Seção: Tutoriais VoIP

 

VOIP: O Caso do Japão

 

A estratégia agressiva de operadoras no Japão resultou num aumento do uso de Banda Larga, conforme pode ser observado no gráfico a seguir:

 

Fonte: Source: Internet White Paper 2003, Ministry of Public Management, Home Affairs, Post and Telecommunications.

 

Como pode ser observado, o número de usuários de Banda Larga atingiu 13,3 milhões de usuários em aproximadamente 2 anos e meio, entre meados de 2001 e o final de 2003.

 

Este aumento resultou de vários fatores, a saber:

 

Baixo custo do “unbundling” – o “line sharing” foi estabelecido em torno de US$ 3 por mês.

 

Ambiente regulatório neutro - que estabelece tratamento semelhante para pacotes de voz e de dados.

 

Preço baixo para os usuários – ligações entre assinantes de VoIP são gratuitas. A LDN é um valor fixo mensal bem abaixo dos preços anteriores cobrados pelas operadoras.

 

Em Julho de 2003, existiam 5 milhões de assinantes de VoIP (11% dos domicílios) com o mercado dividido entre duas operadoras: Fusion e Yahoo BB. No caso da Yahoo BB, 90% dos seus clientes de Banda Larga compraram a oferta de VoIP.

 

Para viabilizar a oferta a preços reduzidos, o caminho tomado pelas operadoras, além da parceria com fornecedores, foi ofertar diversos tipos de serviços, tais como:

  • Telefonia IP
  • Wi-Fi
  • TV em Banda Larga
  • Vídeo “On-Demand”
  • Jogos

Tudo isto combinado com um aumento da Banda disponível a preços competitivos. Hoje os usuários podem comprar “links” de 45M. Como conseqüência, o ARPU das operadoras aumentou significativamente, quando comparado com a oferta inicial de Banda Larga e, no caso particular de uma operadora, a receita da banda representa apenas 42% do total da receita.

 

Comercialmente, para ampliar a base de clientes, foi preciso quebrar alguns paradigmas de canais de distribuição – além de “sites” na Internet –, tais como, lojas próprias de venda, oferta em estações de metrô e mesmo vendedores na rua. Este modelo de “levar o produto ao público” lembra algumas iniciativas de operadoras celulares oferecendo telefones em caixas atrativas – as Vitaminas –, em lojas de conveniência de postos e gasolina.

 

O impacto na operadora de telefonia fixa do Japão – NTT –, foi significativo. O número de linhas mencionado, 5 milhões, equivale a 8% do total das linhas daquela operadora, enquanto o número de minutos caiu 29% em 2002, sendo que a competição da VoIP foi o principal fator determinante.

 

A reação da NTT deu-se em várias frentes:

 

Pressão sobre o órgão regulatório – em relação aos custos de interconexão, tetos de preços (“price caps”) e aos preços autorizados para cobrança pelo uso de infra-estrutura

 

Oferta de produtos concorrentes que foram parcialmente prejudicados por questões da regulamentação aplicável à empresa de telefonia fixa

 

Criação de uma subsidiária para serviços de banda larga, buscando uma oferta ampliada de serviços, incluindo vídeo interativo e “e-learning”