilaridade de modo a ofertar serviços com maior capacidade para o maior número possível de assinantes. Essas expansões geram um aumento do número de pequenas centrais remotas conhecidas como PoP "Point of presence [1]", onde são abrigados equipamentos que controlam e distribuem acessos para uma determinada área ou até mesmo servindo de trânsito a outros PoP’s.

 

Alguns desses PoP’s chegam a abrigar dezenas de equipamentos tais como roteadores, switches, modems óticos, rádios e outros equipamentos de telecomunicações. Apesar do padrão desses equipamentos de telecomunicações obedecerem normas mais restritas que os equipamentos domésticos, frequentemente alguns desses equipamentos podem sofrer um "travamento”, perdendo todo o seu controle via rede. Nesses casos, o problema pode gerar uma paralisação do PoP que afetará todos os assinantes daquela região.

 

Grande parte desses travamentos poderiam ser rapidamente resolvidos com uma simples reinicialização do equipamento (comumente conhecida como reboot), efetuada por um técnico no local onde o equipamento se encontra. Em casos onde PoP pode servir como trânsito para outros PoP’s, qualquer paralisação pode produzir um efeito em cascata para milhares de assinantes.

 

Essa dependência crescente da rede Internet para uso doméstico ou residencial gera uma cobrança também crescente da qualidade e principalmente de disponibilidade de acesso sobre as operadoras que oferecem o serviço. Assim, qualquer falha de um PoP, pode produzir uma verdadeira avalanche de reclamações nos call-centers das operadoras e até sanções de suas agências reguladoras. Portando, a agilidade na recuperação dos acessos se torna um indicador importante na qualidade dos serviços prestados aos assinantes além de produzir uma diminuição da quantidade de reclamações a serem atendidas pelas operadoras.

 

Objetivo

 

A motivação para esse trabalho foi o desenvolvimento e implementação de um equipamento com capacidade de controle da alimentação elétrica de equipamentos de uma operadora de Internet banda larga e telefonia VoIP em seus PoP’s. Um dos principais problemas encontrado nessa operadora era a demora na recuperação de seus PoP’s e até mesmo acessos de clientes, devido ao tamanho de sua rede.

 

Podemos ver a topologia de acesso típico dessa operadora na figura 1. Atualmente o deslocamento urbano em certos lugares da cidade, torna um deslocamento de poucos quilômetros em uma viagem de muitas horas. Além deste deslocamento, alguns PoP’s se encontram em telhados de prédios comerciais e residenciais de difícil acesso e até restrições em certos horários. Desta forma, em caso de falha, o serviço poderá ficar parcialmente ou totalmente inoperante durante muitas horas até que a equipe consiga chegar e ter acesso ao local.

 

Em certos casos o tempo de recuperação pode chegar há mais de 6 horas, consequentemente causando uma grande quantidade de reclamações e até cancelamentos. Como dito anteriormente, no caso de PoP’s onde existe retransmissão para outros PoP’s o problema pode afetar milhares de assinantes. Grande parte desses eventos ocorriam simplesmente devido a paralisação de um equipamento onde uma simples reinicialização solucionava, temporariamente, o problema até a solução definitiva do problema ou troca do equipamento a ser efetuada.

 

A utilização de tomadas controladas via IP como por exemplo a "IP Power Controller 9258T Aruca Electronics, [2]" tem como acesso o link da própria rede da operadora, que em muitas vezes, não solucionaria o problema, pois a paralisação pode afetar os equipamentos de borda da rede no PoP, isolando assim, o próprio dispositivo de recuperação, impedindo qualquer reinicialização remota. Assim, pensou-se em um equipamento que possuísse um acesso independente da rede da operadora que efetuasse uma reinicialização remota até a chegada do técnico ao local.

 

Sabendo que nesses PoP’s a única rede de internet disponível era a da própria operadora, pensou-se em um equipamento que utilizasse a rede de telefonia celular, para controlar a alimentação elétrica dos equipamentos de telecomunicações. Assim, devido a essa necessidade, foi idealizado o sistema que será descrito a seguir nesse trabalho.

 

Figura 1: Topologia típica da operadora

 

Tutoriais

 

O tutorial parte I apresentou o desenvolvimento dos sistema, iniciando pela parte de Controle, composta pelo DTMF, pelo microcontrolador e pelo Software de Controle. A seguir apresentou a parte de Potência, composta pelo driver de potência e pela régua de tomadas, e pelo circuito final.

 

Este tutorial parte II apresenta a implementação do sistema, iniciando pelo preparo da placa de circuito impresso. A seguir apresenta a montagem final e a aplicação prática, detalhando também o custo do projeto e algumas questões de sustentabilidade. Finaliza apresentando as conclusões do projeto.