Seção: Tutoriais VoIP

 

VOIP: Voz Tradicional x Voz sobre Banda Larga

 

Uma ameaça que as empresas de telefonia fixa vêm enfrentando cada vez mais em todo o mundo é a substituição da telefonia tradicional de circuitos pela comunicação de voz em cima da Banda Larga baseada em IP (VoIP). Isto está ocorrendo tanto no mercado corporativo quanto no mercado residencial. Empresas que não possuem infra-estrutura própria (“non-facilities based”) têm oferecido serviços de voz a preços agressivos apoiados na banda larga. Alguns exemplos são Vonage e Net-2-Phone nos EUA e Yahoo BB e Fusion no Japão.

 

Para o mercado americano, alguns analistas avaliam a queda na receita da telefonia fixa em US$ 13 bilhões de dólares no período de 1999 a 2007, uma redução de 5% ao ano (Fonte: J.P.Morgan). Segundo a mesma fonte, a receita que poderia substituir esta perda, originária de serviços de comunicação de dados, não é suficiente para cobrir este “gap”.

 

Nessa verdadeira batalha, os consumidores são os ganhadores, na medida em que, além da maior diversidade de ofertas, os preços das ligações de LDNe LDI têm caído significativamente e as ligações “on-net” costumam ser grátis. Para as operadoras tradicionais, o desafio é enorme pois as novas entrantes apresentam menores custos de investimento (já que, independentemente da tecnologia, o custo por porta está caindo), menores custos de operação e não são oneradas por custos de universalização e outros custos que são característicos de plantas antigas.

 

A resposta das operadoras tradicionais tem sido a oferta de ADSL, mas esta representa uma canibalização da base de clientes, geralmente no segmento mais rentável que é aquele que pode pagar pelo produto mais caro.

 

Por outro lado, as novas operadoras também encontram dificuldade com seus investimentos: o ponto de equilíbrio somente é atingido com a venda de um grande número de portas. E se a empresa propuser a venda de “somente” velocidade pode não conseguir justificar seu investimento.

 

Ocorre que, além de viabilizar a VoIP, a oferta de Banda Larga permite ainda que sejam oferecidos diversos outros serviços que atraem os consumidores, tais como administração da TV Aberta (ex. TiVO), Jogos (ex. Xbox da Microsoft), Wi-Fi (ex.Cisco) e Vídeo-on-Demand.

 

Algumas operadoras da Coréia e do Japão procuraram atuar em dois eixos: (a) aumento de receitas pela oferta de um número maior de serviços de valor agregado, e; (b) redução de custos por meio de parcerias com fornecedores, conforme exemplificado no gráfico abaixo:

 

O aumento do número de serviços adquiridos pelos clientes resulta na elevação do ARPU (“Average Revenue per User”), enquanto a parceria com fornecedores resulta na redução do custo unitário por dois fatores: aumento do volume e identificação de fabricantes com tecnologia de ponta que possam viabilizar a oferta dos serviços com produtos diferenciados. O resultado é que o ponto de equilíbrio cai.