Seção: Tutoriais Telefonia Celular
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O WAP foi desenvolvido desde o princípio para ser independente do tipo de terminal móvel ou da rede de transporte de dados utilizada. Ele deveria atender tanto as interfaces Bluetooth ou as rede GSM e CDMA, como as futuras redes 3G. O WAP não compete com essas tecnologias de transporte de informações, ele é um conjunto de protocolos que roda sobre qualquer tipo de rede celular utilizada.
Os principais fatores que nortearam o desenvolvimento do WAP foram:
Todos esses fatores levaram ao desenvolvimento do WAP com características de sistemas Cliente (micro navegadores) - Servidor (aplicações e conteúdos), e com protocolos robustos o suficiente para tolerarem tempos de latência maiores e para permitirem a manutenção e recuperação de seções interrompidas por problemas de sinal da rede celular.
O modelo típico do acesso WAP é apresentado na figura a seguir.
O conteúdo e as aplicações são colocados num servidor preparado para o WAP, e o usuário acessa esse conteúdo através do micro navegador do terminal móvel. Como a rota entre o terminal e o servidor utiliza 2 tipos diferentes de rede, a comunicação utiliza protocolos diferentes para essas redes.
Para o segmento da rota que usa a Internet, os protocolos HTTP/TCP/IP são usados. No limite entre as redes, porém fora da rede celular, o Gateway WAP é instalado para executar a conversão de protocolos. No segmento entre o Gateway e o terminal, utiliza-se o conjunto de protocolos WAP, otimizado para o uso na rede celular,
Agentes
A parte Cliente do WAP, também conhecida como "User Agent", contém um micro navegador que tem funcionalidades similares aos navegadores dos computadores convencionais, e que realiza o acesso aos servidores.
O termo "user agent" (UA) é utilizado para indicar a parte do dispositivo WAP que representa a comunicação do usuário com a rede. De acordo com o projeto do fabricante podem haver vários UA por terminal. O UA solicita objetos ao servidor, sob demanda do usuário, e então os apresenta no display do terminal.
Gateway WAP
O gateway WAP é, na realidade, um gateway e um proxy num único equipamento. A figura a seguir mostra os seus protocolos internos.
As funcionalidades de gateway executadas são:
As funcionalidades de proxy executadas são:
Várias funcionalidades adicionais podem ser incorporadas ao gateway WAP. Uma funcionalidade muito importante é o suporte ao Faturamento ("Billing"). Esta funcionalidade permite a operadora de celular (ou ao provedor que opera o gateway) armazenar e disponibilizar estatísticas e informações de faturamento dos serviços contratados acessados pelos usuários.
O gateway WAP pode ser implementado em qualquer tipo de plataforma, desde um simples PC até um servidor de grande porte. Entretanto, para a sua implementação deve-se considerar a capacidade para processar o tráfego atual e futuro, a aderência total ao padrão WAP e os níveis de segurança suportados.
Servidores
O servidor de conteúdo (ou servidor WAP) pode ser qualquer servidor HTML que entrega páginas web para os computadores convencionais. A alteração principal que deve ser feita nesses servidores é configurar o conteúdo WML (formato das páginas WAP) como sendo do tipo MIME (padrão de formato para transferência de objetos). Desta forma, as páginas ou scripts existentes no servidor podem ser acessadas através dos usuais comandos HTTP das aplicações Web.
Em princípio, qualquer conteúdo no formato original HTML poderia ser apresentado no terminal WAP, com algumas limitações na apresentação de objetos mais complexos como figuras e imagens, principalmente as dinâmicas. Entretanto, a disponibilização de conteúdo no formato WML, compatível com o WAP, permite ao usuário desfrutar de uma experiência mais adequada ao uso do terminal móvel.
Quando o usuário seleciona qualquer link no terminal, este gera uma solicitação HTTP do tipo GET para o gateway, usando o conjunto de protocolos WAP. O gateway recebe esse comando do terminal e converte para o padrão HTTP/TCP/IP e envia para o servidor através da Internet.
O servidor recebe a solicitação e envia o respectivo objeto (uma página WML, por exemplo) para o gateway que, após a conversão de protocolos, envia para o micro navegador cliente do terminal WAP. O comando GET tem apenas o objetivo de solicitar um objeto qualquer para o servidor.
Além das páginas estáticas, o servidor também pode executar mini aplicativos e scripts para gerar páginas dinâmicas de conteúdo WAP. Isto significa que, de acordo com os parâmetros selecionados pelo usuário, o conteúdo da página recebida será diferente.
Quando o usuário seleciona um funcionalidade dinâmica de uma determinada página no terminal, este gera uma solicitação HTTP do tipo POST com todos os parâmetros selecionados para o gateway, usando o conjunto de protocolos WAP. O gateway recebe esse comando do terminal e converte para o padrão HTTP/TCP/IP e envia para o servidor através da Internet.
O servidor recebe a solicitação POST, executa o aplicativo local com os parâmetros informados e gera a página WML com o resultado correspondente. Esse novo objeto é então enviado para o gateway que, após a conversão de protocolos, envia para o micro navegador cliente do terminal WAP. Este processo permite a execução de aplicações e serviços mais complexo no servidor, sem consumir capacidade de processamento do terminal móvel.
Além dos servidores de conteúdo, existem também os Servidores de Aplicações de Telefonia (Wireless Telephony Applications - WTA), que destinam-se ao fornecimento de serviços avançados de telefonia, e a integração com os outros serviços do WAP.
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