Seção: Tutoriais Rádio e TV
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Modelo de Propagação Aplicado
Para a análise da propagação do sinal, foi utilizado o método de Modelo de Percurso Dominante (MPD) para a realização de planejamento de sistemas de radiodifusão. Esse modelo aplica-se ao percurso do cenário, entre o transmissor e o receptor, que possui a maior concentração de energia. O algoritmo do MPD baseia-se em uma abordagem universal que permite cálculos em ambientes rurais, urbanos e indoor. Quando ele se aplica a ambientes urbanos é nomeado de Urban Dominant Path Model [29].
Na Figura 5, temos o comparativo de três diferentes métodos de propagação. No modelo empírico, considera-se apenas o caminho direto entre um transmissor e um receptor (bloco à esquerda da figura). No modelo Ray Tracing (bloco do meio) são determinados vários caminhos, a partir de reflexões, difrações, etc. E o modelo de MPD (bloco à direita) determina apenas o caminho mais relevante, o que leva menor tempo de computação [29].
Figura 5: Modelo empírico, ray tracing e MPD Fonte: 29
As vantagens do modelo de percurso dominante são resumidas em:
A Equação (1) [29] é utilizada para a predição de intensidade de campo recebida ao longo do caminho de propagação.
onde:
A distância dependente (d) é descrita pelo parâmetro Ldist, dependendo da situação de estar com ou sem linha de visada e da distância do transmissor ao receptor. Se a distância for maior que a distância do ponto de interrupção (dpi), então dois expoentes de perda de caminho, antes e depois do ponto de interrupção, são aplicados. Essa distância pode ser determinada usando a Equação (2) [29].
onde:
A dependência de Ldist com a distância é dada por [29]:
Os parâmetros p1 e p2 descrevem os diferentes expoentes de perda de caminho para a área antes e depois do ponto de interrupção. Além disso, as situações de visada direta (on line of sight - LOS) são tratadas de forma diferente das situações de sem visada direta (non line of sight - NLOS). Isso significa que há quatro expoentes de perda de caminho considerados para a dependência à distância: LOS antes do ponto de interrupção; LOS após ponto de interrupção; NLOS antes do ponto de interrupção e NLOS após ponto de interrupção.
O parâmetro Ldiff representa uma perda individual devido à difração no caminho de propagação. A soma de todas as perdas de difração individuais é calculada quando há mais de uma difração. Para o MPD, foi desenvolvido um novo modelo de difração que permite o ajuste simples do comportamento. A perda de difração depende apenas do ângulo φ entre o raio incidente e o raio difratado em uma parte da difração.
De acordo com a Equação (3), sempre há um deslocamento Lmin considerado, bem como um termo para a perda dependente do ângulo. Se o ângulo for maior igual ao φmax, uma perda constante é aplicada. Lmax é o valor máximo para a perda e pode ser definido pelo usuário [29].
Probabilidade de Interrupção do Sinal
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) definem os parâmetros técnicos para a TV Digital, como a intensidade de campo, a potência de recepção e a relação sinal ruído (SNR). Para isso, a Equação (5) abaixo representa a função densidade de probabilidade (FDP) de Rayleigh, para qual é utilizada para caracterizar os canais afetados por multipercurso [31] [32].
A função da distribuição cumulativa (FDC) define-se como a probabilidade de que uma variável aleatória venha a assumir um valor inferior ao de x (considerando-o como o mínimo valor aceitável para a intensidade de campo). A Equação (6) é expressa a seguir com a FDC integral da FDP.
Um fator decisivo no planejamento de sistemas sem fio (wireless) é a probabilidade de interrupção do sinal, definida como a probabilidade de que um certo nível de intensidade de campo não seja atingido, o que também pode ser entendido pela definição da FDC. A partir da Equação (7), podemos calcular a porcentagem da probabilidade de interrupção.
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