O SNMP é baseado
no modelo manager - agent apresentado,
que é composto por um softwaremanager e
sua base de dados de gerenciamento de informações de
rede instalado no sistema de gerência, por softwares agents e
suas informações locais (objetos gerenciáveis)
instalados nos diversos dispositivos de rede e pelo protocolo de
gerenciamento propriamente dito. A figura a seguir ilustra esse modelo.
Figura 2: Modelo manager – agent
O manager e
o agent utilizam a estrutura de
objetos denominada Management Information
Base (MIB) e os comandos do protocolo SNMP para a troca de informações.
As informações mais importantes foram padronizadas,
no seu formato e conteúdo, para serem usadas e armazenadas
nos diversos dispositivos de rede disponíveis no mercado.
Além disso, a estrutura do modelo de gerência inclui
uma forma bem definida para atribuir nomes aos diversos objeto armazenados.
Estrutura da MIB
A MIB possui
uma estrutura em árvore padronizada que contém os objetos
gerenciáveis de um determinado dispositivo de rede.
Essa estrutura não tem limites e, de acordo com a necessidade,
pode ser atualizada e expandida.
Um objeto gerenciável é uma
visão abstrata de um recurso de um dispositivo da rede. Ele
corresponde a uma estrutura de dados e operações obtida
a partir do modelamento dos recursos desse dispositivo de rede. Cada
objeto possui as seguintes características:
- Um rótulo (label), em formato texto,
e uma identificação única denominada Object
IDentification (OID), que é composta por uma seqüência
de números que identifica a posição do objeto
na árvore da MIB (por exemplo: 1.3.6.1.4.1.2682.1).
- Atributos: tipo de dado, descrição
e informações de status, configuraç.ão
e estatíticas, entre outras.
- Operações que podem ser aplicadas
ao objeto: leitura (read), escrita (write) e comando (set).
A figura a seguir apresenta a estrutura da MIB-I,
definida na primeira versão do SNMP.
Figura 3: Estrutura da MIB-I
No primeiro nível da árvore encontram-se
os nós que definem 3 subárvores, destinadas aos órgãos
responsáveis pela padronização das MIB's. No
segundo e terceiro níveis encontram-se os nós que definem
os órgãos responsáveis pela administração
de uma determinada subárvore, que no caso apresentado é o
DoD. A Internet está sob o nó DoD, e possui quatro
subárvores:
- directory (1):
contém informações sobre o serviço
de diretórios OSI (X.500).
- mgmt (2):
contém informações de gerenciamento de rede
.
- experimental (3):
contém os objetos que ainda estão sendo pesquisados
pelo IAB.
- private (4):
contém objetos definidos por outras organizações.
Essa versão inicial tinha como objetivo
atender aos requisitos de gerenciamento do protocolo TCP/IP na Internet,
e concentrou sua estrutura na identificação das seguintes
informações:
- Descrição do sistema.
- Número de interfaces de rede do sistema
(interfaces Ethernet, portas seriais, etc.).
- Endereço IP de cada interface.
- Estatística de mensagens (datagramas)
enviados e recebidos.
- Estatística de conexões TCP ativas.
O IAB definiu inicialmente
várias MIB's para alguns tipos de dispositivos de rede, tais
como bridges e roteadores, afim de encorajar os fabricantes para
desenvolverem as extensões necessárias para cada tecnologia.
Sua filosofia de concepção simplificada das MIB's usava
os seguintes critérios:
- Definir inicialmente um pequeno conjunto essencial
de objetos, aos quais podem ser adicionados outros objetos, de
acordo com a necessidade.
- Definir objetos que sejam necessários
tanto para o gerenciamento de falhas como para o gerenciamento
de configuração.
- Considerar o uso e utilidade do objeto definido.
- Limitar o número total de objetos.
- Excluir objetos derivados de outros objetos.
- Evitar que seções críticas
tenham muitos objetos.
Após esses primeiros passos, uma nova versão
denominada MIB-II foi definida, e adicionou a estrutura original
várias informações importantes para o gerenciamento
de redes propriamente dito.
A figura a seguir apresenta a estrutura da MIB-II.
Figura 4: Estrutura da MIB-II
Essa nova versão apresenta na subárvore
MIB-II os seguintes grupos:
Tabela 1: Grupos da subárvore
da MIB-II
Grupos |
Informações |
system (1) |
Sistema de operação dos dispositivos
da rede |
interfaces (2) |
Interface da rede com o meio físico |
address translation (3) |
Mapeamento de endereços IP em endereços
físicos |
ip (4) |
Protocolo IP |
icmp (5 ) |
Protocolo ICMP |
tcp (6) |
Protocolo TCP |
udp (7) |
Protocolo UDP |
egp (8) |
Protocolo EGP |
cmot (9) |
Protocolo CMOT |
transmission (10) |
Meios de transmissão |
snmp (11) |
Protocolo SNMP |
Como facilidade adicional da MIB,
na subárvore entreprises (1) dedicada às
empresas privadas, definida sob o nó private
(4), podem ser solicitadas subárvores aos órgão
de padronização destinadas ao uso específico
de um fabricante. O uso de objetos dessa subárvore e de objetos
da subárvore SNMP permite a im dispositivo de rede se identificar
de forma precisa.
Como pode ser observado, a MIB define
a estrutura que organiza os objetos gerenciáveis nos dispositivos
de rede, mas o protocolo se utiliza do OID para
identificar o tipo de informação a ser solicitada ou
armazenada no dispositivo de rede, ou a operação a
ser executada..
Notação ASN.1
A notação ASN.1
(Abstract Syntax Notation One) foi a linguagem desenvolvida
pelo ITU-T e escolhida pela ISO para a definição
dos objetos gerenciáveis da MIB.
Ela utiliza conceitos de orientação a objeto para
definir um recurso, seus atributos e as operações
que podem ser executadas por este recurso, quando aplicável.
Essa notação define:
- Datatypes:
tipos de dados básico que definem o formato das informações,
tais como Integer, Byte String, Object Identifier, Null, Enumerated,
Boolean, entre outros. São atribuídos a informações
básicas, tais como contadores (integer), texto descritivos
(bytes string) e etc.
- Complex Constructed:
tipos de dados mais complexos que formam estruturas definidas a
partir dos tipos de dados básicos. São atribuídos
a conjuntos mais complexos de informações, tais como
objetos gerenciáveis ou mensagens.
- Macro Templates:
modelos completos para a definição dos objetos gerenciáveis.
Incluem todos os tipos de dados ou estruturas necessárias
para o objeto, as faixas de valores aceitáveis para cada
dado e os tipos de operações que podem ser executadas
pelo objeto.
A notação ASN.1 possui ainda um
conjunto de regras denominado BER (Basic
Encoding Rules) que define a forma através da qual
um programa escrito nessa linguagem é compilado para ser traduzido
para a linguagem de máquina do dispositivo de rede. Este programa
compilado é então carregado e a MIB passa a ser interpretada
corretamente pelo dispositivo.
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